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Camila Távora e Érica Batalha PNEUMO

AULA 01: DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC)

INTRODUÇÃO

DEFINIÇÃO .
● Doença pulmonar obstrutiva de caráter crônico, caracterizada pela limitação do fluxo aéreo das vias
aéreas inferiores, não totalmente reversível, provocada por uma resposta inflamatória a toxinas
inalatórias, principalmente a fumaça de cigarro
● Trata-se de uma doença prevenível (há fatores de risco modificáveis) e tratável (retarda a progressão)

EPIDEMIOLOGIA .
MUNDO BRASIL
● 2,74 milhões de óbitos no mundo por ● 4ª-7ª causa de morte no Brasil
DPOC (2020) ● Causa de morte que mais cresceu (1980 a
● 4ª causa de morte 1999)
● Estimativa de 30% de aumento nos próx 10 ● Prevalência: 3-7 milhões
anos: 3ª causa de morte em 2030 11,8% H e 8,5% M
● EUA: enquanto a mortalidade causada por Em SP (2005): 15,8%
outras doenças crônicas apresentava ● Subdiagnóstico: 64%
declínio ou estabilização, a mortalidade por
DPOC estava aumentando (1970-2002)

FATORES DE RISCO .
● Sexo masculino
● Idade avançada
● Tabagismo ativo e passivo
● Exposição ocupacional e a combustão de biomassa*
● Fatores genéticos
● Asma na infância
● Baixo nível socioeconômico

He ! Combustão de biomassa → exemplo: fogão à lenha, forno de pizzarias…


A biomassa é utilizada em 50% das casas do mundo e 90% dos domicílios rurais. Existem 3 bilhões de
indivíduos expostos à queima de biomassa, enquanto há 1,1 bilhão de fumantes no mundo → OU SEJA, há
muito mais gente exposta à queima de biomassa, que ao tabagismo em si
50% das mortes nos países subdesenvolvidos são por queima de biomassa (das quais 75% são mulheres)

PATOGÊNESE

● A exposição inalatória provoca uma resposta


inflamatória nas vias respiratórias e nos alvéolos.
A inflamação causa estreitamento e obstrução
das vias respiratórias, além de hipersecreção de
muco, espasmo brônquico, fibrose peribrônquica
e destruição das pequenas vias respiratórias

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● O processo inflamatório crônico pode provocar alterações nos brônquios (bronquite crônica), bronquíolos
(bronquiolite obstrutiva) e parênquima pulmonar (enfisema pulmonar)

ENFISEMA
BRONQUITE/BRONQUIOLITE CRÔNICA
● Aumento dos espaços aéreos distais ao
● Definição: tosse produtiva por 3 meses durante
bronquíolo terminal (alvéolos), com destruição
2 anos consecutivos
das suas paredes
● Termo clínico e epidemiológico
● Termo patológico

DIAGNÓSTICO

QUADRO CLÍNICO .

● Tosse crônica e produtiva


● Dispneia progressiva
● Sibilância
● Emagrecimento
● Fraqueza muscular

EXAME FÍSICO
INSPEÇÃO
● Tórax hiperinsuflado (aumento do diâmetro AP → tórax em barril ou tonel)
● Dispneia/taquipneia
● Respiração com lábios semicerrados (tenta manter pressão positiva)
● Uso da musculatura acessória
● Tempo expiratório prolongado
● Sinais de cor pulmonale (turgência jugular, hepatomegalia, edema de MMII, dor torácica) → disfunção do
ventrículo direito consequente a um distúrbio pulmonar. Isso ocorre pela hipóxia crônica, pois as
arteríolas pulmonares sofrem vasoconstricção, levando à hipertensão arterial pulmonar.

AUSCULTA
● MVU diminuído
● Sibilos e/ou crepitações

Atençã !
Paciente com DPOC apresenta em média 3,7
comorbidades

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FENÓTIPOS CLÍNICOS DA DPOC
● Pink Puffers ("sopradores rosados") → predomínio de enfisema. Apresentam dispneia do tipo soprador,
sendo essa uma tentativa de diminuição de aprisionamento de ar!
● Blue Bloaters ("pleitóricos azuis") → predomínio de bronquite crônica. São indivíduos mais robustos,
geralmente com tosse e escarro crônicos e tórax ruidoso (roncos, sibilos , estertores)

EXAMES COMPLEMENTARES .

