Saúde

Por Por Bruna Minelvino


Por estarem em contato direto com os humanos, cães e gatos são os principais transmissores da raiva — Foto: ( Pixabay/ jannette 1980/ CreativeCommons)
Por estarem em contato direto com os humanos, cães e gatos são os principais transmissores da raiva — Foto: ( Pixabay/ jannette 1980/ CreativeCommons)

A raiva é uma doença infecciosa viral aguda grave, provocada pelo vírus da família Rhabdoviridae, que, ao entrar em contato com a pele ferida ou com uma mucosa, se multiplica nas células musculares e começa a migrar para o sistema nervoso central (SNC), cerca de 1 centimetro por dia. Nos humanos, a infecção pode provocar sintomas graves, como anorexia e hidrofobia - medo de água.

Dentro do corpo, depois de atingir a medula, o vírus passa por um período de incubação que pode durar meses até chegar ao cérebro, onde se multiplica mais uma vez e migra para as células das glândulas salivares. Ou seja, é pela saliva de animais ou humanos contaminados que a raiva é transmitida.

Devido ao contato direto com os humanos, hoje cães e gatos são os principais transmissores da doença. “Todo mundo, em algum momento da vida, vai entrar em contato com um cachorro ou com gato, dentro de casa, em lares de amigos ou nas ruas das cidades. Porém pode ocorrer a transmissão também por outros animais, como morcegos, que são responsáveis pela contaminação de outros bichos”, explica a médica-veterinária Rosane Costa.

A raiva possui quatro ciclos de transmissão que variam entre as espécies: silvestre aéreo, do qual fazem parte os morcegos; silvestre terrestre, que engloba saguis e gambás; rural, que abrange bovinos e equinos; e urbano, do qual pertencem os cães e gatos. Qualquer um desses animais que esteja contaminado com o vírus da raiva poderá transmiti-la aos humanos, por meio da saliva, ao morder ou lamber mucosas, arranhões e feridas.

O período de incubação da doença também varia de acordo com as espécies. “Nos humanos, é de 45 dias, podendo ser mais curto em crianças. Após a conclusão do período, surgem os sintomas clínicos da raiva, que duram em média de 2 a 10 dias. É quando o paciente apresenta mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura, anorexia, cefaleia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia e hidrofobia", explica Silvia Adriana Mayer Lentz, médica-veterinária, mestre e doutora em microbiologia agrícola e do ambiente.

Nos humanos, o tratamento é feito por meio de antivirais e outros medicamentos específicos enquanto o paciente está em coma induzido. Porém é é importante salientar que nem todos os contaminados, mesmo submetidos ao protocolo, sobrevivem, por isso ele deve ser iniciado assim que houver a suspeita ou a confirmação do diagnóstico para evitar que o vírus atinja o sistema nervoso central.

A vacinação anual de cães e gatos é a medida mais indicada para a prevenção da raiva — Foto: ( Pixabay/ jannette 1980/ CreativeCommons)
A vacinação anual de cães e gatos é a medida mais indicada para a prevenção da raiva — Foto: ( Pixabay/ jannette 1980/ CreativeCommons)

A doença nos pets

Mudanças comportamentais, como ficar mais quieto ou agressivo, se esconder em lugares mais escuros, demonstrar medo e desorientação, dificuldade em realizar certos movimentos habituais, além de falta de apetite, febre e convulsão são alguns dos sinais da doença em cães. Infelizmente, o destino para cachorros diagnosticados com raiva é a eutanásia.

Não existem sequelas em animais, pois não existe um tratamento. Enquanto nos humanos as sequelas podem ser bem graves, de acordo com Rosane. “No Brasil, existem dois sobreviventes - um vive na cadeira de rodas, com dificuldade de movimentar as mãos e os braços - e o outro está surdo, cego e vivendo em uma cama com ajuda de aparelhos para respirar”, conta.

A vacinação anual de cães e gatos é a medida eficaz para a prevenção da raiva. Com a imunização, é criada uma barreira que protege os seres humanos de forma indireta. Ou seja, ao vacinar cães e gatos, o tutor está protegendo a si mesmo, sua família e amigos.

A raiva possui diferentes períodos de incubação, que variam entre as espécies — Foto: ( Pixabay/ jannette 1980/ CreativeCommons)
A raiva possui diferentes períodos de incubação, que variam entre as espécies — Foto: ( Pixabay/ jannette 1980/ CreativeCommons)

O que fazer após a exposição?


Caso a agressão por parte de algum animal, a assistência médica deve ser procurada o mais rápido possível. Deve-se lavar o ferimento abundantemente com água e sabão, o mais rápido possível.

Em casos de agressão por cães e gatos, quando possível, recomenda-se observar o animal por 10 dias para ver se irá manifestar a doença ou vir à óbito. Porém, caso o animal adoeça, desapareça ou morra nesse período, é imprescindível informar o serviço de saúde imediatamente. Além disso, acidentes que envolvem mordeduras e arranhaduras com cães e gatos devem ser comunicados aos serviços de vigilância em zoonoses locais.

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