Direito Constitucional II
Direito Constitucional II
CONSTITUCIONAL II
Programa da Cadeira
Sistema de avaliação
Bibliografia
Livro do 1º semestre
Assembleia da República
A assembleia é composta por deputados que podem estar integrados em
grupos parlamentares, que expressam uma ideologia política, podem ser
deputados únicos (deputado livre), para além disso é importante referir a
composição da Assembleia da República, Art.179 da CRP, é composta por
uma comissão permanente da Assembleia da República, embora as suas
decisões sejam colegiais. No Art. 174, n.2, refere um período de verão em que
a assembleia não se reúne normalmente, mas funciona uma comissão
permanente que não é composta por todos os deputados da Assembleia da
República, esse regimento é nomeado pelos deputados, durante o período que
a AR se encontre dissolvida e noutros casos, funciona a comissão permanente
da AR, a comissão é presidida pelo presidente da república e os deputados
escolhidos pelos grupos parlamentares.
As comissões permanentes da AR são diferentes de outras comissões
permanentes.
Quando existe uma iniciativa legislativa popular, por parte do povo, o povo
apresenta um projeto de lei, a Assembleia da República tem de ativar o
processo legislativo.
Governo
O governo é um órgão colegial, o 1º ministro é figural principal, mas é um órgão
que decide em colégio, nomeadamente as decisões mais importantes, Art. 172.
Composição, Art.173.
Tribunais
Apesar de existir uma lei sobre a organização dos tribunais, o mais importante
é o tribunal constitucional, o Art. 209 até 214 e Art. 221 (que se refere ao
Tribunal Constitucional).
O tribunal de contas tem a ver com a fiscalização das finanças públicas e das
ações do Estado relativamente às despesas do Estado.
Ministério Público
O Art. 219, ministério público pode intervir nos processos administrativos, como
garante a legalidade e o interesse público, defende o interesse do Estado
(todos nós e não um interesse político). O ministério público tem um órgão
superior que é a procuradoria geral da república regida pelo procurador-geral
da república que tem competência para acusar e iniciar o processo
administrativo; e temos o Tribunal constitucional, tribunal supremo, só se
pronuncia pela inconstitucionalidade e a legalidade de normas, por exemplo, se
aquela norma pode ou não ser utilizada naquele caso.
Pela interação de poderes dos vários órgãos de soberania, interação essa que
fundamenta a validade de um ato soberano , por exemplo o presidente da
república tem certas competências políticas na constituição, a assembleia da
república tem competências legislativas e os tribunais têm a competência
judicial, ou então dentro do mesmo poder cada órgão está limitado na sua
competência em virtude da matéria, por exemplo tanto a Assembleia da
república como o governo tem competência legislativa, no entanto, nem o
governo pode legislar sobre matéria da exclusiva competência legislativa da AR
(salvo certas exceções) nem a AR pode legislar sobre matéria da competência
legislativa exclusiva do governo. Art.164, alínea b), por exemplo.
Art.133
O PR por não vetar juridicamente o diploma por razões políticas- por exemplo,
não concordar com a eutanásia porque viola um princípio fundamental, mas
pode por exemplo, usar expressões do interesse público, do bem comum.
Presidente da República
O Presidente da República é um órgão de soberania que o previsto se encontra
entre o Art. 120, as funções do PR relacionam-se com os objetivos do Art. 120
em primeiro lugar com a representação da república portuguesa; mas tem
também uma representação nele de todas as pessoas, esta ideia também tem
haver com a procura da garantia do regular funcionamento das funções
democráticas. Quando se fala na garantia do regular funcionamento das
funções democráticas, por exemplo, o poder de dissolver o governo e a
dissolução da AR. No que diz respeito á sua eleição o PR e eleito de acordo
com o Art.151. Relativamente à eleição é necessário a maioria absoluta dos
votos, de acordo com o Art.126.
Assembleia da República
É a Assembleia representativa dos cidadãos, Art.138 número de deputados, os
deputados são eleitos por círculos eleitorais; nos termos do Art.152, n.2, os
deputados representam todo o país.