ESPIROMETRIA PRÉ E PÓS BRONCODILATADOR


DEFINIÇÃO DE DPOC (GOLD)
● Definição: VEF1/CVF < 0,70 pós-broncodilatador
VEF1 - Volume expiratório forçado no 1º minuto
CVF - Capacidade vital forçada

He ! A maior dos pacientes com DPOC não apresentam resposta broncodilatadora significativa

GASOMETRIA ARTERIAL
Solicitada nos pacientes mais graves e mais sintomáticos, geralmente com SatO2 comprometida. Possíveis
achados:
● Acidose respiratória
● Hipercapnia
● Hipoxemia

ECG
● Na presença de Cor pulmonale, pode ser visualizada a Onda p pulmonale → Onda P > 2,5 mm em D2

ECO
● Sobrecarga de VD
● Hipertensão pulmonar

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PLETISMOGRAFIA
Realizado em uma cabine totalmente fechada (pletismógrafo) e com um volume conhecido. O doente respira
através de um bocal e realiza várias manobras respiratórias, de esforço variável, que provocam alterações de
pressão na cabine. Trata-se de um exame mais complexo e detalhado que a espirometria

VOLUMES PULMONARES E DIFUSÃO


Nos casos avançado:
● ↓Difusão de CO
● ↑Capacidade residual funcional (CRF)
● ↑Volume residual (VR)

ALFA-1 ANTITRIPSINA
Quando pesquisar deficiência de alfa-1-antitripsina?
● Enfisema em jovens (< 45 anos)
● Enfisema predominantemente em bases pulmonares
● Enfisema em não tabagistas ou com pequena carga tabágica
● História familiar de enfisema ou hepatopatia
● Doença hepática associada inexplicada

He ! A alfa-1 antitripsina é uma proteína inibidora da elastase neutrofílica, que degrada o tecido pulmonar.
Então, ela atua protegendo o pulmão

OUTROS EXAMES
● Teste de caminhada de 6min
● PiMax e PeMax
AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA .

RX TÓRAX
ENFISEMA
● Hiperinsuflação pulmonar com aumento do diâmetro AP
● Hipertransparência denotando hiperinsuflação pulmonar
● Pode ser possível a visualização de bolhas
● Retificação de hemicúpula diafragmática
● Aumento dos espaços intercostais

Meu Deus, só tem ar nesse RX. Muita retenção de ar com retificação de hemicúpula diafragmática
Pulmão mais hiperinsuflado (hipertransparente → radioluscência aumentada)
.

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-apiter
Retificação da hemicúpula diafragmática - Aumento da área retroesternal

Imagem 01: Observe a bolha de ar no HD


Imagem 02: Paciente jovem (34 anos) com DPOC devido deficiência de alfa-1-antitripsina

BRONQUITE CRÔNICA
● Espessamento de paredes brônquicas
● Infiltração ao longo de feixes broncovasculares

Observe o espessamento brônquico acentuado


TC DE TÓRAX DE ALTA RESOLUÇÃO (TCAR)
ENFISEMA
● Diagnostica precocemente
● Quantifica as áreas enfisematosas (correlação com anatomopatologia)

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↓Bolha
de parede

Bolhas enfisematosas e alteração da arquitetura pulmonar (destruição)

Achados mais discretos, porém é possível a visualização da hiperinsuflação pulmonar

BRONQUITE CRÔNICA
● Espessamento de paredes brônquicas
● Bronquiectasia → pode ser um achado na DPOC, mas se presente de forma isolada é prudente investigar
outras etiologias

of

Espessamento de parede brônquica, mas observe que o


diâmetro do brônquio não supera o da artéria (como acontece na bronquiectasia)

BRONQUIOLITE (DOENÇA DE PEQUENAS VIAS AÉREAS)


● Remodelamento, estreitamento e obliteração da luz (VA)
● Aprisionamento aéreo (atenuação em mosaico)

~
E
Fase expiratória: mosaico com áreas mais escuras (áreas de
aprisionamento aéreo) e áreas mais claras (parênquima)

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DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS

ASMA .

