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7
EDUCAÇÃO
INCLUSIVA PARA
O ESPORTE
Modelos de ensino
estratégias pedagógicas
José Airton de Freitas Pontes Junior
Lívia Marques Quixadá
Copyright © 2021 Fundação Demócrito Rocha

FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR)


Presidência Luciana Dummar
Direção Administrativo-Financeira André Avelino de Azevedo
Gerência Geral Marcos Tardin
Gerência Editorial e de Projetos Raymundo Netto
Gerência Canal FDR Chico Marinho
Gerência Marketing & Design Andrea Araujo
Análise de Projetos Aurelino Freitas e Fabrícia Góis
Edição de Mídias Isabel Vale

UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE)


Gerência Pedagógica Viviane Pereira
Coordenação de Cursos Marisa Ferreira
Design Educacional Joel Lima
Front End Isabela Marques

INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE


Concepção e Coordenação Geral Valéria Xavier
Coordenação de Conteúdo Ricardo Catunda
Coordenação Editorial e Revisão Daniela Nogueira
Projeto Gráfico e Edição de Design Andrea Araujo
Design Miqueias Mesquita
Estagiária Design Kamilla Damasceno
Ilustração Guabiras
Análise de Projetos Juliana Montenegro
Análise de Marketing Digital Fábio Junior Braga
Estratégia e Relacionamento Adryana Joca

Apoio Secretaria do Esporte e Juventude do Ceará | Lei de Incentivo ao Esporte do Ceará |


Conselhos Federal e Regionais de Educação Física | Universidade Estadual do Ceará
Patrocínio Enel
Realização Uane | FDR

Este fascículo é parte integrante do projeto Inclusão Social Através


do Esporte, viabilizado por meio da Lei Estadual de Incentivo
ao Esporte, Lei nº 15.700 de 20 de novembro de 2014, CAP nº 25.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD

P967
Inclusão Social Através do Esporte / vários autores ; organizado por Ricardo Catunda ;
ilustrado por Guabiras. - Fortaleza : Fundação Demócrito Rocha, 2021.
192 p. : il. ; 26cm x 30cm. – (Inclusão Social Através do Esporte ; 12v.)
Inclui bibliografia e apêndice/anexo.
ISBN: 978-85-7529-972-2 (Coleção)
ISBN: 978-85-7529-979-1 (Fascículo 7)
1. Esporte. 2. Inclusão Social. 3. Políticas Públicas. 4. Educação Física. 5. Educação
Inclusiva. 6. Esporte Inclusivo. 7. Estratégias Pedagógicas. 8. Acessibilidade. 9. Esporte
Adaptado. I. Catunda, Ricardo. II. Guabiras. III. Título. IV. Série.
CDD 796.0456
2021-3267CDU 796:364 Todos os direitos desta edição reservados à:
Fundação Demócrito Rocha
Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410 Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora
Índice para catálogo sistemático: CEP: 60.055-402 - Fortaleza-Ceará
Esporte : Inclusão Social 796.0456 Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148
Esporte : Inclusão Social 796:364 fdr.org.br | [email protected]
Sumário
Apresentação 100
1. Conceitos e abrangência
dos temas de educação 101
inclusiva e esporte inclusivo
2. Princípios e orientações
sobre educação inclusiva nos 104
documentos oficiais e nas boas
práticas da literatura acadêmica
3. Estilos de ensino convergentes e
divergentes para o esporte inclusivo 104
4. Modelos e estratégias de 108
ensino para o esporte inclusivo
5. Práticas e instrumentos de
avaliação como estratégia 110
pedagógica inclusiva no esporte
6. Considerações finais 111
Referências 111
Apresentação
N
o entendimento atual de socie- esportivista. A visão de educação e esporte
dade, é perceptível a diversidade não era inclusiva. Hoje a perspectiva é de
de características pessoais e inclusão e respeito à diversidade social. Para
sociais, de culturas, de etnias, isso, você, professor, é o principal agente de
de jeitos de ser etc. Há nações, sociedades transformação e impacto.
e até pequenos grupos constituídos por pes- Na sua carreira de professor, você deve
soas com particularidades próprias, que, por ter vivido diversas situações em que estava
vezes, são parecidas com a maioria do grupo à frente de grupos heterogêneos, ou seja,
e, por outras vezes, não. Porém, mesmo isso com indivíduos de diferentes características.
sendo algo da natureza humana, é comum A história tem muitos exemplos do hábito de
observar que, em diferentes períodos his- excluir pessoas por suas particularidades,
tóricos, existiam (e ainda existem) padrões porém hoje sabemos que o correto é gerar
físicos, intelectuais, sociais e até políticos, o máximo de inclusão nas práticas.
e aqueles que não se encaixavam eram de Este fascículo apresentará a você: o sig-
alguma forma excluídos da maioria. No nificado de inclusão na perspectiva da edu-
mundo do esporte, essa situação de diver- cação e do esporte; embasamentos oficiais
sidade também está presente. que defendem a ideia da inclusão; estilos
Os exemplos históricos da Educação Física e modelos de ensino que podem ajudá-lo
com a exclusão de pessoas “fracas e doentes”, a construir práticas inclusivas e que geram
“mais fracos e incapazes” e “sem habilidades participação; e métodos avaliativos a fim
para competições” resume algumas ideias do de que possam tomar melhores decisões
que se tinha de visão higienista, militarista e em suas práticas pedagógicas.

