Apostila INTERVENÇÕES
Apostila INTERVENÇÕES
CURSO DE INTEVENÇÕES
na DEPENDÊNCIA QUÍMICA
Ministrado por PATRICIA BERNARDETE DE ABREU
e
Técnico, Terapeuta e Conselheiro em Dependência Química
ITALO DAVISON DIAS - CNT 11.1274/SP
São Paulo
2019
INTRODUÇÃO
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Um pouco sobre a DEPENDÊNCIA QUÍMICA
É uma doença que se caracteriza por alterações cognitivas e comportamentais e
sintomas fisiológicos, que se manifestam após o uso repetido do álcool e de outras drogas. Por
alterar o comportamento do indivíduo, a doença traz uma série de complicações para o mesmo e
para as pessoas do seu convívio. As causas da dependência química são complexas e envolvem
uma série de fatores: biológicos, psicológicos e sociais. Muitas vezes a pessoa começa fazer uso
de drogas por curiosidade ou por pressão do grupo social. Dificuldades em lidar com os
problemas, perdas, tristezas e até mesmo o sucesso também podem levar a pessoa ao
alcoolismo, ao consumo de maconha e daí para as outras drogas.
Enquanto algumas pessoas são capazes de fazer uso ocasional de álcool, sem desenvolver a
dependência, para outras, bastam os primeiros goles para que percam totalmente o controle. Isso
pode ser explicado pela predisposição genética que algumas pessoas têm de desenvolver a
dependência química.
A dependência química é incurável, ou seja, não existe um tratamento capaz de eliminar a
doença do organismo. Mas, ela é passível de controle, desde que seja feito um acompanhamento
constante do paciente.
A dependência química é progressiva, tende a piorar os sintomas no decorrer do tempo. A
pessoa passa a necessitar de doses cada vezes maiores ou de substâncias cada vez mais
nocivas.
A dependência física é fatal, pois os danos causados ao organismo são inúmeros e podem
resultar em doenças pulmonares (enfisemas), do coração, dos rins e do cérebro. O dependente
costuma adotar comportamentos de riscos que o levam a contrair doenças venéreas e AIDS. O
uso de drogas costuma levar o indivíduo a se envolver com o crime (roubos, assaltos, etc.) o que
resulta em mortes violentas e precoces.
A dependência química é uma doença complexa e, como toda doença, exige um tratamento
especializado. Esse tratamento pode incluir internações em clínicas especializadas, diferentes
tipos de terapias e até uso de medicamentos. O tratamento adequado é capaz de estacionar a
doença, fazendo com que o paciente possa conviver em sociedade e ter uma vida produtiva.
Agora que você já sabe um pouco o que é a dependência química vamos aprender sobre
melhores formas de abordar o dependente químico utilizando técnicas da entrevista motivacional,
da importância da empatia, técnicas para facilitar o vínculo terapêutico, intervenções de crises
como de abstinência, emocional e psicológica, identificar a demanda e como manejar o
acompanhamento psicológico e terapêutico no tratamento. Bom curso!
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Compreendendo a DEPENDÊNCIA QUÍMICA
A dependência química está classificada entre os transtornos psiquiátricos, sendo considerada
uma doença crônica que pode ser tratada e controlada simultaneamente como doença e como
problema social, (OMS, 2001).
É uma doença progressiva, incurável, mas tratável, apesar de problemas significativos para o
dependente, de evolução própria, que pode levar à insanidade, prisão, morte. Precisa de
tratamento o quanto antes. (os três CCC – clínica, cadeia e cemitério)
4. Evidência de tolerância, de tal forma que doses crescentes da substância psicoativa são
requeridas para alcançar efeitos originalmente produzidos por doses baixas.
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Os critérios diagnósticos pelo DSM – V
Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias (DSM-V)
Padrão mal adaptativo de uso de substância levando a prejuízo ou sofrimento significativo,
manifestado por 2 (ou mais) dos seguintes critérios, ocorrendo dentro de um período de 12
meses:
1. Uso recorrente de substância resultando em falha no cumprimento de obrigações no
trabalho, escola ou em casa (p.ex. faltas repetidas ou baixo desempenho no trabalho
relacionado ao uso de substância, faltas, suspensões ou expulsões da escola devido ao
uso de substância, negligência nos cuidados do lar ou dos filhos).