DPOC ASMA

Idade de início Início após os 40 anos Início na infância, mas pode haver
um grande período assintomático e
retorno após 40 anos

História familiar Ausente ou presente HF de atopia é frequente

Tabagismo ou outra Presente Presente ou ausente


exposição de risco

Resposta ao tratamento Diminuição variável dos sintomas com o Desaparecimento dos sintomas com
tratamento o tratamento adequado

Espirometria Distúrbio ventilatório obstrutivo (DVO) DVO com reversibilidade com o


com pouca ou nenhuma reversibilidade broncodilatador

BRONQUIECTASIAS .
● Quadro clínico: tosse, dispneia e secreção abundante ↳. Aneldebinete
● Fases avançadas: hipoxemia e cor pulmonale
do loo
● TCAR (padrão ouro): dilatação brônquica .

Brünquio/parede esperado e/art

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NEOPLASIA PULMONAR .
● Quadro clínico: tosse, secreção, dispneia, hemoptise, dor torácica
● História de tabagismo

Área de condensação em LSD

ICC .
● Crepitações finas nas bases à ausculta
● RX: área cardíaca aumentada e edema pulmonar
● Espirometria com distúrbio restritivo e NÃO obstrutivo (↓CVF, relação VEF1/CVF normal ou aumentada)

Área cardíaca aumentada

FIBROSE PULMONAR .
● Quadro clínico: Tosse seca e dispneia
● Crepitações em bases
● Espirometria: Distúrbio restritivo

Presença de áreas de fibrose no


parênquima pulmonar

BRONQUIOLITE .
● Quadro clínico: Tosse e dispneia de início mais agudo
● Não há história de tabagismo
● TCAR com padrão em mosaico
● Pouco prevalente (mais comum em crianças)

Hipodensidade sugerindo aprisionamento de ar

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CLASSIFICAÇÃO

QUESTIONÁRIO MRC .
● Questionário Modificado do Conselho de Pesquisa Médica (Medical Research Council)
● Avalia qualidade de vida com a doença
● Deve ser feita durante todo o acompanhamento

CAT - COPD ASSESSMENT TEST .


● Depende do nível de cognição do paciente
● Avalia o grau de impacto que a DPOC tem no bem estar e atividades diárias do paciente

NÍVEL DE IMPACTO:
>30 → muito alto
>20 → alto
10-20 → médio
<10 → baixo

He ! Observe que um CAT >=10 já


significa que a doença tem impacto
negativo na vida do paciente!

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GOLD 2023 .
● Classificação da limitação do fluxo aéreo na DPOC
● Baseada no VEF1 pós broncodilatador

Após o diagnóstico definido, devemos alocar o paciente na classificação ABE para definir a terapêutica sua
terapêutica. Os critérios considerados são: história de exacerbação e hospitalização, classificação mRC e CAT

SEMPRE considerar o critério com pior valor para alocar o paciente

Essa classificação visa individualizar o tratamento!

TRATAMENTO DPOC ESTÁVEL

TRATAMENTO FARMACOLÓGICO .

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LABA - broncodilatador de longa ação → Formoterol ou Salmeterol
SABA - broncodilatador de curta ação → Fenoterol, Salbutamol ou Terbutalina
LAMA - antimuscarínico de longa ação → Tiotrópio, Umeclidínio e o Glicopirrôneo
CI - corticoide inalatório → Budesonida, Fluticasona e Beclometasona

MEDICAMENTOS ADJUVANTES
● Anticolinérgico de curta ação → Ipratrópio
● Inibidores da PDE4 → Roflumilast
● Antibióticos → Azitromicina, Eritromicina (utilizados como imunomoduladores, diminuindo a inflamação)

PRÉ-DPOC ou PRISm
● Preserved Ratio Impaired Spirometry
● Paciente com sintomas respiratórios e/ou outros achados funcionais ou estruturais + AUSÊNCIA de
obstrução na espirometria: VEF1/CVF >0,7 COM VEF1 ou CVF <80% do previsto
● Podem ou não desenvolver obstrução ao fluxo aéreo persistente
● Pode estar presente em até 20% dos tabagistas
● Podem surgir em qualquer idade
He ! Metilxantinas (teofilina) apresentam evidências limitadas e contraditórias → NÃO são recomendadas