100 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


1
Conceitos e abrangência
dos temas de educação
inclusiva e esporte inclusivo
I
ncluir, integrar, participar ativamente. postura e o modelo de ensino escolhido para tências físicas, esportivas, cognitivas, credos
Esses são conceitos iniciais para que conduzir o projeto social e gerar receptivi- e culturas fazem parte de uma sociedade
você, professor, entenda a abrangência dade das demais crianças são fundamentais democrática e que tem na educação e no
que a discussão sobre educação inclu- para observar se se trata de uma comuni- esporte meios de formação humana.
siva e esporte inclusivo tem em nossa socie- dade inclusiva ou não, principalmente com A escola e a educação inclusiva buscam
dade. Pode ser que em sua comunidade o o avançar da idade e possíveis disparidades atender à comunidade com os objetivos
exemplo de superação de uma pessoa para físicas. Como você acha que o ensino inter- educacionais, entendendo suas demandas
participar ativamente da oferta educativa fere para esses objetivos? e especificidades. No caso do esporte inclu-
e/ou esportiva seja vista como inclusão ou Inclusão é o máximo reconhecimento e sivo, é inevitável fazer relação aos princípios
integração, mas você já parou para pensar respeito à diversidade em nossa sociedade. do esporte de participação e educativo ensi-
em quantos não conseguiram? Será que é No outro extremo está a exclusão, que se nados por Tubino (2017). Perceba, o esporte
responsabilidade apenas do indivíduo ou caracteriza pela retirada de direitos sociais participação e o esporte educacional mos-
há componentes sociais? básicos, como da educação e do esporte. tram como motivar a inclusão de quem
Veja a seguinte situação para iniciar a No intermédio desses extremos tem-se a se interessar pelo esporte e contribuir na
apresentação de conceitos essenciais: uma segregação, que é a separação entre grupos, formação social e cultural pelo esporte em
menina está interessada em participar de e a integração, que é a relação parcial entre âmbito educativo. Diferentemente desses
um projeto social de futebol em seu bairro. os diferentes grupos. dois, ainda há o esporte de rendimento,
Você poderia dizer que essa menina se supe- Voltando ao caso da menina no projeto que tem regras de federações e objetivos
rou e que consegue realizar muitos dribles e social de futebol, em uma perspectiva inclu- de mercados específicos.
acompanhar o condicionamento físico dos siva, a sua participação seria motivada e valo-
meninos porque ela se “dedicou para poder rizada pelos demais participantes e por você,
ser reconhecida pelos demais de sua idade”, professor, que conduz a formação esportiva
em uma perspectiva de participação ativa desse grupo. O respeito à diversidade e a
e centrada na pessoa. No entanto, a sua relação entre pessoas de diferentes compe-

INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 101


Com o tempo, o esporte ganhou diferen- conteúdo tratado com os alunos, sendo con-
tes significados e hoje pode ser organizado siderado um ponto de partida para instru-
em sete grupos que se comunicam entre mentalização pedagógica, científica e cultural
si, lazer, socialização, profissão, educação, dos indivíduos (CATUNDA; MARQUES, 2017).
representação, saúde e estética, abrangendo As políticas públicas objetivam reali-
diversos pontos da sociedade (GALATTI, 2010). zar ações do Estado voltadas aos cidadãos
Na Educação Física, nas últimas décadas, para diminuição e solução de problemas
houve crescimento nas ações visando mudar da sociedade. O esporte colabora nesse
a sociedade por meio da transformação de sentido e é reconhecido em leis, decretos e
crianças e jovens na escola ou em projetos documentos como política pública consoli-
fora dela, objetivando a formação integral dada, com investimentos, principalmente no
como mecanismo para desenvolver com- esporte competitivo, e em sua prática para a
petências e habilidades desses indivíduos. promoção da saúde e bem-estar social nas
No ambiente escolar, o esporte é o principal últimas décadas no Brasil (OLIVEIRA, 2011).

102 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


Reflita
“(...) ressignificar práticas esportivas
e desmistificar o senso comum que
vincula o esporte ao alto rendimento
é essencial, pois desconstrói a ideia de
que o esporte é apenas aprendizagem
de movimentos sistematizados, o qual
se destacam apenas os mais aptos.”
(LOPES; OLIVEIRA; ALENCAR, 2021)