2. Uso recorrente em situações em que isso pode ser fisicamente perigoso (p.ex. dirigir um
automóvel ou operar maquinário enquanto intoxicado pela substância).
(b) Acentuada redução do efeito com o uso continuado da mesma quantidade de substância.
(Nota: Tolerância não é considerada para aqueles usando medicações sob supervisão e
prescrição médica, como analgésicos, antidepressivos, ansiolíticos ou betabloqueadores)
(b) A mesma substância (ou uma substância estreitamente relacionada) é consumida para aliviar
ou evitar sintomas de abstinência.
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8. Muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção da substância (por ex.,
consultas a múltiplos médicos ou fazer longas viagens de automóvel), na utilização da
substância (por ex., fumar em grupo) ou na recuperação de seus efeitos.
11. Fissura ou Craving – um forte desejo ou urgência de usar uma substância específica.
Especificadores de gravidade:
dependência leve - presença de dois ou três dos onze critérios por um período de um ano.
dependência moderada - presença de quatro ou cinco dos onze critérios por um período de
um ano.
dependência grave - presença de mais de seis dos onze critérios por um período de um
ano.
FATORES DE RISCO
1. BIOLÓGICOS
Predisposição genética.
Capacidade do cérebro de tolerar presença constante da substância.
Capacidade do corpo em metabolizar a substância.
Natureza farmacológica da substância, tais como potencial de toxicidade e dependência, ambas
influenciadas pela via de administração escolhida.
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2. PSICOLÓGICOS
Distúrbios do desenvolvimento.
Morbidades psiquiátricas: ansiedade, depressão, déficit de atenção e hiperatividade, transtornos
de personalidade.
Problemas / alterações de comportamento.
Baixa resiliência e limitado repertório de habilidades sociais.
Expectativa positiva quanto aos efeitos das substâncias de abuso.
3. SOCIAIS
Estrutura familiar disfuncional: violência doméstica, abandono, carências básicas, negligência.
Exclusão e violência social: bullying, preconceito, qualquer tipo de violência, abusos e etc.
Baixa escolaridade.
Oportunidades e opções de lazer e esportes precárias.
Pressão de grupo para o consumo.
Ambiente permissivo ou estimulador do consumo de substâncias.
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✓ Dependência: consumo frequente, compulsivo destinado à evitação dos sintomas de
abstinência e acompanhado por problemas físicos, psicológicos e sociais.
✓ USO SOCIAL : uso ocasional de álcool e outras drogas, geralmente em situações sociais;
droga usada como simples experimentação, curiosidade ou recreação;
✓ USO NOCIVO: problemas físicos e mentais, acarreta consequências sociais, sem
problemas de complicações crônicas relacionadas ao consumo.
O dano pode ser físico (hepatite, por exemplo), psicológico (depressão), social (problemas
relacionais na escola, família, trabalho);
Obs. Em torno de 50% a 70% recaem nos primeiros 90 dias após tratamento ou antes de
completarem um ano.
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Consequências no ambiente de trabalho
ACIDENTES
Até 40% dos acidentes de trabalho envolvem ou estão relacionados com o consumo de álcool.
Trabalhadores que consomem drogas tem maior tendência a estar envolvidos num acidente de
trabalho do que os trabalhadores que não consomem drogas.
RELACIONAMENTOS
Sobrecarregam colegas de trabalho;
Desperdício de material devido à má qualidade da produção devido à perda da concentração,
clareza visual e espacial e habilidades do funcionário usuário ou dependente;
Conflitos, queixas, violência e furtos;
Sentem frequentemente falta de motivação;
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5% da população brasileira já tentou o suicídio. Dentre estes, 24% relataram ser
relacionados ao consumo de álcool.
Quase dois terços dos homens jovens bebedores problemáticos já se envolveram em uma
briga com agressão física no último ano. Este índice sobe para 57% entre os que também
usam cocaína.
Mais de 2 a cada 10 brasileiros relataram terem sido vítimas de violência física na infância.
Em 2 a cada dez casos os abusadores haviam bebido.
6% dos brasileiros referiram ter sido vítima de violência doméstica no último ano, em
metade destes casos o parceiro que exerceu a violência havia bebido.
O álcool é responsável por 86% dos homicídios, 60% das agressões sexuais, 57% das
agressões familiares, 64% dos incêndios e queimaduras, 50% das mortes no trânsito e
20% dos suicídios.