ACOMPANHAMENTO DO TRATAMENTO
REVISAR AJUSTES AVALIAR
● Sintomas, CAT, MRC, ● Escalonar ● Terapia farmacológica: técnica
exacerbações ● Mudança de dispositivo e aderência ao dispositivo
● Fatores de risco: tabagismo ● Descalonar ● Abordagem não
● Espirometria farmacológica: (reabilitação
pulmonar, evitar exposições)
● Vacinação
● Manuseio das comorbidades
● Avaliar necessidade:
oxigenioterapia, VNI, cirurgia,
paliação

TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO .


MEDIDAS GERAIS
● Cessação do tabagismo
● Atividade física
● Suporte nutricional
● Reabilitação pulmonar (principalmente, pacientes B e E)
● Tratamento paliativo (se indicado)

VACINAÇÃO
● Vacinação antiinfluenza
Anual, reduz infecção de VAI, hospitalizações e morte em DPOC
● Antipneumocócica
PPSV 23 reduz PAC em pacientes <65 anos com VEF1<40%P ou comorbidades cardiovasculares
PCV-13 reduz bacteremia e doença pneumocócica invasiva em >65 anos
● DTpa
Adultos não vacinados na adolescência para proteger contra coqueluche
● Zoster e Covid

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OXIGENIOTERAPIA
Tem se mostrado como o principal tratamento para melhorar a sobrevida de pacientes hipoxêmicos
portadores de DPOC, com o objetivo de manter SaO2 ≥ 90%. Após início do tratamento, reavaliar 60-90 dias
Indicações de oxigenoterapia prolongada domiciliar de baixo fluxo:
● PaO2<=55mmHg ou SaO2<=88% +/- hipercapnia (por 2x em 3 semanas)
● PaO2 59 mmHg COM evidências de cor pulmonale ou policitemia
● Se hipercapnia + SAOS → VNI está indicada

TRATAMENTO CIRÚRGICO .
MEDIDAS GERAIS
● Bulectomia (retirada das “bolhas de ar” do pulmão, sem remover o parênquima)
● Cirurgia redutora pulmonar
● Intervenções broncoscópica (válvulas, bobinas, ablação a vapor)
● Transplante pulmonar

TRATAMENTO DPOC EXACERBADA

DEFINIÇÃO DE EXACERBAÇÃO .
● “Um evento no curso natural da doença, de caráter agudo, caracterizado por mudanças nos sintomas
habituais do paciente (dispneia, tosse ou expectoração), além das variações normais do dia a resultando
na necessidade de alterar a medicação habitual de um paciente com DPOC”
● Podem ser leves, moderadas ou graves
● Causas mais comuns: infecções bacterianas/virais dos pulmões e vias aéreas
● Associam-se a aumento dos marcadores inflamatórios e longo período de recuperação
● São desesperadoras para os pacientes e seus familiares

IMPACTO .
● Queda da função pulmonar
● Agravo do estado de saúde
● Aumento de sintomas
● Aumento do risco de hospitalização no ano seguinte: 23-43%
● Aumento do risco de mortalidade:
Mortalidade intra-hospitalar: 3,6-11%
Mortalidade em UTI: 24% (42% em 1 ano)
Aumento da mortalidade em 15,6% em relação ao DPOC estável

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FATORES DE RISCO .
● Tosse crônica
● Exacerbação anterior, internamento por exacerbação
● Obstrução grave (VEF1 < 50%)
● IMC (< 20 kg/m2 )
● Relação AP/Aorta (AP:A) > 1
● Marcadores elevados (PCR, Fibrinogênio, Leucocitose)
● Oxigenoterapia prolongada
● Doenças cardiovasculares
● Bronquite crônica, tosse com secreção
● Refluxo gastroesofágico
● Idade elevada

CONDIÇÕES QUE MIMETIZAM OU AGRAVAM EXACERBAÇÕES .