O esporte na sociedade tem influência No entanto, o mais importante para aten-


em vários pontos, como a promoção de um der a esses objetivos é sua conduta como
estilo de vida ativo que age na diminuição docente e dos demais envolvidos nessa visão
do surgimento de doenças; na formação de mundo e sociedade. A garantia de direitos
física de habilidades, aptidão, composição oriundos de uma comunidade madura e que
e desempenho; além de proporcionar bem- se dedica a isso facilita processos didáticos
-estar social e psicológico quando traba- e naturaliza comportamentos de reconhe-
lhado de maneira adequada. cimento às diferenças humanas por meio
Quando adaptado, o esporte é caracte- de estilos de ensino que contribuem para a
A relevância social do esporte é destacada rizado pelos materiais e regras transforma- formação de cidadãos e indivíduos ativos.
sob alguns princípios: inclusão de todos, que, das para possibilitar a prática por pessoas
mesmo sendo um direito legal, ainda precisa com diferentes objetivos. Para indivíduos
ser valorizado como tal; respeito à diversi- com deficiência ou que têm objetivos que
dade, pois não se deve adaptar os indivíduos necessitam de adaptações às regras for- Saiba mais
ao método, mas que o método abranja a mais das atividades, pode-se destacar a
todos; construção coletiva, em que as regras e atuação do esporte na criação de amizades “A história do esporte é íntima da
o recurso das práticas podem ser construídas e ciclo social, melhora na qualidade de cultura humana, pois por meio
coletivamente; educação integral, tornando o vida, autoestima, confiança e prevenção dela se compreendem épocas
esporte meio para desenvolver no indivíduo da ansiedade e depressão. Esses conceitos e povos, já que cada período
a dimensão do fazer, ser, conhecer e conviver; iniciais norteiam o professor a perceber histórico tem o seu esporte e a
e a autonomia, construída em vários níveis que tanto a educação quanto o esporte, em essência de cada povo nele se
gerando um cidadão ativo em seu contexto uma perspectiva inclusiva, têm como foco reflete.” (TUBINO, 2017)
(CARDOZO; BLANCO, 2014). atender a quem tiver interesse e direito.

INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 103


2
Princípios e orientações
sobre educação inclusiva
nos documentos oficiais
e nas boas práticas da
literatura acadêmica

P
rofessor, a educação inclusiva Quatro anos depois da declaração, em
é sustentada por diferentes 1998, surge no Brasil o princípio da inclu-
documentos que auxiliam em são nos Parâmetros Curriculares Nacionais
sua obrigatoriedade, como a (PCNs) da educação física, com foco em
Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1998) propiciar a cultura corporal do movimento
e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação aos estudantes e superar as formas de
Nacional 9.394/96 (BRASIL, 1996), que são exclusão históricas de indivíduos inaptos, Cabe citar o “Informe de Seguimiento de
referenciais históricos para afirmar o dever seleção apenas dos aptos e a supervalo- la Educación en el Mundo 2020: Inclusión
da oferta igualitária de condições para que rização do desempenho. y educación: Todos y todas sin excepción”,
o aluno acesse o ambiente escolar e per- Décadas depois, houve a aprovação do documento emitido em 2020 pela Organiza-
maneça nele. Esses documentos estão de Plano Nacional de Educação pela Lei 13.005 ção das Nações Unidas para a Educação, a
acordo com o Inciso I, Artigo 28, do Decreto (2004), cuja meta 4 teve como objetivo o Ciência e a Cultura (Unesco) que estabelece
nº 99.710/1990, que reconhece o direito à acesso à educação básica, com sistema metas a serem alcançadas até 2030 no Brasil
educação para as crianças e afirma que ele inclusivo de ensino e recursos especia- e no mundo. Nele o contexto da educação
deve ser disponibilizado com igualdade. lizados para indivíduos com deficiência, é citado no Objetivo de Desenvolvimento
Outro importante documento foi a transtornos globais, dentre outros. Em Sustentável 4 (ODS4) – Educação de quali-
Declaração de Salamanca (1994), que 2018, surgiu a Base Nacional Comum Cur- dade, afirmando que devem ser garantidas a
defende a construção do aprendizado de ricular (BNCC), documento norteador da inclusão, a equidade e a qualidade do ensino.
forma conjunta e independente das dife- educação brasileira com uma de suas pro- Para garantir a eficácia do que obje-
renças e dificuldades individuais, assim postas voltadas à equidade no contexto tivam os documentos, é necessário que
como afirma que o apoio extra deve ser da educação nacional e outra à inclusão você, professor, possa seguir orientações de
assegurado em casos de crianças com de todos os estudantes, respeitando suas ensino eficazes para minimizar problemas
necessidades educacionais especiais. situações sociais e especificidades. e maximizar a participação dos estudantes.

104 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


Portanto, a escolha adequada dos estilos
de ensino é fundamental para alcançar os
objetivos e bons resultados em suas inter-
venções. Um estilo de ensino compreende
três principais características com o objetivo
de gerar conhecimento: prover informações,
deixando o aluno a par dos objetivos, do que
ele vai aprender e como; assegurar situações
de práticas, oferecendo ambiente, materiais
e oportunidade de êxitos; e apresentar fee-
dbacks para mostrar ao aluno seu progresso,
acertos e pontos a melhorar (MOSSTON;
ASHWORTH, 2008).
As características citadas funcionam

3
como um guia para você, professor, criar
um processo de ensino-aprendizagem, rela-
cionando as suas atividades como docente,
os objetivos e metas pretendidas e as ati-
vidades de aprendizagem realizadas pelos
Estilos de ensino alunos, três aspectos que você deve refletir
para a construção de seu ensino.

convergentes e divergentes Seguem questionamentos que você deve


se fazer para desenhar as estratégias pedagó-

para o esporte inclusivo


gicas e exemplos práticos em cada uma delas.
Quanto ao Objetivo de ensino, na situa-

