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PSIQUIATRIA

INTERVENCIONISTA

Sayra Catalina
Médica Psiquiatra, MSc
O que é Psiquiatria Intervencionista?

- Área da Psiquiatria, na qual são realizados procedimentos em


ambiente hospitalar com uma finalidade terapêutica

https://www.psiqintervencionista.org.br
Quais Procedimentos fazem parte da Psiquiatria
Intervencionista ?

- Electroconvulsoterapia
- Estimulação Magnética Transcraniana
- Escetamina Intranasal
- Escetamina Endovenosa ou Subcutânea
- Estimulação do Nervo Vago

Brunoni AR, Valiengo L, Gallucci-Neto J. Psiquiatria Intervencionista: 13


motivos. Braz J Psiquiatria.; 44(6):565-566, 2022.
Quando usar a Psiquiatria Intervencionista?

Transtornos neuropsiquiátricos graves e resistentes/refratários aos


tratamentos convencionais:

▪ Depressão psicótica
▪ Risco de suicídio
▪ Catatonia
▪ Episódios de mania em paciente com Transtorno de Humor Bipolar
▪ Esquizofrenia refratária ao tratamento
▪ TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo ) grave
▪ Auto ou Heteroagressão grave
▪ Doença de Parkinson

Berman J, Ambrose AJ. Priorizando as preferências do paciente: um guia prático para adaptar
as escolhas de tratamento em psiquiatria intervencionista. J Clin Psiquiatria.; 83(3):22ac14436,
2022.
CENTRO DE PSIQUIATRIA INTERVENCIONISTA DO HSL-PUCRS

- Transtornos neuropsiquiátricos graves e resistentes/refratários aos tratamentos convencionais


ELETROCONVULSOTERAPIA
(ECT)
- Transtornos neuropsiquiátricos graves e resistentes/refratários aos tratamentos convencionais
Eletroconvulsoterapia (ECT)

Uma perspectiva histórica

- Transtornos neuropsiquiátricos graves e resistentes/refratários aos tratamentos convencionais


Eletroconvulsoterapia (ECT)

- Desde 1938

- Primeira aplicação na Universidade La Sapienza (Itália)


- Transtornos neuropsiquiátricos graves e resistentes/refratários aos tratamentos convencionais
- Em Paciente masculino de 39anos com diagnóstico de
Esquizofrenia severa “apático, murmurava palavras
que ninguém conseguia entender, desorientado,
alucinações auditivas, delírios de persecutórios e
autocuidados prejudicados”
Eletroconvulsoterapia (ECT)

- Técnica de neuroestimulação que provoca convulsões


controladas com o objetivo de restabelecer o funcionamento
cerebral;
- Transtornos neuropsiquiátricos graves e resistentes/refratários aos tratamentos convencionais
- Aparelho que produz corrente elétrica de baixa intensidade
através de eletrodos no couro cabeludo;

- Uso de anestésicos e relaxantes musculares;

- Procedimento seguro, indolor e altamente eficaz

Efficacy nd safety of electroconvulsive therapy: a systematic review and meta-analysis,2018


Eletroconvulsoterapia (ECT)

Mecanismo de ação:
- Transtornos neuropsiquiátricos graves e resistentes/refratários aos tratamentos convencionais
- Intrigante, não está completamente esclarecido;

- Teoria mais aceita: crise convulsiva com efeitos neurtróficos


e neuroendócrinos

Weiss A, et al., Aus N Z Psychiatry, 2019


Quando Indicar Eletroconvulsoterapia (ECT)?

ECT como tratamento de 1ra Linha:

- Depressão psicótica
- Transtornos neuropsiquiátricos graves e resistentes/refratários aos tratamentos convencionais
- Presença de sintomas catatônicos
- Risco elevado de suicídio
- História de má resposta a outros tratamentos

Efficacy nd safety of electroconvulsive therapy: a systematic review and meta-analysis,2018


Eletroconvulsoterapia (ECT)

Quantas sessões?

- Fase de indução: 9 a 12 sessões (2 a 3 vezes por semana);


- Transtornos neuropsiquiátricos graves e resistentes/refratários aos tratamentos convencionais

- Fase de manutenção: varia de paciente para paciente


ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA
TRANSCRANIANA
-
(TMS)
Transtornos neuropsiquiátricos graves e resistentes/refratários aos tratamentos convencionais
Estimulação Magnética
Transcraniana (TMS)

História
• Faraday (1831)
- Transtornos neuropsiquiátricos graves e resistentes/refratários aos –tratamentos
indução eletromagnética
convencionais – variação no
campo magnético produz corrente elétrica

• A. Barker (1985) – primeiro trabalho demonstrando


possibilidade de estimular atividade cerebral com
estímulos magnéticos
Estimulação Magnética Transcraniana (TMS)

- Técnica de neuroestimulação de pequenas


regiões do cérebro através de um único eletrodo
- Transtornoslocalizado
neuropsiquiátricos
na região graves e resistentes/refratários
Fronto-temporal à aos tratamentos convencionais
esquerda;

- Procedimento seguro, indolor e eficaz


Estimulação Magnética Transcraniana (TMS)

Como funciona?

