• Texto Marilena Dêgelo | Repórter de imagem Viviane Gonçalves | Fotos Edu Castello
  • Texto Marilena Dêgelo | Repórter de imagem Viviane Gonçalves | Fotos Edu Castello
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A estrutura de concreto, com cobertura de abóbodas, foi aproveitada na reforma desta casa, construída em 1980. Os pilotis soltos no térreo deram origem à varanda voltada para os fundos. A piscina foi revestida de pastilhas, da Vidrotil. Em torno, piso de arenito São Carlos vermelho, da Lesec. (Foto: Edu Castello)

Apenas a cobertura de abóbadas e a estrutura de concreto com pilotis, originais da construção de 1980, foram mantidas na reforma realizada nesta casa de 386 m² no bairro Alto de Pinheiros, em São Paulo. Para adequá-la ao estilo de vida e às necessidades de um jovem casal com três filhas pequenas, o arquiteto André Vainer eliminou muitas paredes, vários desníveis no piso e o revestimento de pedra que havia no térreo. “Isso tudo escurecia os ambientes”, diz ele. “No living, havia um rebaixo desagradável usado na época para definir a sala de lareira.”

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Com a demolição de paredes, o arquiteto pôde ampliar e redistribuir os cômodos. A principal mudança ocorreu no living, que era comprido e fechado na fachada frontal. “Empurrei-o para frente, onde ficava a garagem, e transformei a área dos fundos em uma varanda aberta para a piscina”, explica Vainer. A alteração permitiu a abertura de mais e maiores vãos para a entrada de luz natural nas duas fachadas da casa, criando a ventilação cruzada, e a integração dos interiores com as áreas externas através de portas de correr com vidro.

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No recuo frontal do terreno, antes reservado ao estacionamento, o arquiteto inseriu um pequeno jardim com uma jabuticabeira vista da nova parte do living pelos painéis de vidro. Nesse canto da sala, ele construiu a lareira em volume de concreto – metade externa – com coifa desenvolvida por seu escritório. No meio do cômodo, entre o estar e o jantar, ficaram soltos três dos pilotis que sustentam o andar superior. Os demais foram destacados, com a recuperação do concreto aparente, entre as paredes brancas.

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Ainda no térreo, a antiga sala de lareira virou o lavabo com janelas junto ao teto. “Fechei o alto das paredes entre os cômodos com vidro para passar a luz de um ambiente para o outro. Assim a casa não fica interrompida”, diz o arquiteto.

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A jabuticabeira reina no jardim criado na frente da casa e integrado à nova área da sala pela porta de correr. À dir., parte da lareira fica do lado externo. (Foto: Edu Castello)

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Os pilotis ficaram soltos no meio do living com a demolição da parede que o separava da antiga garagem. À esq., os painéis de vidro deslizantes abrem totalmente o cômodo para a varanda. Na mesa de jantar, bonsai e castiçais, da Bothanica Paulista, e velas, da Velas Sem Fim. Almofadas da Marcela Pepe. (Foto: Edu Castello)

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Empurrado para a frente da casa, o living ficou amplo e iluminado com novas aberturas que proporcionam a ventilação cruzada. À dir., o hall de entrada é separado pelo armário baixo, em “L”, desenhado pelo arquiteto. Objetos da Futon & Home, Tribes e LS Selection. Quadros, Galeria Monica Filgueiras. (Foto: Edu Castello)

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A janela maior, que ocupa toda a largura do vão acima da bancada de Corian, aumentou a entrada de luz natural na cozinha. Os armários têm portas com acabamento de laminado na cor laranja. (Foto: Edu Castello)

No espaço onde era o lavabo, ele fez a cozinha de serviço, depois de dar à principal status de gourmet. “O dono da casa gosta de cozinhar e pediu bancada central e uma janela para a copa, que antes era a sala de jantar”, afirma Vainer. Os armários do cômodo foram revestidos de laminado em tom laranja.

Por sinal, o arquiteto adora usar cor em seus projetos: “Também pintei de vermelho escuro os muros porque o branco é muito tirânico: reflete a luminosidade e ofusca a visão”, diz Vainer. No restante da casa, ele criou armários e estante com sarrafos de eucalipto colados. “É uma madeira de reflorestamento e de custo baixo”, afirma.

Na copa, um armário foi encaixado sob laje em balanço que avança no recuo lateral e apoia uma janela de cantos. O cômodo ficou amplo e ainda mais iluminado com a eliminação de uma parede que o separava da escada. O mesmo aconteceu no escritório, criado no pavimento superior ao lado da escada, onde era a suíte principal. A área do closet e do banheiro deu lugar ao espaço para as crianças brincarem junto à sala de TV.

O corredor para as suítes, antes fechado por armário, ganhou duas janelas basculantes e uma bancada de estudo para as meninas. Para criar a nova suíte do casal, o arquiteto fez em uma laje existente o closet e o banheiro junto a um dos três quartos, ampliando em 15 m² a área construída. O restante dessa laje recebeu o teto jardim, que enfeita a fachada frontal. “Ampliamos também a área de jardim nos fundos do terreno, demolindo uma edícula que havia ao lado da piscina”, diz Vainer. “Requalifiquei a casa. Abri o máximo de janelas e recuperei o concreto aparente do teto e dos pilares. Trocamos todos os revestimentos e os caixilhos das portas e janelas, que ainda eram de ferro e estavam destruídos.”

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No alto das paredes da cozinha de serviço, os vidros fecham todo o vão, deixando passar a luz de um ambiente para o outro e dando a sensação de casa não interrompida. (Foto: Edu Castello)

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Antiga sala de jantar, a copa ganhou janela que avança no recuo lateral em caixilho, da Cerri, sobre laje em balanço, que funciona como aparador. No meio do armário (à esq.), fica a comunicação com a cozinha. Cafeteria, bandeja, xícaras, prato e bowl da Spicy. (Foto: Edu Castello)

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O arquiteto aproveitou a área do corredor para o jardim para instalar o bufê com portas de vidro no módulo superior. Bandeja com garrafas e copos da LS Selection. À dir., a demolição da parede na lateral da escada ampliou a copa. Caminho de mesa, da Roupa de Mesa. Os degraus e o piso da maioria dos cômodos são revestidos de assoalho de perobinha, da Madeireira Felgueiras. (Foto: Edu Castello)

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A sala de TV foi ampliada com a eliminação de uma suíte no pavimento superior e permitiu criar o espaço de brincar. Toda a área pode ser isolada do resto da casa pela porta de correr em painel de madeira pintado de branco, que fecha o vão, ao lado, antes fechado por armário alto, o corredor para os quartos virou área de estudo com duas janelas basculantes colocadas acima da bancada revestida de laminado. A luz solar entra também por vidro fixo que acompanha as curvas do teto com concreto aparente. Cadeiras, da A Lot Of. Objetos, da LS Selection. (Foto: Edu Castello)