• Por Bruna Cezario
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A aromaterapia em animais trata questões físicas, emocionais, comportamentais e energéticas, equilibrando o sistema fisiológico do animal (Foto: Pxfuel / DMCA / CreativeCommons)

A aromaterapia em animais trata questões físicas, emocionais, comportamentais e energéticas, equilibrando o sistema fisiológico do animal (Foto: Pxfuel / DMCA / CreativeCommons)

Ansiosos, tristes ou muito agitados. Assim como os humanos, os pets também desenvolvem enfermidades. Por conviverem em ambientes urbanos e muito próximos às pessoas, eles podem sentir enjoo, cansaço, ansiedade e estresse. Entretanto, atualmente, existem várias maneiras de deixar a rotina mais agradável e ajudá-lo a se acalmar. Uma delas é a aromaterapia para animais. Já ouviu falar sobre ela? Ainda não? Então se prepare!

A aromaterapia em animais trata questões físicas, emocionais, comportamentais e energéticas, equilibrando o sistema fisiológico do animal. Segundo a bióloga Luanda Guerra, especialista em aromaterapia para animais, os óleos essenciais usados para os pets trazem inúmeros benefícios para a saúde, a qualidade de vida, a prevenção de doenças e é também solução complementar de problemas físicos e comportamentais de diversas espécies.

“Na natureza, os animais já interagem constantemente com as plantas aromáticas, que produzem os óleos essenciais, porém, dispersos em pequenas quantidades. Para extrairmos 10 ml de um óleo essencial, são necessários de centenas de quilos a toneladas de plantas, pois são substâncias muito concentradas. Por isso, sua utilização exige alguns cuidados especiais e o acompanhamento de profissionais qualificados”, enfatiza Luanda.

Cuidados

Os animais de estimação usam seu faro para obter todos os tipos de informações complexas do ambiente (Foto:  Pexels/ Karolina Grabowska/ CreativeCommons)

Os animais de estimação usam seu faro para obter todos os tipos de informações complexas do ambiente (Foto: Pexels/ Karolina Grabowska/ CreativeCommons)

Porém, todo cuidado é pouco. O olfato dos cães e gatos é muito mais desenvolvido que o dos humanos. Os animais de estimação usam seu faro para obter todos os tipos de informações complexas do ambiente. Por isso, quando falamos em aromaterapia para animais, é preciso ter muita cautela.

Os óleos essenciais são absorvidos por inalação, ingestão e contato com a pele. Eles entram na corrente sanguínea muito rapidamente e são distribuídos para vários tecidos. Para a médica veterinária e terapeuta integrativa, Gioconda Assumpção, “o uso inadequado desses óleos, sem o auxílio de um profissional habilitado, pode intoxicar os pets, e causar queimaduras, irritações, diarreias, salivação, desidratação, desmaios, entre outros sintomas”.

Ela assente que quando isso acontece, o médico veterinário, juntamente com outros profissionais, com formação em aromaterapia para animais, consegue escolher os melhores óleos essenciais e a forma ideal de usá-los com segurança. O tratamento é individual e leva em conta as características de cada animal junto ao seu contexto.

Recomendações


A médica veterinária separou algumas recomendações para o uso de qualquer óleo essencial em um pet. Seguem algumas dicas para o uso seguro:

1. Ter paciência e observar a resposta do seu animal sem pressa ou distrações;
2. Nunca restringir os movimentos do animal ao oferecer um óleo essencial ou hidrolato. Deixe o animal livre, para movimentar-se e distanciar-se do frasco;
3. Sempre diluir o óleo essencial. Nunca oferecer ou mostrar ao animal óleos essenciais puros em frascos abertos;
4. Observe primeiro a resposta do animal a uma certa distância, para então aproximar o frasco ao focinho do animal. A melhor distância varia entre os animais;
5. Respeitar a escolha do animal. Nunca force nenhum óleo essencial ou sinergia sem a aprovação do animal;
6. Use somente óleos essenciais de boa qualidade e armazenados em local fresco e ao abrigo da luz;
7. Nunca deixe os frascos de óleos essenciais ao alcance do animal sozinho;
8. Em caso de quaisquer reações adversas, interrompa o tratamento e procure um médico veterinário imediatamente.

Luanda complementa que, de maneira geral, óleos essenciais, como os de canela, cravo, orégano, tomilho (timol), poejo, tuia, hissopo, wintergreen, sálvia comum, dentre outros, possuem maior potencial de toxicidade e só devem ser usados com o acompanhamento e orientação de um profissional qualificado.

Tratamento

Os óleos essenciais utilizados para os pets trazem inúmeros benefícios para a saúde, qualidade de vida, prevenção de doenças e solução complementar de problemas físicos  (Foto:  Pexels/ Karolina Grabowska/ CreativeCommons)

Os óleos essenciais usados para os pets trazem inúmeros benefícios para a saúde, a qualidade de vida, a prevenção de doenças e também como solução complementar de problemas físicos (Foto: Pexels / Karolina Grabowska / CreativeCommons)

A absorção dos óleos essenciais se dá pelo olfato e através da pele, podendo ser usado tanto por inalação, quanto por aplicação tópica e banho aromático. Seu mecanismo de ação é simples. Após o início da terapia com o óleo essencial, substâncias químicas no cérebro são estimuladas e liberadas, o que, consequentemente, permite a regulação de várias funções no organismo.

Medicamentos

Segundo Renata Piazera, farmacêutica e fundadora da Fórmula Animal, farmácia de manipulação veterinária, muitos óleos essenciais se mostram eficazes contra fungos e bactérias, sendo estudados e usados para tratamentos de uso tópico. Eles servem até como alternativas viáveis para evitar a resistência bacteriana em animais.

“Uma das principais vantagens da aromaterapia é o fato dos óleos essenciais serem derivados de plantas e, consequentemente, naturais, onde, dependendo do tratamento, pode-se impedir o emprego de medicamentos sintéticos que possam causar possíveis efeitos adversos e colaterais a longo prazo”, explica a farmacêutica.