• Por Caterina Poli
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A colunista Catê Poli fala sobre seu amor por plantas naturais. Na foto, a arquitetura da Gilda Meirelles (Foto: Evelyn Muller/Divulgação)

A colunista Catê Poli fala sobre seu amor por plantas naturais. Na foto, a arquitetura da Gilda Meirelles (Foto: Evelyn Muller/Divulgação)

Amo plantas naturais! Esse texto vai gerar polêmica, mas estou aqui só colocando minha opinião pessoal. Vejo que o mercado de plantas naturais vem crescendo cada vez mais, as pessoas querem ter plantas que crescem, florescem, se multiplicam e geram mudas, além de melhorar o astral da casa! Para muitos, cuidar de plantas hoje é um hobby e acho isso incrível.

Plantas vivas geram bem-estar, trazem frescor e umidade para o ambiente, e até purificam o ar. Outra vantagem é que são produzidas, no Brasil, geralmente por produtores rurais locais, assim geram empregos para pessoas de classes mais baixas e movimentam a nossa economia. Vejo, por outro lado, uma vertente que defende o uso de plantas artificiais, sejam elas de plástico ou tecido, para gente que não gosta de plantas mas quer seguir a moda ou para quem não quer ter trabalho de cuidar.

Para não chamar de falsas, chamam de “permanentes”, mas não permanecem com a mesma aparência para sempre, pois desbotam, empoeiram, não tem vida. Além disso, não sabemos se são feitas com tinta tóxica e, ao serem descartadas, que destino terão?

Sempre digo que planta não é objeto, planta é um ser vivo! Para mim não faz sentido ter uma planta em casa se ela não estiver viva. Que sentido faz um objeto imitar uma planta? Não consigo entender. Onde a planta não sobreviver podemos colocar uma foto, um objeto, um quadro, um espelho, uma escultura... Temos tantas alternativas, não é?

Plantas vivas geram bem-estar, trazem frescor e umidade para o ambiente, e até purificam o ar (Foto: Evelyn Muller/Divulgação)

Plantas vivas geram bem-estar, trazem frescor e umidade para o ambiente, e até purificam o ar (Foto: Evelyn Muller/Divulgação)

Se você quiser mesmo ter plantas em lojas, shoppings e escritórios com ar condicionado é possível fazer manutenção e um rodízio entre elas. Isso gera um custo extra, mas mesmo assim vale a pena, porque planta natural traz vida!

Tem também uma onda que defende as preservadas, ou estabilizadas, aquelas que um dia foram vivas. Acho menos pior, mas ainda prefiro os arranjos secos, que agora voltaram à moda, e os secos pintados em cores vibrantes, que não tentam imitar plantas de verdade.
Na minha cabeça não faz sentido as plantas não estarem vivas, até as plantas naturais quando morrem viram matéria orgânica e esse é o maravilhoso ciclo da vida.

Quem sabe um dia alguém me trará argumentos fortes, para me convencer de que estou enganada, mas por enquanto sigo plantando árvores, palmeiras, arbustos. Todos vivos, verdadeiros, naturais e que ajudam a preservar o meio ambiente (que aliás, anda bem abandonado pelos nossos governantes, mas isso é assunto para outro texto).

Ah, só mais uma coisa: Burle Marx, que esse ano faria 110 anos, nosso ícone, nosso exemplo e maior paisagista brasileiro de todos os tempos, jamais utilizou uma planta artificial. Sigo o mestre!

Para não chamar de falsas, chamam de “permanentes”, mas não permanecem com a mesma aparência para sempre, pois desbotam, empoeiram, não tem vida (Foto: Evelyn Muller/Divulgação)

Para não chamar de falsas, chamam de “permanentes”, mas não permanecem com a mesma aparência para sempre, pois desbotam, empoeiram, não tem vida (Foto: Evelyn Muller/Divulgação)