Saúde

Por Por Isadora Pacello Com Júlia Martinez


Deixar os animais no carro fechado pode levar à hipertermia e até à morte — Foto: ( Unsplash/ marieke koenders/ CreativeCommons)
Deixar os animais no carro fechado pode levar à hipertermia e até à morte — Foto: ( Unsplash/ marieke koenders/ CreativeCommons)

Você está com seu pet no carro e precisa parar para resolver alguma coisa bem rápida. Será que tudo bem deixar o animal no carro fechado só um pouquinho? Segundo os especialistas, não.

Essa prática, contudo, não é inédita. Há diversos relatos de animais que foram deixados dentro do carro fechado e sofreram graves consequências, como Kyra, uma cadela da raça buldogue francês que foi salva pela Polícia Militar de Santa Catarina após três horas dentro do veículo.

A questão é que as temperaturas no interior do carro fechado podem subir muito rapidamente, ultrapassando os 40°C, mesmo em dias mais frios. Considerando, ainda, as chances de você não conseguir voltar tão depressa quanto imaginou, tem-se uma combinação que pode ser letal.

Um dos fatores que agrava esse quadro é a dificuldade dos animais de regular a temperatura corpórea, já que eles, diferentemente dos humanos, não possuem glândulas sudoríparas. Isso significa que a única forma de dissipar o calor é através da ofegação, insuficiente no caso de o pet estar num local muito quente. No caso das raças braquicefálicas, como pugs e buldogues, esse problema é ainda mais sério.

Agora imagine o seu pet, incapaz de suar, fechado num carro a mais de 40°C. Em questão de poucos minutos, ele pode entrar num quadro de intermação, um choque térmico resultante das altas temperaturas externas, segundo o médico-veterinário Rômulo Braga, do CRV Imagem. “O pet não consegue compensar, entra em choque, tem salivação e, claro, se não for tirado do carro imediatamente, o quadro não se reverte mais”, explica o especialista.

Segundo Rosângela Gebara, médica-veterinária membro da Comissão Técnica de Bem-estar Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), se você encontrar um pet fechado num carro, deve tirá-lo de lá na mesma hora. “Primeiro, deve-se tentar abaixar a temperatura corporal, mas não abruptamente, para evitar um choque térmico. Não jogue água gelada nem coloque gelo. É melhor molhar com água fria os pulsos, a nuca, as orelhas, colocar toalhas geladas, ligar um ventilador, colocar dentro de uma área com ar condicionado no mínimo. É muito importante tentar levar ao médico-veterinário o mais rápido possível, principalmente se já está com quadro de heat stroke, ou hipertermia”, orienta a Dra. Rosângela. Casos de hipertermia são delicados, e podem causas convulsões. Ela ainda alerta que não se deve tentar fazer o animal ingerir água se estiver desacordado ou à beira de um desmaio, pois o líquido pode ir parar nos pulmões.

O Dr. Rômulo acrescenta que, no pronto-socorro, a equipe de médicos-veterinários vai tomar as medidas necessárias, a fim de evitar a falência de órgãos e, consequentemente, a morte do animal. “Se, dentro de 24 horas, o paciente sobreviver, provavelmente vai ficar bem. Mas pode haver sequelas”, afirma.

Se encontrar um pet fechado no carro, retire-o imediatamente e procure um médico-veterinário — Foto: ( Pexels/ Charles Roth/ CreativeCommons)
Se encontrar um pet fechado no carro, retire-o imediatamente e procure um médico-veterinário — Foto: ( Pexels/ Charles Roth/ CreativeCommons)

Só o carro é o vilão?

Da mesma forma que não se deve deixar o pet no carro fechado, é preciso ter muito cuidado nos dias quentes, sobretudo se for passear com seu animal. Prefira sair de manhã cedo para exercício moderado e leve água para oferecer ao pet durante o trajeto. E, se perceber que ele não está se sentindo bem, volte para casa. “Mucosas com cor de tijolo, saliva espessa e ofegação intensa são indícios de que ele pode estar tendo um choque de calor”, diz a Dra. Rosângela. O ideal é fazer de tudo para não chegar a essa situação.

Vai sair num dia muito quente? O Dr. Rômulo recomenda deixar o pet em casa. “Mesmo assim, precisa ser uma área em que não bata sol direto e com ventilação. Se o ar condicionado estiver ligado e faltar energia, precisa ter alguém para ser avisado nesse caso, para resgatar o animal. E sempre deixar água fresca disponível”, aconselha o veterinário. A Dra. Rosângela ainda sugere fazer uma tosa higiênica, principalmente na barriga, para que ele possa se deitar no chão e trocar calor com o ambiente.

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