QUADRO CLÍNICO .
SINTOMAS PRIMÁRIOS
● Aumento da dispneia
● Aumento no volume de escarro
● Alterações na coloração do escarro

SINTOMAS SECUNDÁRIOS
● Chiado ● Mal-estar
● Aperto no peito ● Insônia
● Aumento da tosse ● Sonolência
● Dor no peito ● Fadiga
● Taquicardia ● Febre
● Taquipneia ● Depressão
● Confusão mental

MANEJO .
OBJETIVOS DO MANEJO
● Tratar → Infecção, TEP, pneumotórax, isquemia cardíaca, arritmia, ICC
● Melhorar oxigenação → SpO2 entre 88-92% (DPOC é retentor crônico de CO2, não precisa ser >92%)
● Diminuir a resistência das vias aéreas → Broncodilatadores, corticóides e fisioterapia respiratória
● Melhorar a função da musculatura respiratória → Suporte ventilatório (VNI, VM) e nutricional

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EXAMES COMPLEMENTARES
● Oximetria de pulso → rastreamento e ajuste de O2 suplementar
● Gasometria (hospital) → PaO2 < 60mmHg com/sem PaCO2 > 50mmHg respirando ar ambiente indica
insuficiência respiratória
● RX de tórax → excluir diagnósticos alternativos
● ECG → dx de problemas cardíacos coexistentes
● Hemograma completo → identificar policitemia, anemia ou sangramento
● Escarro purulento → indicação para iniciar ATB empírico
● Bioquímica → detectar distúrbios eletrolíticos, DM, pobre estado nutricional
● Espirometria → NÃO recomendada DURANTE a exacerbação

TRATAMENTO DOMICILIAR
ANTIBIÓTICO
Na presença de:
● ↑ do volume da expectoração
● ↑ da intensidade da dispneia
● Mudança do aspecto da expectoração para purulenta

BRONCODILATADOR INALATÓRIO
● Iniciar ou aumentar a frequência do uso de SABA e/ou antimuscarínico de curta duração

CORTICOSTERÓIDE
● Prednisona ou equivalente via oral

OXIGÊNIO
● Titular a oferta de O2 para manter SpO2 entre 88-92%

TRATAMENTO HOSPITALAR
INDICAÇÕES DE ADMISSÃO HOSPITALAR
● Grande aumento na intensidade dos sintomas
● DPOC grave
● Surgimento de novos sintomas
● Falha de resposta a terapêutica inicial
● Comorbidades graves
● Exacerbações frequentes
● Idade avançada
● Ausência de suporte domiciliar

ANTIBIÓTICO
Na presença de:
● Pacientes graves, exceto se identifica etiologia não infecciosa
● Presença dos sintomas cardinais (dispneia, tosse e/ou produção de escarro )
● Necessidade de VMI

BRONCODILATADOR INALATÓRIO
● Iniciar a cada 20 min até 3 doses e depois de 4/4h até estabilização
● Brometo de ipratrópio a cada 4h

CORTICOSTERÓIDE
● Metilprednisolona ou hidrocortisona IV por até 72h, seguida de prednisona ou equivalente por via oral

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OXIGÊNIO
● Titular a oferta de O2 para manter SpO2 entre 88-92%
● Pode ser feita VNI ou cateter nasal de alto fluxo
● VM → na falência ou contraindicação da VNI

FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
● Deve ser avaliada individualmente

He ! Deve-se realizar balanço hídrico rigoroso e heparina subcutânea

INDICAÇÕES DE ADMISSÃO NA UTI


● Dispneia grave não responsiva à terapia inicial
● Alteração no status mental (confusão, letargia, coma)
● Persistência ou piora da hipoxemia (PaO2<40mmHg) e da acidose respiratória (pH<7,25) a despeito da
suplementação de O2 e VNI
● Necessidade de VM
● Instabilidade hemodinâmica (necessidade vasopressores)

PREVENÇÃO .
● Diagnóstico precoce da DPOC
● Tratamento não medicamentoso + Vacinação + Tratamento medicamentoso