U
ção de incluir uma menina no futebol, você
m ensino de qualidade é carac- rentes atividades físicas; (ii) sabe usufruir e deve se questionar: “o que eu quero que
terizado pela inclusão quando pôr em prática os conceitos, os princípios os alunos aprendam?”. Uma ação a essa
todos os indivíduos de uma turma e as estratégias ligados à realização de ati- pergunta pode ser “Experimentação da inte-
ou grupo desenvolvem conheci- vidades físicas; (iii) tem aptidão e proprie- ração esportiva com diferentes públicos”.
mentos, atitudes e competências propostas, dades necessárias para alcançar níveis de Nas Atividades de Ensino por parte do
independentemente de suas características atividade física e de aptidão física que pro- professor, você deve se questionar: “quais
individuais. Na Educação Física, o objetivo é movem saúde assim como para mantê-los; exercícios e tarefas convergem para alcan-
tornar os alunos portadores de boa “literacia (iv) é responsável consigo mesmo (dimensão çar meus objetivos?”. Pode-se ter como
física” (SHAPE, 2015; WHITEHEAD, 2010). individual) e com a sociedade (dimensão ação: “criação de grupos heterogêneos,
Um indivíduo com boa literacia física coletiva); (v) valoriza a atividade física como combinando indivíduos com diferentes
apresenta cinco principais características: fator influente na saúde, diversão, supe- características e a realização de ativida-
(i) tem domínio de diversas habilidades ração pessoal, autoexpressão e interação des com multiobjetivos aumentando as
motoras essenciais para a prática de dife- social (CATUNDA; MARQUES, 2017). oportunidades de êxitos”.

INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 105


Quanto às Atividades de aprendizagem Compreendendo os níveis de decisão
realizadas pelos alunos, você deve, como necessários, surgem 11 estilos de ensino
professor, observar e verificar: “os alunos divididos entre dois grupos: convergentes
estão realizando e aprendendo o que foi pro- e divergentes (MOSSTON; ASHWORTH,
posto? Está sendo eficaz?”. Como ação, você 2008). No primeiro grupo, também conhe-
trios ou grupos, se revezam entre as
pode “observar a realização das atividades, cido como de reprodução, o ensino é
tarefas de realizar a atividade e de
examinando se está havendo interação e gerado por meio da repetição e memo-
observar para fornecer feedback ao
cooperação entre todos do grupo”. rização do que é exposto. Traz em seus
colega (impacto e pós-impacto). Exem-
Mosston e Ashworth (2008) trazem a objetivos uma forma correta de se alcançar
plo: execução de saltos em distância,
tomada de decisões como pilar para o pro- o êxito, tendo regras e habilidades espe-
que, enquanto o primeiro aluno realiza
cesso de ensino-aprendizagem, sendo cria- cíficas para tal e a responsabilidade do
o movimento, o seu colega observa,
dos três conjuntos nesse sentido: ensino está mais com você, professor. O
com o seu auxílio, professor, e dá fee-
segundo grupo, dos estilos divergentes,
I. pré-impacto, que envolve o plane- dbacks àquele que estava realizando.
está relacionado com a produção, e sua
jamento, reflexões e ações antes Depois revezam as funções.
principal característica é a pesquisa e a
do contato com o aluno, como a • Autoavaliação: você, professor, planeja
análise de alternativas para resolução de
definição de objetivos e atividades a atividade e informa ao aluno que
problemas, em que o aluno tem mais res-
a serem realizadas; ele avaliará o seu próprio desempe-
ponsabilidade e participação no ensino.
II. impacto, em que as decisões são O grupo convergente compreende os nho (pré-impacto). O aluno realiza a
tomadas em paralelo à realização estilos: tarefa proposta notando facilidades,
das atividades – neste momento, há dificuldades, erros e acertos, fazendo a
a realização do que foi planejado e • Comando: você, professor, planeja própria avaliação quanto ao progresso,
adaptação de tarefas caso necessário; e decide a atividade, controla a rea- desempenho e êxito (impacto e pós-
lização dela e faz a avaliação (pré- -impacto). Exemplo: movimento de ata-
III. pós-impacto, quando o professor
-impacto, impacto e pós-impacto). O que no vôlei, em que você determinou a
recolhe informações da vivência com
aluno aprende observando e reprodu- atividade e deu ao aluno o comando de
o intuito de avaliar o desempenho
zindo a partir da sua demonstração. se observar/avaliar. O aluno, podendo
dos alunos, a evolução, o alcance
Exemplo: ensino de uma acrobacia utilizar de uma ficha de apoio, se atenta
dos objetivos propostos, apresenta
na ginástica, em que você demons- a pontos-chave da realização do movi-
e recebe feedbacks.
tra como realizar e o aluno observa, mento (exemplos seriam a corrida, o
memoriza e repete. salto e o golpe na bola) e em cada um
• Tarefa: como professor, você é res- verifica seu desempenho, notando em
ponsável por definir as tarefas e dar que nível está e como pode evoluir.
feedbacks aos alunos acerca do pro- • Inclusivo: como professor, você deve
gresso e resultados (pré-impacto e montar uma tarefa com diferentes níveis
pós-impacto). Por sua vez, os alunos de execução/dificuldades (pré-impacto)
decidem acerca do tempo, ritmo e e o aluno, fazendo uma autoavaliação,
espaço da realização das atividades observa e decide em qual dificuldade
(impacto). Exemplo: realização do movi- iniciar, o tempo de permanência nela
mento da bandeja no basquete, em que e o ritmo de progressão entre os níveis
a atividade é escolhida, demonstrada e (impacto e pós-impacto). Exemplo: a
acompanhada pela sua figura, profes- realização do chute a gol no futsal, em
sor, mas os alunos decidem o ritmo e que você, professor, define diferentes
o tempo em que realizarão. pontos da quadra para a execução do
• Recíproco: seu papel como professor chute, com variadas distâncias ao gol e
é decidir as atividades a serem reali- dificuldades (com e sem obstáculos). O
zadas e separar os alunos em grupos aluno decide de qual ponto vai iniciar
(pré-impacto). Os alunos, em pares, e controla sua evolução.