Síndromes de abstinência
ÁLCOOL: inicia após 06 horas da última ingestão e vai até 4 dias, podendo se estender até 14
dias havendo complicações.
MACONHA: inicia após 01 dia sem o uso e tem o pico após 02 a 03 dias enfraquecendo em até
duas semanas.
COCAÍNA: dividida em três fases
✓ Fase 1 - inicia após 15-30 minutos após o uso, persistindo por até 08 horas e estende-se
até 04 dias.
✓ Fase 2 – inicia de 12 a 96 horas após o último uso podendo durar de 02 até 12 semanas.
✓ Fase 3 – sintomas disfóricos diminuem ou cessam por completo. O “craving” torna-se
intermitente, mas pode manifestar-se eventualmente, tendendo a diminuir de intensidade,
mas podendo estender-se por meses ou até mesmo anos.
CRAVING
Disforia: é uma mudança repentina e transitória do estado de ânimo, tais como sentimentos de
tristeza, pena, angústia. É um mal estar psíquico acompanhado por sentimentos depressivos,
tristeza, melancolia e pessimismo.
Anedonia: perda da capacidade de sentir prazer.
Irritabilidade, apatia, sintomas depressivos, pode apresentar problemas de memória e ideações
suicidas.
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ABORDAGEM
Significado de ABORDAGEM: Abordagem é o termo utilizado para caracterizar um tipo de
aproximação, seja entre pessoas ou coisas.
Normalmente, a abordagem é o modo como determinada pessoa se aproxima de outra.
Abordagem na Psicologia
ABORDAGEM COMPORTAMENTAL
• É uma teoria discutida no âmbito dos estudos psicológicos, também conhecida como
Teoria Comportamental da Administração ou Teoria Behaviorista.
• De acordo com esta abordagem da psicologia, o comportamento individual das pessoas,
assim como as suas habilidades, se desenvolve de acordo com as relações e ambientes
em que estão inseridos.
A entrevista MOTIVACIONAL
A entrevista motivacional é uma intervenção centrada no paciente, com o intuito de aumentar a
motivação para a mudança do comportamento – problema, a resolução e exploração da
ambivalência, a supressão de comportamentos disfuncionais e o desenvolvimento de padrões
mais adaptativos.
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✓ Evitar a argumentação.
✓ Acompanhar a resistência.
✓ Promover a auto eficácia.
✓ Expressar empatia.
PRÉ CONTEMPLAÇÃO
CONTEMPLAÇÃO
PREPARAÇÃO
AÇÃO
MANUTENÇÃO
RECAÍDA
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EMPATIA
Significado de EMPATIA
• Empatia significa a capacidade psicológica para sentir o que sentiria outra pessoa caso
estivesse na mesma situação vivenciada por ela.
• Consiste em tentar compreender sentimentos e emoções, procurando experimentar de
forma objetiva e racional o que sente outro indivíduo.
EMPATIA na Adicção
• Empatia está relacionada com a comunicação assertiva e as motivações dos outros.
• A pessoa empática está conectada com quem ela se comunica. Ela capta informações que
vão muito além do que é falado e identifica emoções e expressões faciais em seu
interlocutor. Ser empático é, antes de tudo, ser um bom ouvinte e um excelente
observador.
• A empatia exige treino. É preciso desenvolver a capacidade de se colocar no lugar da
outra pessoa, com a finalidade de compreendê-la, sem julgamento ou verdades absolutas.
• A postura humilde e compreensiva irá gerar concordância da outra pessoa e,
possivelmente, sua mudança comportamental.
• A arte da empatia conquista e preserva as amizades e os laços familiares e é um fator que
pode aumentar as chances de conseguir ajudar o adicto. Com essa capacidade bem
desenvolvida, você poderá descobrir o que incomoda e o que agrada aos seus atendidos,
o que facilitará na hora de atender às necessidades deles, conquistando assim melhores
resultados para todos.
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Demonstre EMPATIA
A Questão da Comorbidade
A comorbidade ou diagnóstico duplo é a possibilidade de uma psicopatologia vir
acompanhada de outro quadro patológico, de forma concomitante, ou seja, é o diagnóstico
de dois ou mais transtornos psiquiátricos em um único paciente.
