• Texto Cíntia Bertolino | Fotos Elisa Correa | Realização Cláudia Pixu
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Doçura fitness (Foto: Elisa Correa/Editora Globo)

Doçura fitness (Foto: Elisa Correa/Editora Globo)

Com baixo índice glicêmico e o grande atrativo de provocar uma sensação de saciedade, a batata-doce caiu nas graças de esportistas e malhadores em busca de uma silhueta esbelta. O sucesso entre a turma fitness é relativamente recente, mas essa raiz está no cardápio da humanidade há muito tempo. 

Na pré-história, indígenas norte-americanos já se fartavam dela. Na época em que Cristóvão Colombo a levou do Peru à Espanha, europeus encontraram variedades na Ilha de Páscoa, no Havaí e na Nova Zelândia, plantadas pelos maoris. Acredita-se que a batata-doce tenha viajado entre os continentes ainda antes do descobrimento da América, nas engenhosas embarcações peruanas. O inverso também não é descartado: ela pode ter chegado aqui na bagagem de algum maori ou havaiano em visita ao continente.

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A batata-doce (Ipomoea batatas) é uma raiz da família das convolvuláceas, que preferem clima quente e úmido para se desenvolver. É muito cultivada em regiões de clima tropical e subtropical, como ilhas do Oceano Pacífico e na Ásia, em países como Índia, Japão e China. “Ela é cultivada em todo o Brasil, especialmente em áreas não sujeitas a frio intenso”, diz o pesquisador José Carlos Feltran, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Por aqui, as variedades mais comuns são as com polpa de cor que vai do creme ao branco, de sabor mais suave; as com polpa laranja, ricas em betacaroteno; e a roxa, mais doce.

Rica em vitamina C, potássio, ferro, cálcio e zinco, além de vitaminas do complexo B, ela pode ser transformada em purê e sopa, se cozida. Fica bem frita e também assada. É elemento indispensável ao ceviche.

Na doçaria tradicional brasileira, a batata-doce tem papel de relevo. Especializada em doces goianos, Adriana Lira, da Dona Doceira (que tem loja recém-inaugurada em São Paulo), resgatou uma série de receitas tradicionais, entre elas o docinho de batata-doce (foto, R$ 4,50, a unidade), cujo modo de preparo foi encontrado num livro escrito pela poetisa Cora Coralina. “Explicamos as origens dos doces, as pessoas lembram da infância, acabam se conectando com a história e experimentam”, conta Adriana.

Docinho de batata-doce da Dona Doceira: receita da poetisa Cora Coralina (Foto: Elisa Correa/Editora Globo)

Docinho de batata-doce da Dona Doceira: receita da poetisa Cora Coralina (Foto: Elisa Correa/Editora Globo)