106 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


O grupo divergente compreende os estilos: • Descoberta divergente: diferente-
• Descoberta guiada: você, professor, mente do anterior, que objetiva uma
determina, na primeira etapa (pré- resposta à situação proposta, neste
-impacto), as atividades e/ou as ques- • Descoberta convergente: o papel estilo você, professor, busca nos alunos
tões a serem resolvidas. Então, deve inicial fica com você, professor, que diferentes e variadas soluções. Você
guiar o aluno (impacto) para que este define o conceito ou ponto de apren- define um problema e, com ele, formas
busque sozinho diversos caminhos e dizagem que deseja que os alunos de realizar (pré-impacto). Os alunos
resoluções para o problema proposto alcancem (pré-impacto). Eles, então, devem decidir sobre formas diferen-
(autodescoberta). Na terceira parte usam do raciocínio lógico e de uma tes de resolver a atividade utilizando
(pós-impacto), seu papel é continuar sequência/caminho de pensamentos análises e a imaginação (impacto). Na
a conduzir e auxiliar o aluno para para alcançar uma única resposta avaliação, o aluno e você, professor,
que, dentre as soluções propostas (impacto). Por fim, após acompanhar observam e decidem sobre as respos-
e ensaiadas, seja encontrada a que o caminho feito pelo aluno, você avalia tas achadas (pós-impacto). Exemplo:
melhor se adapta e responde às ques- a resposta encontrada (pós-impacto). formas de pontuar em uma competi-
tões iniciais. Exemplo: desmarcação Exemplo: na realização da defesa no ção de caratê. Como professor, você
durante um ataque no futebol. Como futebol. A tarefa é impedir que o ataque define que os alunos devem pontuar
professor, você coloca a problemática adversário consiga êxito (gol), porém (atingir o oponente) de diferentes
de passar por uma defesa de forte os alunos não sabem quais as ações do formas: com mais ou menos espaço
marcação para chegar ao gol. O aluno, oponente. Quando o atacante passa para se movimentar; utilizando ape-
com a sua condução professor, testa de um ponto que não era esperado, nas socos; apenas chutes; com queda;
vários caminhos para se desmarcar e o aluno defensor vê que deve utilizar sem queda etc. O aluno seguirá as
ter êxito, até chegar à melhor resposta de movimentação ativa e antecipar suas orientações, buscando em cada
e à melhor maneira de fazê-lo. possíveis falhas de sua função. formato as melhores soluções.

INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 107


• Programa Individual: professor, sua a linha de raciocínio ou mudanças e
tarefa inicial é definir o tema que será aperfeiçoamentos. Exemplo: após um
tratado, mas os alunos, dentro desse ciclo de aulas, você dispõe de um perí-
tema, escolherão o assunto/conte- odo em que o aluno tenha autonomia
údo específico que trabalharão (pré- total sobre seu aprendizado. Ele, então,
-impacto). Tendo escolhido o tópico pode montar aulas com temas em que
específico, eles montam o planeja- observa necessidade de revisões ou que
mento com as problemáticas e daí bus- tenha vontade de aprofundamento.
cam as respostas e você, professor, só • Autoensino: aqui o aluno também
opinará caso os alunos solicitem, mas é responsável por todos os níveis
sempre com a tarefa de acompanhar de decisão (pré-impacto, impacto e
cada etapa e atividade (impacto). Na pós-impacto), mas a sua figura como
última parte, os alunos refletem acerca professor não é presente para ajuda,
das respostas construídas a fim de ver acompanhamento ou avaliações. Não
a adequação de cada ao problema

4
é utilizado no ambiente escolar, mas
proposto; assim, decidem sobre mudar somente na vida adulta de um indiví-
ou permanecer com sua linha de racio- duo. A pessoa escolhe as temáticas e
cínio (pós-impacto). Exemplo: chegar as atividades que fará com base em
ao gol no handebol. Você definiu a anseios/desejos, buscando os meios,
tarefa geral; então, os alunos definem
as problemáticas (realizar tática de
ambiente, formas e resoluções por
si só. Exemplo: aprender slackline. O Modelos e
estratégias
ataque; trabalhar o arremesso livre; indivíduo vai atrás e cria as situações
trabalhar desmarcação, dentre outros) que alcançam o aprendizado desejado.
e investigam as suas possíveis soluções

de ensino
Com todos os estilos de ensino apresenta-
até encontrar a mais adequada.
dos, é importante que você tenha em mente
• Iniciado pelo aluno: enquanto no que não há grupo ou estilo melhor que outro.
estilo anterior, você é o responsável
por todas as decisões, neste é o aluno
Você, como professor, deve refletir e consi-
derar os seus objetivos, as características de
para o
esporte
quem determina as situações do início sua turma/discentes e sua realidade de ensino
ao fim (pré-impacto, impacto e pós- para decidir qual será mais adequado a fim
-impacto). Ele decide a temática que
inclusivo
de garantir um ensino inclusivo, eficaz e que
irá trabalhar e estudar, produz tanto desenvolva desenvolvimento integral dos
as situações como suas resoluções, indivíduos. Você também tem a possibilidade

