• Texto Luciana Mastrorosa | Foto Elisa Correa | Produção Ellen Annora
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Passe o sal (Foto: Elisa Correa/Editora Globo)

Passe o sal (Foto: Elisa Correa/Editora Globo)

A vida sem sal não tem graça – nem possibilidade de existência. A falta dele ou seu excesso (a quantidade diária não deve ultrapassar cinco gramas, de acordo com o Ministério da Saúde) podem causar graves problemas ao organismo. Não é exagero dizer que o sal é a alma da cozinha: ele realça o sabor natural dos alimentos e, mesmo em doces, uma pitadinha de cloreto de sódio dá aquela levantada no prato.

Em termos de origem, há basicamente dois tipos de sal: aquele extraído por meio da evaporação da água do mar (o sal refinado e o grosso estão incluídos nesse grupo) e o sal de rocha, obtido em formações rochosas que um dia foram lagos ou mares. Há ainda alguns tipos de sais mais grosseiros extraídos de minas, não indicados para o consumo humano. Possuem uso industrial, na alimentação de animais ou, no caso dos países frios, são úteis para lidar com a neve.

Do mar ou de rocha, todos os sais são fonte de cloreto de sódio. O que varia é a presença de outros minerais. Isso, entretanto, não chega a fazer diferença para a saúde, segundo a nutricionista Lia Buschinelli, da consultoria mL Pensando Saúde: “A ingestão diária necessária é muito pequena”, diz ela. O que difere é o paladar e a textura. Confira detalhes sobre cada um:

1. Sal negro do Havaí
Extraído das águas do Pacífico e produzido na Ilha Molokai, no Havaí, tem essa cor devido à mistura com cinzas vulcânicas. Possui sabor ligeiramente amargo, com toque defumado. Combina particularmente bem com peixes e ovas. A chef consultora Izabela Braga recomenda seu uso em receitas frias e entradas, sempre na finalização: “Fica perfeito no ovo mexido na manteiga”.


2. Flor de sal
Puríssimo, é o sal colhido manualmente na camada mais superficial das salinas. É mais úmido que o refinado e apresenta minerais como magnésio, iodo e potássio. Delicado e de textura crocante, é indicado na decoração e finalização de receitas salgadas, em particular as carnes, além de biscoitos, brownies e doces com chocolate e caramelo.


3. Sal azul da Pérsia
Esse sal de rocha proveniente do Irã (antiga Pérsia) é azul graças à presença de silvinita e potássio na composição. A chef Izabela Braga gosta de usá-lo em sobremesas e na finalização de pratos salgados, para agregar beleza, sabor e crocância.


4. Sal Maldon
Produzido em Essex, na costa britânica, pela tradicional companhia Maldon, é um sal marinho seco ao fogo, o que faz com que forme flocos crocantes em formato de pirâmide. Excelente em todos os preparos e queridinho dos chefs, é particularmente indicado na finalização de pratos, graças à sua textura diferenciada.


5. Sal cinza de Guérande
A região francesa de Guérande, famosa pela flor de sal, produz também seu “gros sel”, um sal grosso que não passa por refino e preserva sua cor natural, cinza. Seus grãos crocantes possuem sabor marinho intenso. Realçam pratos como saladas, sopa de legumes, entradas frias e carnes grelhadas.


6. Sal rosa do Himalaia
De coloração rosada, com grãos arredondados, também pode ser encontrado já moído. Extraído das minas de sal na cadeia rochosa do Himalaia, na Ásia, é considerado um dos sais mais puros. Contém 84 minerais, incluindo o ferro, responsável por sua cor. Tem sabor neutro que combina com uma enorme variedade de pratos, tanto no preparo quanto na finalização.

Fontes Fernanda Alves de Moraes, gerente de produtos da importadora La Pastina; Izabela Braga, chef consultora; Lia Buschinelli, nutricionista e proprietária da mL Pensando Saúde; Nelo Linguanotto, proprietário da Bombay Herbs & Spices; Roberto de Freitas, gerente de marketing da Cimsal

Agradecimento: Importadora La Pastina (sais negro do Havaí, Maldon, azul da Pérsia, do Himalaia e flor de sal)