Reforma moderniza casarão antigo, mas preserva características originais

Como adora casarões antigos, ela se apaixonou por este de estilo colonial em frente à praça. Sem o conhecer todo por dentro, arrematou-o juntamente ao marido, o médico Leonardo Lamego.

Para o projeto de reforma, ela buscava um olhar mais moderno a fim de evitar uma casa muito datada, por isso chamou os arquitetos conterrâneos André Motta, filho de sua prima, e André Braz. “Muito danificado, o imóvel surgiu como um desafio para nós”, lembra Braz.

A construção original tinha 140 m², que se transformou em 215 m² da casa principal, mais 75 m² da edícula nos fundos – que possui garagem e mais um dormitório.

Para a nova disposição, as premissas de Heloisa eram claras: uma cozinha com sofá para receber e três suítes – ela tem dois filhos adultos. “Heloisa não queria uma casa asséptica, e, sim, autêntica, de vivência”, define Motta.

A sala de estar fica logo na entrada, seguida dos quartos no centro e da cozinha com varanda e acesso ao jardim, que vai até a edícula – a cerca de 6 m da entrada da casa, desembocando na rua de trás.

Os arquitetos mantiveram a fachada frontal e fizeram apenas uma intervenção maior na parte do L, onde houve a construção da cozinha de estar, além de uma área de jardim interno, acessada pela suíte.

Com paixão pelo colecionismo, Heloisa reaproveitou muitos materiais da casa e do mobiliário, adaptando-os ao novo contexto, além de peças de família e muito garimpo.

A serralheria de um profissional local marca presença nas janelas da fachada e das que se abrem totalmente na cozinha, como também nas camas, boxes e pergolado no jardim.

Como Heloisa queria incluir a taquara, um tipo de bambu encontrado na região, os tetos das áreas sociais foram revestidos do material. “A taquara precisa ser colhida nos meses sem 'R', ou seja, no inverno”, conta ela, que montou uma logística para colocar a ideia em prática.

Na escolha das cores, o azulejo assinado por Calu Fontes na cozinha norteou as escolhas, como o verde bem presente no projeto. Já nos quartos, um tom terroso desenha a meia-parede, elemento muito tradicional nesse tipo de construção.

O jardim conta com espécies mais "antigas", como roseiras, camélias e hortênsias, além de árvores frutíferas e até um salgueiro-chorão, que gera sombra na varanda. “O quintal em Minas produz troca de plantas entre as pessoas”, diz ela, no melhor estilo mineiro.

"Meus avós sempre moraram em casarão, então isso está na minha vida. Queria essa casa, não importava quanto trabalho daria. Quando entro pela garagem e olho a vista de cima, sinto que cheguei ao meu lugar", ela finaliza.