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AFYA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS - GARANHUNS

MARCELA NOBRE BELTRÃO

SISTEMAS ORGÂNICOS E INTEGRADOS IV


Diferenças entre as doenças inflamatórias intestinais

GARANHUNS
2023
MARCELA NOBRE BELTRÃO

SISTEMAS ORGÂNICOS E INTEGRADOS IV


Diferenças entre as doenças inflamatórias intestinais

Trabalho apresentado à disciplina de


Tecnologia da Informação, como requisito
parcial para obtenção de nota em Sistemas
Orgânicos e Integrados IV do curso de
medicina.

Orientador: Prof. Felipe de Melo Souza.

GARANHUNS
2023
1. Encaminhe sua atividade sob forma de texto, correlacionando as diferenças
entre a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa, nos seguintes parâmetros:
incidência, gênero, relação com tabagismo, idade mais comum, localização, aspecto
patológico, aspecto histológico e complicações usualmente encontradas.

A doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa são doenças crônicas de etiologia


desconhecida que compartilham muitas características epidemiológicas, clínicas e
terapêuticas, mas que também possuem importantes diferenças.
O principal fator de risco de doenças inflamatórias intestinais é o histórico
familiar positivo, tendo a mesma prevalência em relação aos sexos e picos de
incidência entre a segunda e terceira década de vida para Doença de Crohn (DC)
enquanto na Retocolite Ulcerativa (RCU) o pico de incidência pode ocorrer dos 20 aos
40 anos e muitos estudos mostram um segundo pico entre os idosos, mas ambas as
doenças podem afetar qualquer faixa etária.
Os fumantes possuem maior probabilidade de serem portadores da Doença
de Crohn. Ao longo dos anos, tem-se observado que o ato de fumar piora a doença,
enquanto a cessação do fumo pode impedir novas crises. Ao mesmo tempo em que
na Retocolite Ulcerativa a maioria dos portadores não são fumantes e descobriu-se
que algumas pessoas desenvolveram a doença quando pararam de fumar, isto sugere
que o fumo pode atrasar ou impedir a doença, bem como reduzir sua gravidade. No
entanto, os riscos de se fumar muito superam quaisquer benefícios presenciados, o
que é desaconselhável que qualquer pessoa fume, seja portadora de Doenças
Inflamatórias Intestinais ou não.
Ademais, há várias explicações possíveis para este efeito aparentemente
“protetor” do fumo na RCU. Os portadores de Retocolite Ulcerativa têm uma camada
mucosa mais fina no cólon esquerdo e reto em comparação com pessoas saudáveis.
Sabemos que entre muitas substâncias químicas contidas no tabaco, a nicotina é a
que tem maior probabilidade de causar impacto. Logo, é possível que a nicotina possa
aumentar esta camada mucosa, além de suprimir o sistema imunológico impedindo a
inflamação do cólon.
A Doença de Crohn pode acometer qualquer parte do tubo digestivo, desde a
boca até o ânus. Não acomete o trato intestinal de forma homogênea e contínua,
apresentando “lesões em saltos” (separados por trechos de mucosa normal), as
alterações patológicas inflamatórias são tipicamente transmurais. Pode ocorrer
estenose por espessamento da parede, formação de fístulas e úlceras que se iniciam
com úlceras aftoides, tais ulceras e lesões são conhecidas como “pedra de
calçamento”. Outro achado característico é a presença de granulomas não caseosos.
Diferentemente da DC a Retocolite Ulcerativa é exclusiva do cólon e da
camada mucosa, apresentando lesões tipicamente “ascendente” e uniforme, afetando
em média 50% dos pacientes na região do reto e cólon sigmoide. Desaparecimento
do padrão típico do cólon, hiperemia, edema, mucosa friável, erosões, ulcerações e
exsudação de muco, pus ou sangue são comuns. Algumas formações de
pseudopólipos ocorrem de 10% a 30% dos casos e na RCU de longa duração pode
ocorrer displasia epitelial, que tem forte associação com o desenvolvimento de
neoplasia maligna do cólon.
REFERÊNCIAS

BERNARDI, Maria Amália. O Fumo/Nicotina e a Doença Inflamatória Intestinal


(DII): Como fumar pode afetar a DII. Revista da Associação Brasileira de Colite
Ulcerativa e Doença de Crohn, v. 14, nº 57, p. 11-14, 2014.

Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Doença


de Crohn. Disponível em: <chrome-
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Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas


Retocolite Ulcerativa. Disponível em: <chrome-
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em: 14 Agosto 2023.

CAMBUI, Yan Robert Santos; NATALI, Maria Raquel Marçal. Doenças


inflamatórias intestinais: revisão narrativa da literatura. Revista da Faculdade de
Ciências Médicas de Sorocaba, v. 17, n. 3, p. 116-119, 2015.

MARQUES, Mara Larissa Alves; PATRÍCIO, Marcos Paulo Fernandes.


Manifestações extra intestinais de espectros da doença inflamatória intestinal
em crianças e adolescentes: artigo de revisão. 2019.

ROBBINS, Stanley L.; COTRAN, Ramzi S. Bases Patológicas das Doenças. 7ª ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

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