Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 1

ASSUNTOS EM DESTAQUE: Covid-19 Dengue Vacinação Saúde mental Gripe/Influenza Podcast Edições da revista

 MENU ENTRAR ASSINE BUSCAR 

ALIMENTAÇÃO MEDICINA FITNESS MENTE FAMÍLIA VIDA ANIMAL COLUNISTAS

CHECK-UP COM SIDNEY KLAJNER


O cirurgião e presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein levanta e debate as tendências e os desafios que interferem em nosso dia a dia e
na saúde pública do país

Medicina

Cigarros eletrônicos: a bola da vez jogando


contra a saúde
Se o apelo do cigarro estava ficando para o passado, as novas gerações estão ressuscitando velhos riscos em novas
práticas de tabagismo
Por Sidney Klajner
24 jun 2024, 15h32

Dispositivos eletrônicos para fumar apresentam sabores e aromas agradáveis, mas podem ser nocivos à saúde (Ilustração: André Ducci/SAÚDE é Vital)

 Reconhecido internacionalmente pela eficácia das suas políticas


antitabagistas, o Brasil viu o número de fumantes cair drasticamente

nos últimos anos. No entanto, agora assiste à assustadora disparada

do contingente de usuários dos dispositivos eletrônicos para fumar
(DEFs).

Segundo dados do Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica
(Ipec), o consumo da categoria aumentou 600% nos últimos seis anos.
São cerca de 3 milhões de pessoas — sobretudo jovens, o público mais
seduzido pelos vapes, pods, e-cigarettes, além do narguilé (em versão
eletrônica ou tradicional).

Ou seja, se o apelo do cigarro estava ficando para o passado, as novas


gerações estão ressuscitando velhos riscos em novas práticas de
tabagismo.

Lançados mundialmente em 2003, esses dispositivos eletrônicos


chegaram a ser cogitados como um apoio à cessação do tabagismo.
Porém, embora não dependam de combustão, os eletrônicos nada têm
de inofensivos.

Como observa Ricardo Magaldi, pneumologista do Einstein, além da


nicotina (a droga que causa dependência e, nos mais jovens, pode
impactar o desenvolvimento cognitivo, afetando a memória e o
aprendizado), eles têm outras substâncias tóxicas, como o
propilenoglicol, que no processo de uso vira formaldeído, agente
potencialmente cancerígeno, e metais pesados, entre outros itens.

+ Leia também: Diagnóstico de câncer acontece mais cedo em


usuários de cigarro eletrônico

Os malefícios do cigarro convencional, como sua relação com câncer


de pulmão, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e problemas
cardiovasculares, são amplamente conhecidos e estudados. Os
associados ao uso dos dispositivos eletrônicos, um fenômeno bem
mais recente, começam a ser desvendados.

Temos até o surgimento de uma nova terminologia para definir


problemas pulmonares relacionados com o seu consumo: a lesão
pulmonar associada ao uso de cigarros eletrônicos, conhecida pela
sigla Evali (do inglês e-cigarette or vaping product use-associated lung
injury). Segundo um importante estudo publicado no ano passado na
revista Circulation, da American Heart Association, em 2019 foram
registradas nos Estados Unidos mais de 2.800 hospitalizações
associadas a Evali.

O trabalho destaca, ainda, seu consumo pela população mais jovem.


Naquele ano, 27,5% dos estudantes do ensino médio haviam feito uso
dessas novas formas de consumo de tabaco.

São necessários mais anos de uso desses dispositivos eletrônicos para


se comprovar cientificamente sua relação com outras enfermidades já
sabidamente relacionadas ao cigarro. Todavia, a medida mais urgente
por ora é agir para brecar seu avanço. É acertada a decisão da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que desde 2019 proíbe a
comercialização, importação e propaganda de dispositivos desse tipo.
Mas ainda assim eles estão amplamente disponíveis para venda em
lojas físicas e online.

