Caso Clínico Nutrição Clínica Gestante J.G.S
Caso Clínico Nutrição Clínica Gestante J.G.S
CASO CLNICO
Clnica de obstetrcia
Maro, 2017
Identificao do paciente
J.G.S.
Sexo feminino
Cor parda
Brasileira
Solteira
Natural de Goinia-PE
Procedente do Hospital Belarmino Correia (Goinia)
Admitida em 06/03/2017 no leito 501-2 do 5 andar.
Alta em 14/03/2017
Histria clnica e social
Gestante, 35s e 4d, dona de casa, 1 grau incompleto, 29 anos, solteira
Sedentria, nega alcoolismo e tabagismo durante a gestao. Relata consumo
espordico de lcool antes da gestao.
Partos anteriores: 01 (natural).
Foi transferida para o HBL aps dar entrada em hospital na cidade em que
reside, relatando dores em BV e apresentando pico hipertensivo.
Relata HAS pregressa (a cerca de 5 anos), tendo feito tratamento
medicamentoso e recebido alta da profissional que a acompanhava.
Permaneceu sem monitorao at gestao atual.
Durante acompanhamento em consultas pr-natal no apresentou picos
hipertensivos.
Nega cirurgias pregressas.
Histrico familiar de HAS e cardiopatias.
Hipteses diagnsticas
PE leve
Fisiopatologia: Pr
eclampsia
PA leve
A PE uma sndrome
caracterizada por
comprometimento clnico
generalizado heterogneo e
alteraes laboratoriais. PA 140/90 mmHg aps 20
semans de IG em paciente
Pode se manifestar normotensa antes da gestao
tanto como uma
sndrome materna Proteinria de 1+ em fita (Se
(hipertenso, correlaciona a 30mg/dl em
proteinria e/ou amostra de urina, quando
sintomas variados) excluda presena de infeco
quanto como uma urinria de 24 horas
sndrome fetal
(CIUR), ou ambos. Sintomas cerebrais (cefaleia,
tontura, viso borrada,
Ocorre em 5% a 8% escotomas)
das gestaes e a
principal causa de
morte materna e
perinatal nos pases Sintomas digestivos(dor
em desenvolvimento. epigstrica ou no quadrante
superior D, nuseas, vmitos)
Classificada
em leve ou
grave de
acordo com os Trombocitopenia e alterao de
achados enzimas hepticas mesmo na
clnicos e
ausncia de proteinria SBC, 2009
Fisiopatologia: Pr
PA grave
eclampsia
.... SBC, 2009
Proteinria de 24h a 5g ou
3+ em fita, em duas amostras Dor epigstrica ou no quadrante
coletadas com intervalo de 4 superior D persistente
horas
ATALAH, 1997
Avaliao nutricional: Antropometria
SISVAN, 2004
Avaliao nutricional: Triagem,
exame fsico e aspectos GI
Triagem de risco nutricional: MUST 00 = Baixo risco nutricional.
07/03/17
Relata pirose e enjoo, sono irregular, insnia, dor em BV. edema.
08/03/17
Relata dor em BV. Solicitada proteinria de 24h e USG obsttrico com doppler. Em uso
de sintomticos.
09/03/17
Relata dor em BV. Nega sinais de iminncia de eclampsia. Coleta de proteinria de
24horas. Em uso de sintomticos.
10/03/17
Paciente refere melhora em enjoo, pirose e dor em BV. Edema de MMII +/4+. Em uso
de sintomticos. Aguardando resultado de proteinria de 24h para avaliar alta.
Evoluo clnica e nutricional
11/03/17
Paciente evolui com nuseas, nega dor em BV.
12/03/17
Paciente relata dor em BV e na virilha. Nega sintomas de iminncia de
eclampsia.
13/03/17
Paciente apresentando prurido em face com placas hiperemiadas. Relata que
sempre aparece quando se sente ansiosa/nervosa. Nega outras queixas.
Aguardando proteinria de 24h.
14/03/17
Paciente refere melhora no prurido em face. Nega sinais de iminncia de
eclampsia. Proteinria de 24h normal. USG obsttrica (doppler) normal. Curva
de PA sem apresentar picos. Decide-se por alta hospitalar com orientao de
retornar com 38 semanas de gestao para interrupo da gestao.
Orientao de alta hospitalar
Fazer pelo menos 6 refeies ao dia, de 3 em 3 horas.
No substituir refeies principais por lanches, shakes, chs, etc.
Reduzir o consumo de sal.
Comer frutas diariamente. Substituir doces por frutas.
Comer vegetais crus e cozidos.
Ingerir 3 pores de leite/iogurte/queijos pouco gordurosos diariamente.
Preferir peixe ou frango sem pele e carnes sem partes gordurosas.
Consumir fgado 1 vez por semana.
Consumir alimentos ricos em ferro, para ajudar a prevenir a anemia, so eles:
fgado de boi, fgado de galinha, midos, vegetais folhosos, etc.
Ingerir alimentos ricos em vitamina C aps o consumo de alimenos ricos em ferro
para aumentar sua absoro, so eles: acerola, laranja, caju, caj, manga,
siriguela, abacaxi, goiaba, maracuj.
Evitar o consumo de embutidos e enlatados (bacon, presunto, linguia, salsicha,
hambrguer, axeitona, sardinha, doces em calda, milho verde, ervilha).
Evitar o consumo de refrigerantes, doces, chocolates, charque, frituras, cachorro
quente, coxinha, pastel, pizza, empada, salgadinhos, etc.
Evitar tomar lquidos durante as refeies.
NO fazer regime. O ganho de peso importante para a gestao. Restringir
muito a dieta poder prejudicar o ganho de peso do beb.
No fumar.
No ingerir bebidas alcolicas.
Orientao de alta hospitalar
Em casos de desconforto:
Nuseas
Consumir alimentos pobres em gordura, e s beber lquido no intervalo
das refeies, Fazer 7 ou 8 refeies de pequeno volume por dia. Gengibre
ou biscoitos e bolos que o contenham para diminuir sintomas. Biscoitos
salgados consumidos antes de se levantar pela manh.
Azia
Fazer 7 a 8 refeies de pequeno volume por dia . Lquidos apenas nos
intervalos das refeies. Evitar tomar caf, refrigerantes, doces, frituras.
Mastigar os alimentos devagar. Vestir roupas leves e folgadas. Elevar a
cabeceira da cama. No se deitar logo aps as refeies.
Constipao
Aumentar a ingesto de lquidos (gua). Consumir alimentos ricos em
fibras, como: vegetais folhosos crus, verduras, frutas, feijo, aveia, arroz
integral. Aumentar o consumo de laticnios: leite integral, coalhada,
iogurte, etc. Em caso de 3 dias ou mais se evacuar tomar coquetel laxante
( Bater no liquidificador 1 copo de leite com meio mamo, 5 ameixas
Consideraes finais
Paciente internada com quadro de PE leve, seguiu
internada por pouco mais de 7 dias, cursando com
bom prognstico, recebeu alta aps indicadores
de PA, proteinria e dores cessarem. Em
ultrassom constatou-se total normalidade com o
feto.
Consideraes finais
O rodzio na clnica obsttrica possibilitou atuar
de forma mais efetiva realizando atividades
inerentes nutrio, nela h uma maior
independncia na deciso da conduta
dietoterpica e h um maior controle de evoluo
nutricional devido s avaliaes antropomtricas
semanais e visitas clnicas dirias.
Referncias bibliogrficas
MUSSOI, T. D. Avaliao nutricional na prtica clnica: da gestao
ao envelhecimento. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.