- Transtornos neuropsiquiátricos
• Bobina graves e resistentes/refratários aos tratamentos convencionais
gera campo magnético
• Induz corrente elétrica e despolarização
neuronal
• Pulsos repetidos – altera excitabilidade
da região
Estimulação Magnética Transcraniana (TMS)
Indicações

BRASIL
• Depressão resistente a tratamento com antidepressivos
(ANVISA)
• Epilepsia (como ferramenta diagnóstica)
- Transtornos neuropsiquiátricos graves e resistentes/refratários aos tratamentos convencionais

USA
• Depressão resistente
• Enxaqueca com aura
• Esquizofrenia
• Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)
ESCETAMINA INTRANSAL
(SPRAVATO)
- Transtornos neuropsiquiátricos graves e resistentes/refratários aos tratamentos convencionais

Bula de Spravato® (cloridrato de escetamina) Janssen


Escetamina Intranasal (Spravato)

- Primeiro antidepressivo intranasal;

- Oferece uma abordagem inovadora com um mecanismo de


- Transtornos neuropsiquiátricos
ação rápido graves e resistentes/refratários aos tratamentos convencionais
por via intranasal;

- Funciona como terapia COADYUVANTE, não em


monoterapia

- Efeitos antidepressivos nas primeiras 24h

Daly E, et al. JAMA Psychiatry. 2019;76(9):893-903.


Efeitos adversos mais comuns do Spravato:
• Dissociação
• Tontura
• Náusea
• Sedação
• Cefaleia
• Vertigem
• Disgeusia
• Hipoestesia
• Vômitos
• Aumento da pressão arterial
• Ansiedade.
Fava M, et al. Psychiatr Clin N Am. 2003;26:457–94;
HSL da PUCRS, pioneiro na aplicação de Spravato

Paciente masculino de 29 anos com Depressão


- Transtornos neuropsiquiátricos graves e resistentes/refratários aos tratamentos convencionais
Grave e Risco elevado de suicídio

Maio/2022
Escetamina Intranasal (Spravato)
Perspectiva Histórica
Cetamina

▪ Anestésico em 1997, na Alemanha;


▪ Em 2000
- Transtornos neuropsiquiátricos graves
passou a usar-se e resistentes/refratários
de forma aos tratamentos
endovenosa ou subcutânea de forma off-convencionais
label para depressão;

Escetamina
▪ Em 2013, foi designada para o tratamento depressão resistente ao tratamento
e desde então iniciaram vários ensaios clínicos com resultados promissores
▪ Aprovado em USA pela FDA em 2019 e no Brasil pela ANVISA em 2021;
Como funciona?

- Transtornos neuropsiquiátricos graves e resistentes/refratários aos tratamentos convencionais

Bula de Spravato® (cloridrato de escetamina) Janssen


Escetamina Intranasal (Spravato)

Mecanismo de Ação:

- Escetamina, um antagonista do receptor


- Transtornos neuropsiquiátricos
NMDA de glutamato; graves e resistentes/refratários aos tratamentos convencionais
- Aumento transitório da liberação de
glutamato;
- Aumento da sinalização neurotrófica
- Restauração a função sináptica2
Escetamina Intranasal (Spravato)

2 Indicações Atuais:
1) Depressão Resistente ao Tratamento

2) Depressão com ideação ou comportamento suicida agudo

Perspectivas Futuras:
- Prevenção de recaída em pacientes com Transtorno por Uso de Álcool (estudos
em andamento).
Bula de Spravato® (cloridrato de escetamina) Janssen
Definição de Depressão Resistente ao
Tratamento (DRT)

TDM (Transtorno Depressivo Maior) em adultos que não responderam


a pelo menos dois tratamentos com antidepressivos diferentes, em
dose terapêutica e tempo adequado, no mesmo episódio depressivo
com gravidade de moderada a grave.

Fava M, et al. Psychiatr Clin N Am. 2003;26:457–94;


Fases do tratamento:

Fase de Indução – 1 mês


- Aplicação de 2 a 3 dispositivos/frascos, 2 vezes na semana

Fase de Manutenção – Pelo mínimo 6 meses

- Aplicação de 2 a 3 dispositivos/frascos, uma vez na semana

Bula de Spravato® (cloridrato de escetamina) Janssen

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