Art. 164 e 165, função legislativa artigos importantes, está tudo abrangido por
aquilo que é a competência legislativa exclusiva da AR.
Órgãos eletivos e não eletivos- órgãos eletivos são órgãos eleitos, mas por
exemplo os juízes do TC são escolhidos pelos deputados, e o primeiro-ministro
e alguns membros do governo são nomeados pelo PR.
35. Quando um órgão exerce uma competencia que é atribuída a outro órgão,
existe uma inconstitucionalidade que resulta na anulação do ato.
Princípios gerais
Regra geral- decisões adotadas por uma pluralidade de votos Art.116, n.3.
Art.136, n.2 e n.3- o veto político do PR pode ser ultrapassado pela AR, mas
não é ultrapassado por uma maioria qualquer, tem de ser uma maioria absoluta
ou uma maioria orgânica. 2/3 dos deputados presentes, ou seja, tem de ser
sempre superior da maioria absoluta.
Art. 168, n.5- as leis orgânicas são leis sobre determinadas matérias, por
exemplo, a nacionalidade, Art. 166, n.2, as leis orgânicas carecem de
aprovação da maioria absoluta dos deputados, por exemplo se existir uma
alteração à lei da nacionalidade essa lei só pode ser aprovada com pelo menos
116 votos a favor. Art.168, n.6- carecem de aprovação superior à maioria
absoluta, ou seja, 117 votos a favor.
Art. 279, n.2- este Art. diz respeito ao procedimento quando a AR ou o governo
envia um diploma ao PR este pode ou não promulgar e este em caso de dúvida
pode enviar ao TC para averiguar a sua constitucionalidade.
Art.110, n.2- competência dos órgãos de soberania tem de ser definidas pela
constituição.
Imunidades e privilégios
Nomeadamente o Art.157.
Art. 116, n.2, o juiz pode apreciar a prova de forma errada quer em virtude das
suas circunstâncias, quer as suas concessões que influenciam a avaliação da
prova, mas mesmo assim o juiz não pode ser responsabilizado; a não ser que
aceite suborno aí pode ser acusado criminalmente.
Veto político
O veto político é o poder do PR de sancionar um decreto da AR ou do Governo
por motivos políticos. Sancionar um decreto no sentido de não concordar com
alguma disposição da AR ou do Governo por motivos políticos, então veta
politicamente recusando a promulgação do diploma e devolve esse diploma ao
órgão que o aprovou para que este o reformule ou se for caso disso (só a AR)
o confirme [o diploma] nos termos do Art. 136.
O veto político assim como a promulgação são poderes do PR que são livres,
ou seja, ele pode ou não promulgar/vetar politicamente, quanto à promulgação
ela é obrigatória quando é lei constitucional e também quando a AR ultrapassa
o veto político Art. 186, n.2 e n.3, a fiscalização é preventiva porque o diploma
ainda não está em vigor foi enviada ao PR para promulgação e este tem
duvidas quanto a conformidade de uma disposição do diploma da AR ou do
Governo com a Constituição, a violação de normas da constituição, se o PR
pretende requerer a fiscalização preventiva da constitucionalidade não pode
vetar politicamente o diploma tem de esperar por uma decisão do TC, então
restam-lhe duas hipóteses:
Quando o Governo legisla sobre uma das matérias do Art. 165 com base numa
lei de autorização da AR, a AR pode suspender no todo ou em parte a vigência
do decreto de lei em sede de apreciação parlamentar deste decreto de lei até à
publicação da lei da AR que o vier alterar, ou seja, a AR pode apreciar os
decretos do Governo com o fim de fazer cessar a vigência desses decretos, só
não pode apreciar decretos sobre a organização e funcionamento do Governo,
porque são matérias da exclusiva competencia do Governo.
Em relação aos decretos de matéria do Art. 165 em que o governo só pode
legislar se for autorizado pela AR, se o governo aprovar um decreto e ele for
promulgado a AR pode apreciar esse decreto de lei com o objetivo de pôr fim à
sua vigência, mas nestes casos, a AR durante o processo de apreciação
parlamentar pode suspender a vigência do decreto; nos outros decretos de lei
não.