A
decreta o nível da sua participação, de não optar apenas por utilizar um único
professor (que só participará caso o s estratégias de ensino-apren-
estilo em seu treino ou aula, mas também
aluno decida por isso) e, por fim, apre- dizagem são mecanismos para
pode unir componentes de diferentes estilos
senta a você o que criou de perguntas e que os alunos alcancem os obje-
em prol de alcançar seus objetivos, cons-
respostas sobre o seu tema, decidindo tivos estabelecidos (MOURA;
truindo e executando bem as suas atividades
depois disso entre a continuação com MESQUITA, 2010). Nas Metodologias Ati-
de ensino e as atividades de aprendizagem.
vas, a estratégia considera o uso da proble-
matização, pois ela propicia ao aluno um
ambiente para refletir, examinar, assimilar
conhecimentos e novos significados às suas
descobertas a partir do problema proposto,
abrindo espaço para o exercício da autono-
mia e tomada de decisão (MITRE et al, 2008).
Os modelos de ensino são escolhidos
por escolas e localidades para que haja o
repasse dos conteúdos do componente curri-

108 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


cular pelos professores de forma semelhante Diversão/agradável (Enjoyable): propor
(CATUNDA; MARQUES, 2017). Nesse sentido, atividades variadas em que os alunos se
o Modelo Ativo e Reflexivo de Ensino na Edu- sintam competentes, permitir interação,
cação Física (MARE), proposto por Ricardo não utilizar exercícios como forma de
Catunda, professor e pesquisador da Univer- punir a turma, usar a música de forma
sidade Estadual do Ceará (Uece), tem como apropriada para gerar motivação.
objetivo gerar nos participantes a cidadania
Com isso, professor, você percebe que
ativa e a boa literacia física a partir da proposta
a inclusão não foca apenas nas pessoas
de participação discente em atividades desa-
com deficiência, mas também na partici-
fiadoras e adaptadas às suas possibilidades
pação e condições de acesso para todos
e necessidades (CATUNDA, 2020).
(PONTES, 2017), considerando as dife-
O MARE auxilia na criação de um ambiente
renças, as peculiaridades e as variedades
de inclusão na escola ou esporte, e isso aumenta
nas capacidades dos sujeitos de diversas
a participação estudantil onde o modelo for
culturas (LOPES; MIGUEL, 2021).
implantado. Algumas características desse
Você, como professor, também pode
modelo são: o ensino com trilhas flexíveis,
fazer o uso dos jogos modificados, que auxi-
constante interação para que os alunos este-
liam na criação do cenário de inclusão e
jam engajados e motivados em sua participa-
prazer na escola ao mesmo tempo em que
ção, inclusão de todos, de diversas maneiras,
desenvolvem habilidades, ou seja, o seu
durante todo o período disponível, uso de
foco fica no engajamento da turma e em
desafios constantes, preferência por atividades
proporcionar a eles a criação de estratégias,
em grupo, dentre outros (CATUNDA, 2020).
aperfeiçoamento das táticas e exercício da
Outro modelo inovador e com caracterís-
tomada de decisão dos estudantes – que
ticas inclusivas foi proposto por Lubans et al
desenvolverão diversas habilidades como
(2017). Trata-se do SAAFE (Supportive, Active,
consequência (CATUNDA, 2015). No quadro
Autonomous, Fair, Enjoyable), cujas iniciais em
a seguir estão algumas estratégias que você
português têm significado similar a: apoio,
pode utilizar para gerar a inclusão de todos.
ativas, autonomia, justo e divertido/agradá-
vel. Esses pontos podem ser trabalhados da
seguinte maneira por você, professor:
ESTRATÉGIAS
Apoio (Supportive): oferecer feedbacks
PARA A INCLUSÃO
aos estudantes sobre suas habilidades Variar os alunos que demonstram
individuais, apoiar a autonomia, com- as atividades.
petência e vínculo social estabelecido Buscar incluir atividades diversas,
entre eles, elogiar a evolução e o esforço, considerando o interesse da turma,
recompensar o uso do fair play; inclusive dos alunos que não demonstram
Ativas (Active): utilizar jogos reduzidos, interesse em atividades físicas.
realizar aquecimento ativo, atividades Propor motivação extrínseca
com circuitos e rotações, evitar tarefas do estudante, deixando expostos
com eliminação, reduzir tempo de transi- motivos para que participem.
ção entre atividades, fornecer instruções
Explorar o lúdico para gerar
objetivas e minimizar conversas;
prazer e divertimento ao aprender.
Autonomia (Autonomous): propiciar possi-
Trabalhar grupos heterogêneos
bilidades de escolha e exercício da tomada

Saiba mais de decisão do aluno, incentivar a criação


e a modificação de atividades e regras;
no cotidiano da turma.
Ter multiobjetivos, para propiciar
mais oportunidades de êxito.
O desporto formal tem como Justo (Fair): organizar as equipes de
característica a seleção e a exclusão. forma heterogênea e equilibrada, modi- Fonte: elaborado pelos autores com base em Catunda
e Marques (2017), Lubans et al (2017), e Godinho (2018).
O desporto adaptado promove mais ficar e adaptar atividades, retirar o foco
inclusão, que vem a propiciar maiores da competição e incentivar que o aluno
relações entre os alunos (CATUNDA; busque autocomparação em vez de com-
MARQUES, 2017). parar-se aos colegas;

INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 109


diário para anotações e registros ao longo do
processo de intervenção é uma ferramenta de
avaliação formativa preciosa que contribui
para continuar fundamentando as estratégias
pedagógicas dia após dia. Por fim, em uma
avaliação somativa, aquela que considera os
resultados da intervenção, pode ser feita uma
nova análise do que foi feita na diagnóstica, a
fim de observar como as crianças mudaram.