NEWSLETTER

Receba, toda semana, as reportagens de Veja Saúde que mais


deram o que falar. Inscreva-se aqui para receber a nossa
newsletter

Clique aqui para entrar em nosso canal no WhatsApp

Jovens têm mais dificuldade em tratar a


dependência
O desafio de largar o vício não é diferente para os dependentes da
nicotina do cigarro eletrônico ou do convencional. Segundo o Alfredo
Maluf Neto, coordenador da Psiquiatria do Einstein, a abordagem
terapêutica é a mesma, com planos de cuidado customizados de
acordo com a necessidade e o perfil de cada paciente, sempre
contemplando os aspectos físicos, psicológicos e comportamentais da
dependência.

O tratamento pode envolver medidas farmacológicas – reposição de


nicotina (adesivos, gomas de mascar ou pastilhas) e eventualmente
administração de medicamentos antidepressivos, como a bupropiona
– e não farmacológicas, como sessões de terapia comportamental
cognitiva que ajudam a identificar e contornar gatilhos que
predispõem ao consumo.

Mas, seja no tabagismo tradicional ou no eletrônico, o sucesso das


intervenções dependerá, acima de tudo, da determinação do paciente.
E a experiência dos médicos do Einstein mostra que é mais difícil
fazer um jovem desistir do vape do que algum adulto mais velho
abandonar o cigarro.

Aliás, a não ser que haja algum sintoma que preocupe ou por
iniciativa dos pais, são raros os jovens que buscam ajuda médica para
romper com a dependência. O imediatismo e o prazer falam mais alto
do que os riscos de problemas de saúde no futuro.

Vale lembrar que uma das metas dos ODS 3 (Objetivo do


Desenvolvimento Sustentável relativo à Saúde e Bem-Estar) da
Organização das Nações Unidas é fortalecer a implementação de
medidas para proteger as gerações presentes e futuras das
consequências sanitárias, sociais, ambientais e econômicas
associadas ao tabagismo.

Em muitos países, caminhos vem sendo tentados para desestimular o


uso dos dispositivos eletrônicos para fumar. Encará-lo como um
problema de saúde pública, estabelecer políticas para inibir o
consumo e desenvolver programas de conscientização da população
em geral e dos jovens em particular devem fazer parte da solução.

Assim como foi possível, em certa medida, tornar “out” o hábito de


fumar cigarros convencionais, é urgente nos empenharmos para que
os vapes e cigarros eletrônicos deixem de ser “in”.

Compartilhe essa matéria via:

WhatsAPP Telegram

RELACIONADAS

■ Anvisa mantém proibição ao cigarro eletrônico: por quê?


■ Cigarro eletrônico aumenta risco de uso de maconha e álcool em jovens
■ Diagnóstico de câncer acontece mais cedo em usuários de cigarro
eletrônico

PUBLICIDADE

CIGARRO DOENÇAS RESPIRATÓRIAS MALEFÍCIOS DO CIGARRO

Assine Abril

VEJA SAÚDE VOCÊ RH SUPERINTERESSANTE CLAUDIA VEJA QUATRO RODAS

ASSINE ASSINE ASSINE ASSINE ASSINE ASSINE

A PARTIR DE A PARTIR DE A PARTIR DE A PARTIR DE A PARTIR DE A PARTIR DE


R$ 2/SEMANA R$ 2/SEMANA R$ 2/SEMANA R$ 2/SEMANA R$ 2/SEMANA R$ 2/SEMANA

Leia também no GoRead

SIGA

BEBÊ CASACOR INSTITUTO VEJA VEJA SÃO PAULO

BOA FORMA CLAUDIA QUATRO RODAS VIAGEM E TURISMO


Grupo Abril Atendimento ao assinante –
Minha Abril
BRAVO! ELÁSTICA SUPERINTERESSANTE VOCÊ RH Política de privacidade
Anuncie
Como desativar o AdBlock
CAPRICHO ESPECIALLISTAS VEJA VOCÊ S/A

CASA GUIA DO ESTUDANTE VEJA RIO

QUEM SOMOS FALE CONOSCO TERMOS E CONDIÇÕES TRABALHE CONOSCO Abril Comunicações S.A., CNPJ 44.597.052/0001-62 - Todos os direitos reservados.

Você também pode gostar