• Texto Bruna Menegueço | Produção Marjory Basano
Atualizado em
Living Para aguentar a umidade da região, o piso de tábuas de pínus recebeu tratamento de autoclave. Passadeira da By Kamy e sofás da Artefacto (Foto: Marco Antonio / Editora Globo)

LIVING | Para aguentar a umidade da região, o piso de tábuas de pínus recebeu tratamento de autoclave. Passadeira da By Kamy e sofás da Artefacto (Foto Marco Antonio / Editora Globo)

Casa, trânsito, trabalho. Assim como muitos de nós, essa foi a rotina do economista Flavio Marelim, 49 anos, durante anos. Até que uma viagem de férias à Inglaterra o fez repensar o quanto o combo “estresse + falta de tempo” estava realmente valendo a pena. Ao pegar o avião de volta ao país, a decisão de mudar de vida estava tomada. A paixão pelo sul da Bahia era antiga e, por isso, o destino era certo. Durante dois anos e meio, ele arquitetou os planos, até que, em 1999, o caminhão saiu com destino ao estado. “Eu fui em busca de uma terra encantada, onde eu pudesse construir uma pequena pousada para receber hóspedes e amigos. Busquei em toda a costa sul. Passei por Corumbau, Itacaré, Trancoso, mas foi em Caraíva que encontrei o que procurava”, conta Flavio. Na pequena cidade, ele teve dois filhos: Bento, hoje com 13 anos, e Flora, 11.

Como a vida é repleta de mudanças – e Flavio não tem medo delas –, ele partiu para mais uma fase. Após nove anos, vendeu a pousada e foi para Trancoso, onde vive até hoje. Por lá, uma nova etapa aconteceu. Flavio separou-se e conheceu sua atual esposa, Carolina, 31 anos, com quem teve outros dois filhos, Valentina, de 6 anos, e a pequena Teodora, de 9 meses.

A casa Beijinho – nome escolhido pela família para homenagear a planta da espécie Impatiens, que é farta na região e também conhecida como beijo na Bahia – é a realização de um sonho de viver de frente para a praia em um vilarejo pequeno, mas com estrutura para os filhos. “Aqui, eles estudam, fazem equitação, aulas de tênis, inglês e balé. Apesar da agenda cheia, nós convivemos o dia todo e gastamos nosso tempo em família, e não mais no trânsito, como no Rio de Janeiro”, diz Flavio.

Localizada em um terreno de 3.800 m², a construção tem 350m² e conta com living, cozinha e três suítes. A maior delas, no andar superior, ganha privacidade com o fechamento de uma porta posicionada bem no meio da escada. Apesar de estar na praia, nem a decoração, nem os acabamentos da casa são óbvios. Em vez de cimento queimado, o morador quis cobrir todos os ambientes com tábuas de pínus, que têm tratamento de autoclave para suportar a umidade e a maresia. Os móveis, também escolhidos por ele, são resultado de garimpo. Há poltronas de design clássico, tapetes e sofás generosos que permitem uma viagem além-mar.

Para Flavio, a melhor parte do dia é ver a vida passar, entre um compromisso e outro, sentado no sofá do living integrado à piscina. Ali, macacos e esquilos se revezam em visitas inesperadas à cozinha. “É preciso ficar atento e guardar alimentos e utensílios, mas eles são sempre bem-vindos”, avisa o morador. Quando questionado sobre o futuro, ele responde sem pestanejar: “Quero viver aqui até o fim”.

Detalhe Artes indígenas estão espalhadas pela casa, como essa vassoura de palha da Galeria Moitará. A cadeira de madeira pintada de azul foi garimpada no antiquário Candeia, em Tiradentes (Foto: Marco Antonio / Editora Globo)

DETALHE | Artes indígenas estão espalhadas pela casa, como essa vassoura de palha da Galeria Moitará. A cadeira de madeira pintada de azul foi garimpada no antiquário Candeia, em Tiradentes (Foto Marco Antonio / Editora Globo)

Canto do estar A poltrona foi garimpada no antiquário Candeia, em Tiradentes. No espaço embaixo da escada, Flavio acomodou um móvel de madeira, do mesmo antiquário, que faz as vezes de bar (Foto: Marco Antonio / Editora Globo)

CANTO DO ESTAR | A poltrona foi garimpada no antiquário Candeia, em Tiradentes. No espaço embaixo da escada, Flavio acomodou um móvel de madeira, do mesmo antiquário, que faz as vezes de bar (Foto Marco Antonio / Editora Globo)

 Flavio, Carolina e Teodora posam para foto ao lado da escada de pínus tratado (Foto: Marco Antonio / Editora Globo)

ESCADA | Flavio, Carolina e Teodora posam para foto ao lado da escada de pínus tratado. A porta logo após os primeiros degraus oferece segurança para as crianças e privacidade para a suíte principal, que fica no andar superior. Luminária de ferro e pá indígena da Galeria Moitará. A carranca de gado é uma criação da artista plástica Sumitra Dhyan (Foto Marco Antonio / Editora Globo)

 A sala está completamente integrada à varanda e ao jardim por portas de correr de pínus tratado (Foto: Marco Antonio / Editora Globo)

INTEGRAÇÃO | A sala está completamente integrada à varanda e ao jardim por portas de correr de pínus tratado. Nas mesas laterais, executadas pela marcenaria Dati, o abajur de palha, da artesã Nádia Calazans, traz rusticidade ao ambiente. Luminárias de vidro do artesão Francisquinho, de Tiradentes (Foto Marco Antonio / Editora Globo)

Corredor A passadeira da By Kamy traz o tom de azul que se repete nos batentes da ala íntima da casa. Pendente de palha da artesã Nádia Calazans (Foto: Marco Antonio / Editora Globo)

CORREDOR | A passadeira da By Kamy traz o tom de azul que se repete nos batentes da ala íntima da casa. Pendente de palha da artesã Nádia Calazans (Foto Marco Antonio / Editora Globo)

Quarto Na entrada, o varão exibe peças indígenas garimpadas no vilarejo de Itaporanga, que fica entre Trancoso e a Praia do Espelho (Foto: Marco Antônio / Editora Globo)

QUARTO | Na entrada, o varão exibe peças indígenas garimpadas no vilarejo de Itaporanga, que fica entre Trancoso e a Praia do Espelho (Foto Marco Antônio / Editora Globo)

As poltronas de couro, da By Kamy (à esq.) e Depósito Santa Fé (à dir.), dão ar de sala ao ambiente (Foto: Marco Antonio / Editora Globo)

VARANDA | As poltronas de couro, da By Kamy (à esq.) e Depósito Santa Fé (à dir.), dão ar de sala ao ambiente. A mesa veio de Bali e acomoda o abajur, do antiquário Candeia. Luminária de ferro do artesão Francisquinho. Tapete de sisal feito pelo artesão Lírio (Foto Marco Antonio / Editora Globo)

Chuveiro Para tomar banho vendo as estrelas, a ducha fica ao ar livre e  foi cercada por um muro de seixos rolados comprados na cidade de Guaratinga (Foto: Marco Antonio / Editora Globo)

CHUVEIRO | Para tomar banho vendo as estrelas, a ducha fica ao ar livre e foi cercada por um muro de seixos rolados comprados na cidade de Guaratinga (Foto Marco Antonio / Editora Globo)

Portão De cumaru, foi feito pela Marcenaria Dati (Foto: Marco Antonio / Editora Globo)

PORTÃO | De cumaru, foi feito pela Marcenaria Dati (Foto Marco Antonio / Editora Globo)