5
Portanto, as práticas de avaliação estão
relacionadas aos modelos temporais e de
produtos que você pretende realizar. Cada
uma dessas etapas pode ter seus objetivos e
importâncias na percepção do sucesso das
Práticas e instrumentos estratégias pedagógicas no esporte inclusivo
e, principalmente, quando se comparam os

de avaliação como estilos de ensino e protagonismo discente.


Na busca por operacionalizar tais inten-

estratégia pedagógica
ções avaliativas, têm-se os instrumentos de
avaliação. Na dimensão físico-esportiva, pode-
mos citar os testes do Projeto Esporte Brasil

inclusiva no esporte (Proesp), que tem orientações e adaptações


para diversos públicos e contextos para a ava-

C
liação física nos componentes da aptidão física
om tantas possibilidades peda- quais as lideranças e os mais tímidos,
relacionado à saúde (composição corporal,
gógicas de atitudes inclusivas no quais amizades estão traçadas, quais
flexibilidade, força e resistência muscular e
esporte, é primordial que você cuidados ao lidar com esse grupo, bem
resistência cardiorrespiratória) e ao desem-
utilize práticas e instrumentos de como comportamentos de jogo limpo;
penho esportivo (agilidade, velocidade, por
avaliação assim como de estratégia pedagó- 3. Cognitivas: serão identificados quais
exemplo). Ainda nessa dimensão, você pode
gica relacionada ao estilo adotado naquele os conhecimentos acerca da modali-
realizar a análise dos movimentos e do com-
momento. O ato de avaliar tem por finali- dade e de suas regras, quais as refe-
portamento tático dos participantes durante
dade basilar a utilização de informações da rências do futebol e de outros esportes
o jogo como instrumentos bem interessantes.
realidade para a tomada de decisões. No aquelas crianças têm.
Na dimensão socioafetiva, questionários
caso da menina que queria jogar futebol no
É importante deixar claro que tudo isso é de motivação para a prática esportiva, de
projeto social, suas primeiras ações como
feito dentro das possibilidades do contexto qualidade de vida de crianças e adolescentes,
professor são relacionadas a uma avaliação
a ser avaliado. Além disso, saber quais os de liderança no esporte e/ou de autoimagem
diagnóstica sobre aquela realidade. Essa
objetivos do projeto social é outro ponto corporal são boas ferramentas. Na dimensão
avaliação pode ser em três dimensões:
norteador fundamental para o sucesso cognitiva, você, como professor, pode fazer o
1. Físico-esportivas: em que você, como das avaliações. Portanto, considerar o uso dos testes ou análise de conhecimento
professor, busca conhecer quais as contexto e os objetivos são as chaves para tático-declarativo, de regras e/ou da história
habilidades motoras, físicas e técnicas abrir as ideias e estratégias das práticas e como pontos básicos a avaliar.
esportivas, bem como a maturação bio- instrumentos de avaliação. Cabe enfatizar que o uso de instrumentos de
lógica e os componentes da aptidão Voltando para o caso da menina: veja autoavaliação e diário de registros é bem versá-
física relacionada à saúde da menina e que, com as informações coletadas, você til. Podem ser utilizados em diversos momentos
as habilidades dos demais participantes; pode tomar decisões mais fundamentadas e contextos. Para isso, é fundamental que você,
2. Socioafetivas: você deve buscar com- sobre como planejar e agir no seu contexto professor, e os participantes tenham critérios
preender as motivações dela e dos de intervenção com ênfase na inclusão. Além claros, para que as respostas e os registros
demais meninos em jogar futebol, da avaliação diagnóstica, a utilização de um possam representar bem a realidade.

110 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


Referências
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aulas de Educação Física. Revista Didática Sistêmica,
p. 343-343, 2014. Disponível em: <https://periodicos.furg.
br/redsis/article/view/5243/3237>.
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Referenciais para o ensino de qualidade. Belo Horizonte,
Casa da Educação Física, 2017. Disponível em: <https://
www.confef.org.br/confef/comunicacao/publicacoes/
arquivos/Livro_Educacaofisica_Escolar_Referenciais_
ensino_qualidade.pdf>.
CATUNDA, R. Webinário: Modelo ativo e reflexivo de
ensino na Educação Física: Tempos de reinvenção
pedagógica. 2020. Duração: 01hr28min58s. YouTube.
Disponível em: <https://youtu.be/fv9elGolGgI>.
GALATTI, L. R. et al. Esporte e clube sócio-esportivo –
percurso, contextos e perspectivas a partir de um estudo
de caso em clube esportivo espanhol. Tese (doutorado) -
Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação
Física, Campinas, SP, 305 p. 2010. Disponível em: <http://
www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/274745>.
LOPES, E.N.; MIGUEL, J.R. Concepções Metodológicas da
Educação Física Inclusiva/Methodological Conceptions
of Inclusive Physical Education. ID on line REVISTA DE
PSICOLOGIA, v. 15, n. 55, p. 135-145, 2021. Disponível
em: <https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/