O diagnóstico e tratamento corretos da DPOC previnem boa parte das crises graves, internações e óbitos.
Devendo, portanto, ser preocupação de TODOS os profissionais e serviços de saúde

DPOC X NEOPLASIA DE PULMÃO

FATORES DE RISCO .
● > 55 anos
● Carga tabágica >30 maços/ano
● Enfisema pulmonar
● VEF1/CVF <70
● IMC < 25Kg/m²
● História familiar de CA de pulmão
SCREENING .
● TC com baixa dose anual
● Indicação:
50-80 anos com >20 maços/ano
Tabagista atual ou ex-tabagista com <15 anos de abstinência

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QUESTÕES

QUESTÃO 01
Em relação ao tratamento do paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica.
Assinale a alternativa correta.
a) O uso do corticoide inalado no tratamento da DPOC tem como principal objetivo aumentar a sobrevida desses
pacientes, visto que sua ação anti-inflamatória reduz a destruição do parênquima pulmonar pelo processo
inflamatório crônico da DPOC
b) A interrupção do tabagismo e o uso de oxigenoterapia suplementar (quando indicada) são as únicas medidas que
comprovadamente reduzem de forma significativa a mortalidade pela DPOC
c) O uso do corticoide inalado só está indicado em pacientes com DPOC muito grave (Gold 4), visto que sua ação
principal é melhorar a troca gasosa e com isso amenizar o cor pulmonale, que é a mais grave consequência da
hipoxemia crônica
d) O uso de corticoide sistêmico só está indicado durante uma exacerbação grave da DPOC, e em pacientes com
espirometria mostrando resposta significativa ao broncodilatador inalado (Prova Broncodilatadora Positiva).
e) O uso de xantinas está indicado nos pacientes com DPOC moderada (Gold 2) que têm mais que uma exacerbação
por ano, visto que essa categoria medicamentosa reduz a frequência de exacerbações e com isso reduz
internações hospitalares

QUESTÃO 02
Em relação à TC na DPOC. É correto afirmar que esse exame:
a) Deve ser realizado em todos os casos
b) Deve ser solicitado quando houver planejamento de transplante, cirurgia redutora ou como parte do rastreamento
do CA de pulmão em fumantes
c) Deve ser indicado quando a DPOC estiver associada à asma
d) É recomendado para que o tratamento só deva ser iniciado após realização do exame
e) É essencial, pois avalia o diâmetro anteroposterior do tórax, confirmando os dados da espirometria

QUESTÃO 03
Durante consulta ambulatorial, paciente portador de DPOC moderada, em uso inalatório de salmeterol 25mcg 12/12h,
refere falta de ar diária e visitas frequentes ao PS por exacerbação dos sintomas. A conduta é:
a) Aumentar a dose do salmeterol para 50mcg de 8/8h e associar terapia com ATB profilático (SMZ+TMP) como
tratamento de manutenção
b) Substituir o salmeterol por teofilina de liberação lenta por VO, 300mg 12/12h, e associar prednisona
0,5mg/kg/dia ao tratamento de manutenção
c) Checar a técnica de uso da medicação atual e a aderência ao tratamento, e, se estiverem adequadas, associar
antimuscarínico de longa ação e/ou costicosteróide inalatório.
d) Associar teofilina de liberação lenta, 300mg, 12/12h, ao tratamento atual
e) Associar corticoterapia inalatória, em dose alta, por período mimo de um ano.

QUESTÃO 04
Homem de 60 anos, acompanhado por doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), refere dispneia aos esforços, tais
como subir escadas ou ladeiras. Apresentou um episódio de exacerbação da doença no último ano, sem necessidade de
internação. VEF1 (pós-broncodilatador) 63%. A classificação da doença e o medicamento a ser prescrito são:
a) DPOC GOLD II A; broncodilatador de ação curta
b) DPOC GOLD III B; beta2-agonista de ação longa
c) DPOC GOLD I A; beta2-agonista de ação longa
d) DPOC GOLD III C; anticolinérgico de ação longa