Há duas situações mais comuns envolvendo as condições diagnósticas duplas:
◦ Transtorno psiquiátrico primário com subsequente abuso de substâncias;
◦ Abuso de substâncias com consequências psicopatológicas;
Por outro lado, estudos americanos (Seibel e Toscano Jr, 2000) apontam que pacientes
com transtornos psiquiátricos apresentam o seguinte índice para abuso de substâncias:
◦ 16% a 29% de todos os pacientes diagnosticados,
◦ 47% das pessoas com esquizofrenia e
◦ 56% com transtorno bipolar tinham abuso de substâncias.
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VÍNCULO
Significado de VÍNCULO
• Capacidade de ligar, unir, atar uma coisa à outra.
• É uma união, relação ou ligação de uma pessoa ou coisa com outra. Por conseguinte,
duas pessoas ou objetos vinculados estão unidos, encadeados ou atados, seja física ou
simbolicamente.
• A noção de vínculo, sinónimo de “laço”, costuma se usar para fazer referência a uma
espécie de cadeia invisível ou de ligação moral ou afetiva que existe na relação de
proximidade entre duas pessoas.
Qualquer psicoterapia é, acima de tudo, um trabalho de relação entre duas pessoas. Como em
qualquer relação, estarão envolvidos diversos fatores que podem levar ao sucesso ou ao fracasso
da terapia.
VÍNCULO TERAPÊUTICO: É compreendida como uma relação dual, uma formação de
compromisso entre duas pessoas, uma «união de forças» em direção à busca da cura.
VÍNCULO TERAPÊUTICO
• Fundamenta-se no desejo consciente ou inconsciente do paciente de cooperar e na sua
disposição de aceitar a ajuda do terapeuta na superação das dificuldades internas.
• Espera-se que, quanto melhor esse vínculo, melhores sejam os resultados. Nenhuma
análise pode avançar sem a formação de um bom vínculo terapêutico racional e confiável.
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DEMANDA
Significado de DEMANDA
• Ação ou efeito de demandar, de buscar, de procurar; procura.
• Necessidade de alguma coisa: o trabalho demanda muito esforço.
• Ação de combater ou confrontar de maneira violenta; luta, briga.
• Ação de exigir, reivindicar, de demandar esforços para recuperar algo que pertence a outra
pessoa; reivindicação: demanda de recursos. Em que há disputa ou discussão; debate
repleto de polêmica; contestação.
• Ação de perguntar ou indagar; interrogação.
DEMANDA PSICOLÓGICA
✓ Trata-se do motivo do paciente para buscar ajuda profissional
✓ A demanda é tudo aquilo que motivou o paciente a pedir por ajuda a um profissional de
saúde. Desta forma, se trata de todo o apanhado de seu sofrimento, incluindo tanto os
aspectos físicos, quanto os aspectos emocionais.
DEMANDA EM DQ
• Manifestação de um desejo.
• Ato de procura por resposta.
• Demonstração de vontade, necessidade e prioridade.
• Busca de alívio de sintomas desagradáveis de fundo emocional, de sentimentos e de
pensamentos.
• Busca de compreensão.
• Atenção
• Confiança mútua
• Neutralidade
• Paciência
• Habilidades profissionais para lidar com oscilações de motivação, humor, interesse e
crises.
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COMO AGIR?
• Conscientização, acompanhamento, ações de resposta para devolutiva no momento de
ambivalência.
• Resposta técnica e trabalhos individuais.
• Despertar curiosidade do paciente.
• Favorecer o comprometimento e responsabilidade consigo e para com os outros.
• Contribuir para o processo de autonomia do atendido.
• Credibilidade profissional.
INTERVENÇÃO
Significado de INTERVENÇÃO
• Intervenção é o substantivo feminino que significa o ato ou efeito de intervir e indica
uma intercessão ou mediação em alguma situação adversa.
• Quem faz uma intervenção age de modo a modificar, alterar, reordenar alguma coisa. Uma
intervenção é uma ação que não passa despercebida, ela sempre trás algum tipo
de mudança significativa.
Intervenção em DQ
Estratégias na intervenção ao uso, abuso e dependência de álcool e outras drogas.
As pessoas com dependências graves muitas vezes negam que têm um problema.
Quando outras tentativas de ajudar se mostrarem ineficazes, você pode se unir a amigos,
familiares e a um profissional para confrontar a pessoa com a verdade e um plano de ação
detalhado.