6
view/3041/4750>.
LUBANS, D. R. et al. Framework for the design and delivery
of organized physical activity sessions for children and
adolescents: Rationale and description of the ‘SAAFE’

Considerações finais
teaching principles. International journal of behavioral
nutrition and physical activity, v. 14, n. 1, p. 1-11, 2017.
Disponível em: <https://ijbnpa.biomedcentral.com/

R
articles/10.1186/s12966-017-0479-x>.
eforçamos aqui as considera- ensino são estratégias pedagógicas, em que MITRE, S. M. et al. Metodologias ativas de ensino-
ções dos professores Catunda alguns são centrados no comando do pro- aprendizagem na formação profissional em saúde:
debates atuais. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2008,
e Marques (2017), que afirmam fessor, outros na autonomia dos discentes
v. 13, suppl 2, pp. 2133-2144. Disponível em: <https://doi.
que o esporte também pode e outros ainda em uma construção mista, org/10.1590/S1413-81232008000900018>
contribuir com a criação de um cenário mas em todos a utilização deve ter como
MOSSTON, M.; ASHWORTH, S. Teaching physical education:
positivo para o desenvolvimento de jovens foco a participação ativa dos alunos e um First online edition. Spectrum Institute for Teaching
aliado à inclusão social, desde que tenha processo de ensino-aprendizagem efetivo. and Learning. 2008. Disponível em: <http://www.
intencionalidade, organização e realizações O MARE e o SAAFE são propostas com o spectrumofteachingstyles.org/e-book-download.php>.
para conscientizar sobre seus pontos for- intuito de inserir o estudante em ativida- PONTES JR, J. A. Conhecimentos do professor
tes e fracos, além de motivar por meio de des desafiadoras com ênfase na formação de educação física escolar. Fortaleza: EdUECE,
tarefas desafiadoras e adequadas. cidadã ativa e na criação de uma boa lite- 2017. Disponível em: <http://www.uece.br/eduece/
dmdocuments/Conhecimentos%20do%20professor%20
Neste fascículo, buscamos apresentar racia física. Portanto, acompanhar os resul- de%20Educacao%20Fisica%20escolar.pdf>.
que a inclusão no esporte faz parte do tados dessas estratégias para tomadas de
UNESCO. 2020. Informe de Seguimiento de la Educación
entendimento de máximo respeito à diver- decisões por meio de práticas e instrumen- en el Mundo 2020: Inclusión y educación: Todos y todas
sidade humana e que isso está em diversos tos de avaliação contribui para o sucesso da sin excepción. París, UNESCO. Disponível em: <https://
documentos. Observamos que os estilos de intervenção inclusiva e motivadora. gem-report-2020.unesco.org/es/inicio/>.

INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 111


Ilustrador
Autores Guabiras
Carlos Henrique Santos da Costa é cartunista e
José Airton de Freitas Pontes Junior jornalista por formação. Trabalhou no O POVO
É licenciado em Educação Física, tem Mestrado (Fortaleza/CE) de 1998 a 2019. Colaborou para
e Doutorado em Educação pela Universidade a revista MAD (SP) de 2003 a 2016. Publicou em
Federal do Ceará (UFC). Tem Pós-Doutorado em 2003 uma história em quadrinhos no jornal Extra,
Educação, com ênfase em Psicologia da Educação, na de Nova York (EUA). Ganhou em 2015, junto com
Universidade do Minho, Portugal, e Pós-Doutorado a equipe de arte do O POVO, o prêmio Esso de
em Educação, na linha de Políticas e Gestão Jornalismo na categoria Criação Gráfica.
Educacional, pela Universidade Federal do Acre. É Em 2016, o Prêmio Ângelo Agostini de “Melhor
professor efetivo da Universidade Estadual do Ceará Cartunista” e dois Troféus HQ MIX em parcerias.
(Uece), vinculado ao curso Licenciatura em Educação Participou de projetos como Tarja Preta (RJ),
Física, ao Mestrado Profissional Ensino na Saúde Escape (SP), Gibi Quântico (SP) e Marcatti 40 (SP).
(CMEPES/Uece) e ao Programa de Pós-Graduação em
Educação (PPGE/Uece). É líder do grupo de pesquisa
Instrumentos, Modelos e Políticas em Avaliação
Educacional (Grupo IMPA/CNPq) e membro do
Núcleo de Investigação em Atividade Física na Escola
(Niafe-Uece). É coordenador do Programa de Pós-
Graduação em Educação (PPGE/Uece).

Lívia Marques Quixadá


É graduada em Educação Física pela Universidade
Estadual do Ceará (Uece) e cursa Especialização
em Educação Física Escolar (Uece). É professora
e pesquisadora do Núcleo de Investigação em
Atividade Física na Escola (Niafe-Uece). É atuante
em colégios nos níveis infantil e fundamental
com Educação Física e com ensino de caratê. Tem
pesquisas e trabalhos na área de Educação Física
Escolar, Atividade Física e Saúde.

APOIO PATROCÍNIO REALIZAÇÃO

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