QUESTÃO 05
Em relação a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). É correto afirmar que:
a) A interrupção do tabagismo reduz a perda de função pulmonar, aumentando a sobrevida dos pacientes
b) O tabagismo é o principal fator de risco, havendo relação direta e linear entre carga tabágica e VEF1
c) Dispneia é o sintoma mais comum, devendo a presença de tosse levar à suspeita de “crise de exacerbação”

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d) Os beta-agonistas de longa ação, antes associados a um índice maior de mortalidade, são hoje considerados
drogas de segunda linha no tratamento
e) A TC de tórax, como rastreamento do CA de pulmão, é recomendada, anualmente, no caso de pct tabagistas

QUESTÃO 06
Nos pacientes portadores de DPOC que desenvolvem pneumonia bacteriana comunitária, quais os agentes etiológicos
mais prováveis?
a) Streptococcus pneumoniae e haemophilus influenzae
b) Klebsiella pneumoniae e bactérias anaeróbias
c) Staphylococcus aureus e pseudomonas aeruginosa
d) Haemophilus influenzae e bactérias anaeróbias
e) Chlamydia pneumoniae e Streptococcus pneumoniae

QUESTÃO 07
João, 45 anos, vem à Unidade Básica de Saúde com queixa de tosse, expectoração amarelada e muita falta de ar, que
piorou há 7 dias e passou a atrapalhar muito suas atividades cotidianas. João trabalha como vendedor em loja de roupas
e fuma desde os 15 anos, cerca de 2 maços por dia. Nega asma na infância e refere que este episódio de alterações
respiratórias é o terceiro neste ano. Qual é a conduta mais adequada em relação à investigação diagnóstica e tratamento
a curto prazo deste paciente?
a) Tratar a exacerbação com antibiótico, corticoide oral 7 dias, broncodilatadores e solicitar radiografia do tórax.
b) Tratar a exacerbação com antibiótico, corticoide oral 7 dias, broncodilatadores e solicitar radiografia do tórax e
espirometria com prova broncodilatadora.
c) Tratar a exacerbação com antibiótico, corticoide oral 7 dias, broncodilatadores e encaminhar ao Pneumologista,
para que realize exames.
d) Tratar a exacerbação com antibiótico, corticoide oral 7 dias e broncodilatadores, realizar aconselhamento breve
para cessação ao tabagismo, solicitar radiografia de tórax e espirometria com prova broncodilatadora.

QUESTÃO 08
Na agudização da DPOC, é correto afirmar:
a) O uso de corticóide está contra- indicado já que, frequentemente, há infecção desencadeando a agudização
b) O uso de oxigênio deve ser cauteloso, pois costuma desencadear queda na PaCO2
c) O uso de furosemida relaciona-se ao desenvolvimento de acidose metabólica
d) O uso de B2 agonista é seguro, mas induz hipopotassemia

QUESTÃO 08
Paciente do sexo masculino, 70 anos, com antecedente de DPOC, procura atendimento medico com quadro de piora
aguda da dispneia basal, associado a aumento da intensidade e frequência da tosse. Exame físico: Fr: 27; ausculta: MV+
bilateralmente com sibilos difusos; Saturação de oxigênio 89% ar ambiente. Com relação a essa condição clinica,
assinale a alternativa correta:
a) Em relação à exacerbação de DPOC, deve-se condicionar o uso de antibiótico a alteração radiológica e
alterações laboratoriais sugestivas de infecção, evitando-se uso excessivo de antibiótico e desenvolvimento de
resistência bacteriana.
b) O uso de corticoide inalatório ocasiona melhora mais rápida dos sintomas agudos de exacerbação de DPOC e
devem ser introduzidos na já na sala de emergência.
c) O uso de Ventilação mecânica não invasiva é usado de rotina no manejo de DPOC exacerbada com hipercapnia,
embora ainda não tenha sido comprovado impacto na diminuição de mortalidade com seu uso.
d) Deve-se manter o nível de suspeição elevado para tromboembolismo pulmonar agudo e síndrome coronariana
aguda como causa da piora da dispneia no DPOC, já que essa população tem prevalência maior dessas
patologias do que a população geral

1-B 6-A
2-B 7 - D (com críticas, pois a espirometria NÃO deve ser feita
3-C durante a exacerbação)
4-A 8-D
5-AeE 9-D

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