Em primeiro lugar são leis que só são aprovadas pela AR porque são de valor
reforçado, pois estão na hierarquia normativa abaixo da constituição, ou seja,
têm de respeitar o conteúdo da constituição, mas estão acima de qualquer
outro ato legislativo, ou seja, nenhum ato legislativo nem normativo pode
desrespeitar o conteúdo dessas leis. Ou seja, só podem ser modificadas ou
revogadas por lei de igual valor.
Que tipos de leis de valor reforçado conhece?
Lei orgânica- a lei orgânica e aquela lei que incide sobre matérias que estão
no Art. 166, n.2, matérias relativas à criação de órgãos, a procedimentos
eleitorais e a procedimentos de aquisição da nacionalidade, por exemplo a Lei
orgânica do TC, mas o mais fácil é olhar para o Art. 164.
A AR pode legislar de forma exclusiva sobre qualquer uma das matérias do Art.
165, mas também pode aprovar uma lei de autorização para que o Governo
possa legislar sobre estas matérias. Só pode ser objeto de lei de autorização
os decretos da AR sobre as matérias do Art. 165.
Art. 165, n.4- Se o Governo for demitido e não tiver aprovado um decreto de lei
autorizado a lei da autorização caduca.
A lei de bases é uma lei que incide sobre direito substantivo (princípios gerais
de um regime jurídico e não sobre regras processuais).
O exercício jurídico, limites internos e limites externos, isto tem a ver com a
constituição fixa limites ao exercício do direito fundamental, se fixa estes limites
estamos a falar de limites internos, ou seja, fixados na constituição ao exercício
do direito fundamental, por exemplo, a liberdade de associação, o direito de
reunião, Art. 51, n.3; Art. 46, n.1;
Direitos fundamentais
Art. 18, Princípio da pessoa humana e princípio da retroatividade
Objetivos do teste:
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Princípio da proteção consagrado no Art. 18, n.3, este principio te a ver com o
conhecimento de cada conteúdo dos direitos fundamentais, há direitos que a
CRP delimita os direitos, mas as restrições a esses direitos não podem
desrespeitar a definição de direitos fundamentais.
Mesmo que a lei restrinja um direito fundamental nunca o seu conteúdo
fundamental pode ser eliminado.
Estas restrições são temporárias, não são perpetuas, pois pode já não existir
um interesse ambiental ou agrícola e aquele terreno deixar de estar integrado
em RAN ou em REN.
Sebenta no moodle
Exemplo:
09-06-2023
O TC é obrigado a recorrer.
Ministério Público
Artigo 70.º
Remeter para o Art. 280
(Decisões de que pode recorrer-se)
1. Cabe recurso para o Tribunal Constitucional, em secção, das decisões dos tribunais:
4. Entende-se que se acham esgotados todos os recursos ordinários, nos termos do n.º 2,
quando tenha havido renúncia, haja decorrido o respectivo prazo sem a sua interposição
ou os recursos interpostos não possam ter seguimento por razões de ordem processual.
Artigo 75.º
(Prazo)
1. O prazo de interposição de recurso para o Tribunal Constitucional é de 10 dias
e interrompe os prazos para a interposição de outros que porventura caibam da
decisão, os quais só podem ser interpostos depois de cessada a interrupção.
No Art. 75 da LTC, isto significa que tem 10 dias uteis de decisão positiva ou
negativa de inconstitucionalidade ou ilegalidade do juiz a quo, e se existirem ou
se a lei admitir recurso direto, os recursos da relação para o supremo não
correm, pois e possível na primeira instancia recorrer para o TC, sem recorrer
para a relação ou para o supremo tribunal.
Artigo 75.º-A
(Interposição do recurso)
O tribunal só identifica
1. O recurso para o Tribunal Constitucional interpõe-se por meio de
a norma que está no
requerimento, no qual se indique a alínea do n.º 1 do artigo 70.º ao
requerimento.
abrigo da qual o recurso é interposto e a norma cuja
inconstitucionalidade ou ilegalidade se pretende que o Tribunal aprecie.
Artigo 76.º
(Decisão sobre a admissibilidade)
1. Compete ao tribunal que tiver proferido a decisão recorrida apreciar a
admissão do respectivo recurso.