Consulte um profissional:
Procure alguém com experiência em conduzir intervenções a ajudar dependentes. Um
profissional poderá guiar você e outros familiares pelo processo, aumentando assim as
chances de dar certo. Você pode se encontrar com o profissional antes para planejar as
coisas e até convidá-lo para participar da intervenção e agir como um facilitador.
Se os seguintes pontos se aplicarem, é ainda mais importante consultar um profissional:
• A pessoa tem um histórico de doença mental.
• Ela pode reagir violentamente à intervenção.
• A pessoa demonstrou comportamento suicida.
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• É importante convidar pessoas que possam ser chamadas em momentos de necessidade,
já que a intervenção é só o primeiro passo no caminho para a recuperação.
Encontre o plano de tratamento adequado:
• O plano é uma parte crucial da eficácia das intervenções. Apenas dizer à pessoa que você
acha que ela tem um problema não será o suficiente para fazer com que ela pare com o
vício. Criar um plano bem pesquisado de tratamento que ela possa botar em prática.
• Verifique quais são os passos necessários para a admissão e prepare tudo com
antecedência. Pode ser necessário também ver como financiar o tratamento. (quem será o
responsável)
• Prepare uma lista de grupos de apoio que a pessoa em questão pode procurar na hora.
Você pode até se oferecer para levá-la até eles.
• Planeje para que a pessoa chegue fisicamente ao local de tratamento.
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INTERVENÇÃO DE CRISE
Significado de crise
• Mudança brusca produzida no estado de um doente, causada pela luta entre o agente
agressor e os mecanismos de defesa.
• A crise é uma mudança brusca sobre algum aspecto.
• A ideia de crise é aplicada em qualquer contexto humano da qual ocorre algo imprevisto,
negativo ou grave. Quando surge o elemento ou fator novidade, interrompe-se o equilíbrio
e consequentemente vem à crise.
CRISE
Estado de desequilíbrio emocional do qual uma pessoa se vê incapaz de sair com os recursos
próprios de enfrentamento que habitualmente costuma empregar em situações que a afetam
emocionalmente. Causa sentimentos de desorganização, desesperança, tristeza, confusão e
pânico.
O conceito crise é proveniente de mudanças a nível biológico, psicológico e/ou social, que exige
da pessoa ou do grupo um esforço suplementar para manter o equilíbrio ou estabilidade
emocional.
A crise em si não é ruim, o que vai determinar são os recursos internos ou externos e a forma
como a pessoa vai viver e elaborar a crise. Ela aparece como forma de mostrar que toda ação
terá resultado direto ou indireto, apontando que há uma necessidade de ajuste e mudança.
Os adictos e alcoólicos vivem se reajustando a novas regras e padrões comportamentais. Nada é
fixo, tudo é transitório, o que serve hoje poderá não servir amanhã mediante a mudança e a
manutenção do comportamento após a crise, pois ela é sempre uma oportunidade de
crescimento e evolução.
Tipos de CRISE em DQ
1º Crise de ABSTINÊNCIA
Sinais e sintomas físicos e psicológicos advindos da falta de substância psicoativa no organismo
e do uso, que podem ser diferenciadas de indivíduo para indivíduo.
A síndrome pode ser dividida em:
✓ SAA – síndrome de abstinência aguda
✓ SAD – síndrome de abstinência demorada
SAA – Pode ocorrer na ausência da substância psicoativa entre 3 a 10 dias do último uso com
sintomas físicos e psicológicos como convulsões, hiperatividade, tremores, insônia, alucinações
visuais, táteis e auditivas, descontrole psicomotor e ansiedade.
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SAD – Os sintomas diferem da primeira síndrome de abstinência e podem ser sentidos entre na
sobriedade do indivíduo no intervalo de meses ou até anos com sintomas físicos e psicológicos
como mente confusa, problemas de coordenação motora, de memória, reação emocional
exagerada ou apatia e distúrbio ou alteração do sono. É severa e preocupante, pois pode resultar
em recaídas.
2º Crise PSICOLÓGICA
Pode entrar em crise por uma questão existencial, ou desequilíbrio, instabilidade após passar por
algum impacto, estar diante de uma escolha, conflito familiar ou pessoal, estresse emocional,
angústia. Possibilidade de alteração de consciência, delírio, perca da noção do tempo, mas não a
ponto de se desenvolver uma patologia.
