Saúde

Por Por Izabel Gimenez


Os principais sintomas da cinomose estão relacionados à falta de coordenação motora do animal — Foto: Canva/ CreativeCommons
Os principais sintomas da cinomose estão relacionados à falta de coordenação motora do animal — Foto: Canva/ CreativeCommons

Perceber que há algo de errado com o pet é uma dor sem tamanho para os tutores. Infelizmente, existem doenças em todas as espécies e a melhor forma de protegê-los é pesquisando sobre o assunto e reduzindo os possíveis danos. No caso dos cães, muito se fala sobre a cinomose, patologia extremamente contagiosa causada por um vírus da família Paramyxovirus.

A contaminação acontece entre cachorros e não coloca em risco a saúde do ser humano. Como explica Camila Eckstein, médica-veterinária e doutura em Ciência Animal, o cão pode transmití-lo diretamente, pelo contato com outro pet da mesma espécie, ou indiretamente, por exemplo, por meio de urina, fezes e outras secreções. “Os animais têm o hábito de se lamber, de ter uma interação próxima, de se cheirar e também de trocar objetos entre si. Quando eles compartilham comedouro, bebedouro, brinquedo, existe uma chance de transmissão”, alerta.

A médica-veterinária Laís Antunes esclarece que, após o contato com um cão doente ou com ambientes contaminados, o vírus inicia sua multiplicação nas células de defesa do animal, e em seguida, se dissemina por diversos órgãos. “As principais áreas atingidas são as que envolvem os sistemas digestório, motor, respiratório e urogenital, provocando febre, apatia e baixo apetite. O sistema nervoso também pode ser acometido e os sinais clínicos, geralmente, são observados após 21 dias de recuperação das variações sistêmicas, lembrando que o grau de alteração clínica e os tecidos envolvidos variam de acordo com a cepa viral e sistema imune do pet”. Dra. Camila completa listando outros sinais, também compatíveis com a doença, como o acometimento dos olhos, problemas no sistema gastrointestinal, causando diarreia do vômito, pneumonia, lesões de pele, entre outros.

A cinomose costuma atingir filhotes que não completaram todo o ciclo vacinal necessário — Foto: Canva/ CreativeCommons
A cinomose costuma atingir filhotes que não completaram todo o ciclo vacinal necessário — Foto: Canva/ CreativeCommons

Para limpar objetos contaminados, as especialistas indicam desinfetantes à base de amônia quaternária 0,3% ou água sanitária, porém, é essencial realizar isolamento do bicho para evitar a transmissão. Apesar de ser altamente contagioso, o vírus sobrevive por aproximadamente uma hora nas secreções das feridas em temperatura corporal e por cerca de três horas em temperatura ambiente.

Ainda que a doença seja séria, os riscos de contaminação diminuem drasticamente com a vacina. Já nos primeiros meses, o animal deve tomar três doses da polivalente (V8, V10 ou V11) com um intervalo de 3 a 4 semanas entre elas, dependendo da indicação do veterinário. Após 1 ano, deve ser reforçada anualmente e o valor gira em torno de R$ 60 e R$ 90.

“A doença é comum em filhotes de 3 a 6 meses, pois é quando ocorre o desmame e, consequentemente, queda dos anticorpos maternos, ou nos que não receberam a quantidade adequada de anticorpos via transplacentária e colostro. Entretanto, é importante destacar que animais de todas as idades podem ser acometidos, inclusive os que foram vacinados quando mais jovens, mas não continuaram com as imunizações periódicas”, orienta Dra. Laís.

Neste caso, a precaução e o cuidado é sempre a melhor escolha, já que a cinomose é uma doença sem cura, de progressão rápida e com um processo difícil para o pet e seus respectivos responsáveis. “Nem sempre a taxa de eficácia é alta. Um dos maiores problemas da cinomose não é o tratamento em si, mas os sinais neurológicos característicos. Quando ele atinge certo nível de lesão, não há regressão, então, independente da realização do tratamento ou do corpo do animal conseguir conter a multiplicação do vírus, a lesão gerada não volta mais para o seu estado natural”, sinaliza Dra. Camila.

Sem contar que, ainda que o tratamento funcione, cães que já tiveram a doença em algum momento da vida, podem apresentar novos sinais clínicos após anos. Tudo dependerá da linhagem viral, da idade do cão e de sua resposta imunológica, portanto, o acompanhamento clínico é essencial.

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