Artigo 40.º
(Sessões) 3 secções
1. O Tribunal Constitucional funciona em sessões plenárias e por secções.
2. O Tribunal Constitucional reúne ordinariamente segundo a periodicidade a
definir no regimento interno e extraordinariamente sempre que o presidente o
convocar, por iniciativa própria ou a requerimento da maioria dos juízes em
efectividade de funções.
3. (Revogado.)
Artigo 41.º
(Secções)
1. Haverá três secções não especializadas, cada uma delas constituída pelo
presidente ou pelo vice-presidente do Tribunal e por mais quatro juízes.
Artigo 78.º-A
(Exame preliminar e decisão sumária do relator)
1. Se entender que não pode conhecer-se do objecto do recurso ou que a questão
a decidir é simples, designadamente por a mesma já ter sido objecto de decisão
anterior do Tribunal ou por ser manifestamente infundada, o relator profere
decisão sumária, que pode consistir em simples remissão para anterior
jurisprudência do Tribunal.
Artigo 79.º-D
(Recurso para o plenário)
1. Se o Tribunal Constitucional vier julgar a questão da inconstitucionalidade ou
ilegalidade em sentido divergente do anteriormente adoptado quanto à mesma
norma, por qualquer das suas secções, dessa decisão cabe recurso para o plenário
do Tribunal, obrigatório para o Ministério Público quando intervier no processo
como recorrente ou recorrido.
Recursos para o TC
Art. 76- recurso da decisão de inconstitucionalidade
Art. 76, n.4- recurso da decisão do juiz a quo que não admita o recurso para o
TC
Artigo 80.º
(Efeitos da decisão)
1. A decisão do recurso faz caso julgado no processo quanto à questão da
inconstitucionalidade ou ilegalidade suscitada.
Se o juiz entender que a norma não é inconstitucional o recurso não pode subir
diretamente para o TC, para isso tem de esgotar os recursos (recursos no
tribunal da relação e no supremo tribunal).
a) O Presidente da República;
b) O Presidente da Assembleia da República;
c) O Primeiro-Ministro;
d) O Provedor de Justiça;
e) O Procurador-Geral da República;
2
Só podem
Pág. 18 e 19 da Sebenta
recorrer ao TC
se tiverem um
fundamento
específico
f) Um décimo dos Deputados à Assembleia da República;
g) Os Representantes da República, as Assembleias Legislativas das regiões
autónomas, os presidentes das Assembleias Legislativas das regiões autónomas, os
presidentes dos Governos Regionais ou um décimo dos deputados à respectiva
Assembleia Legislativa, quando o pedido de declaração de inconstitucionalidade se
fundar em violação dos direitos das regiões autónomas ou o pedido de declaração de
ilegalidade se fundar em violação do respectivo estatuto.
Efeitos
retroativos-
uma
Artigo 282.º - (Efeitos da declaração de inconstitucionalidade ou de ilegalidade)
declaração com
efeitos
retroativos,
como se a
1. A declaração de inconstitucionalidade ou de ilegalidade com força obrigatória
norma
geral produz efeitos desde a entrada em vigor da norma declarada inconstitucional ou
inconstitucional
ilegal e determina a repristinação das normas que ela, eventualmente, haja revogado.
ou ilegal nunca
2. Tratando-se, porém, de inconstitucionalidade ou de ilegalidade por infracção de
tivesse existido
norma constitucional ou legal posterior, a declaração só produz efeitos desde a
entrada em vigor desta última.
3. Ficam ressalvados os casos julgados, salvo decisão em contrário do Tribunal
Constitucional quando a norma respeitar a matéria penal, disciplinar ou de ilícito de
mera ordenação social e for de conteúdo menos favorável ao arguido.
4. Quando a segurança jurídica, razões de equidade ou interesse público de
excepcional relevo, que deverá ser fundamentado, o exigirem, poderá o Tribunal
Constitucional fixar os efeitos da inconstitucionalidade ou da ilegalidade com alcance
mais restrito do que o previsto nos n.ºs 1 e 2.