3º Crise EMOCIONAL
Comportamentos que indicam uma crise emocional são ansiedade, alterações de humor, e
sensação de vazio e insatisfação. Quando um indivíduo esquece ou deixa de lado os cuidados
com a sua mente e suas emoções, acaba ficando exposto aos desequilíbrios e crises emocionais,
alterando seu comportamento.
ETAPAS DA CRISE
• Desordem inicial: decorrentes das reações iniciais do paciente gerada por algum fato.
• Negação: paciente sente amortecer o impacto da crise (minimização).
• Intrusão: é o surgimento de ideias involuntárias pelo paciente através da dor do evento
ocorrido com o mesmo.
• Elaboração: expressão, identificação e comunicação de sentimentos experimentados pela
situação de crise.
• Término ou Resolução: quando há uma intervenção imediata gerando integração do
evento dentro da sua vida e a reorganização da própria.
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INTERVENÇÃO MECÂNICA
Também conhecida como contenção física de pacientes.
Intervenção realizada com o intuito de imobilizar o acolhido e regulamentada por lei.
OBJETIVO:
Intervir de imediato nas situações de crise em que o paciente põe em risco sua integridade física
ou de qualquer outra pessoa ao seu redor.
CONTENÇÃO
❖ Intervenções de segurança.
❖ Último recurso.
❖ Não são intervenções terapêuticas (coerção, conveniências da equipe)
JUSTIFICÁVEL:
Em casos de risco de auto e hetero agressão, a presença de mais de um membro da equipe junto
ao acolhido pode ser suficiente para inibi-lo a realizar o ato agressivo.
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COMO INTERVIR
1) Análise visual do comportamento:
Analisar e acompanhar com olhar técnico o indivíduo em suas ações e comportamentos
buscando identificar alterações no mesmo que indiquem a crise.
2) Percepção e feeling:
Calcular e reduzir o perigo, avaliar no momento o que pode ser usado como motivação para
capacitar o indivíduo para o enfrentamento da crise o auxiliando a recuperar o nível de equilíbrio.
3) Abordagem:
Executar ações concretas. O objetivo é limitado. É preciso ter uma atitude facilitadora e direta
para ajudar a alcançar ações concretas mediante o paciente no momento da crise.
7) Identificar sentimentos
Criar empatia com o paciente para identificar e alcançar seus sentimentos. Colher informações
sobre o paciente com os outros profissionais da equipe e com os outros pacientes.
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Convidar a pessoa a falar sobre os seus sentimentos e escutar uma outra pessoa a respeito do
mesmo assunto, para reflexão. O paciente deve se sentir escutado, aceito, compreendido,
acolhido e apoiado, afim de reduzir a intensidade da ansiedade e diminuir o sofrimento.
9) Estágio motivacional
Ajudar o paciente a acionar a parte saudável e preservada de si mesmo, assim como os seus
recursos sociais, emocionais e físicos, afim de enfrentar as próximas crises. Facilitar as condições
necessárias para um novo modo de funcionamento técnico e psicológico, interpessoal e social,
diante de novas situações.
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MANEJO
Significado de MANEJO
• Ato de manejar.
• Gerência, direção.
• Planejamento.
• Manobrar, administrar.
• Operar com.
• Manobras, artimanha.
MANEJO EM DQ
• Ato com efeito de manejar, lidar com a crise.
• Ação de conciliar teoria e prática para dar respostas numa crise, situação ou demanda.
Ouça o que a pessoa tem a dizer, mas NÃO concorde com tudo. Continue explicando suas
observações sobre a situação em detalhes. Não desista. Continue firme no manejo diante da
situação... Não hesite. Dê a cada um uma chance de falar o que pensa olhando diretamente para
a pessoa.
Tome muito cuidado com o estado mental da pessoa que está auxiliando. Esse processo só deve
ser feito com alguém em um estado normal de consciência, garantindo assim tanto a segurança
da própria pessoa quanto a sua enquanto maneja a crise.
COMO MANEJAR?
• Contato para estabelecer empatia e sintonia com os sentimentos da pessoa em crise.
Escutar como veem a situação, convidar a falar do que incomoda, trazendo-a para
reflexão.
• A pessoa em crise precisa se sentir compreendida, escutada, aceita e apoiada
favorecendo assim a diminuição da ansiedade, diminuindo o sofrimento e sentimento de
solidão no momento da crise.
• O foco da análise está em três áreas: passado imediato, presente e futuro imediato.
OBRIGADA!
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