Como escolher o guarda-roupa ideal para solteiros

Segundo a arquiteta Cristiane Schiavoni, antes de qualquer compra, é essencial detalhar o espaço disponível no quarto. "Com esse planejamento, podemos saber onde colocar a cama, que é o móvel que ocupa mais espaço e com mais limitações, e aonde vai o armário", diz.

Além de medir as paredes, é importante considerar a área necessária para a abertura das portas do guarda-roupa. Ela ressalta que a medida deve ser feita com as portas abertas para garantir que não haja conflito com outros móveis, como mesas de cabeceira.

A personal organizer Karina Lara complementa, enfatizando a importância de avaliar o volume e o tipo de roupas a serem armazenadas. Isso ajuda a determinar não apenas o tamanho ideal do guarda-roupa, mas também a distribuição interna necessária para acomodar todas as peças de forma organizada.

Ambas as especialistas concordam que a profundidade do guarda-roupa é crucial para garantir que as roupas sejam armazenadas adequadamente sem amassá-las. Cristiane recomenda uma profundidade mínima de 56 cm para portas de giro e 60 cm para as de correr, permitindo espaço suficiente para que as vestimentas não sejam danificadas durante o uso diário.

Karina sugere uma profundidade de até 70 cm para quem precisa guardar itens volumosos, como casacos de inverno, malas e cobertores. Não esqueça de: "Medir os seus cabides para conferir o tamanho deles e ter certeza de que serão acomodados corretamente no guarda-roupa a ser escolhido", sugere Karina.

Para facilitar a circulação e garantir o acesso fácil às gavetas e portas do guarda-roupa, Cristiane recomenda manter uma distância mínima de 60 cm entre a cama e o móvel. Essa medida proporciona conforto ao abrir gavetas e portas, mesmo em espaços compactos.

No entanto, no mínimo, 45 cm na frente da cama e 45 cm nas laterais são medidas razoáveis, apesar de não ser das mais confortáveis. "É importante também medir o quanto as gavetas avançam para fora do armário a fim de descobrir se há espaço de circulação", diz Cristiane.

Um erro bem comum, segundo a arquiteta, é esquecer de considerar a mesa de cabeceira. "A porta de correr tem a vantagem que não atrapalha a abertura da porta e não conflita com a mesa de cabeceira, mas, se o guarda-roupa tiver gaveta, pode ser que o morador não consiga abri-la, porque vai ao encontro com o móvel. Portanto, é imprescindível que a mesa de cabeceira seja considerada", explica.

A escolha entre portas de correr e de abrir depende do espaço disponível e do gosto pessoal. Portas de correr são ideais para economizar espaço em quartos pequenos, enquanto as de abrir requerem área adicional à frente do móvel para abertura completa.

Karina destaca a importância de verificar a qualidade dos trilhos das portas de correr e das dobradiças de abrir para garantir durabilidade e funcionalidade.

Quanto à distribuição interna do guarda-roupa, as profissionais concordam ser crucial personalizar conforme as necessidades individuais de armazenamento. Isso inclui a presença de gavetas suficientes para roupas íntimas, pijamas e acessórios, bem como a disposição de cabideiros, nichos e prateleiras para acomodar vestidos, blusas, calças e itens sazonais.

No caso de cabides, a altura tem que ser suficiente para a roupa não ficar amassada – é muito desagradável pegar uma camisa que fora passada e encontrá-la amassada na parte debaixo. "No entanto, isso é muito individual, porque há pessoas altas e baixas. Geralmente, mulheres têm roupas mais curtas que homens, então, deve-se fazer uma análise e medir a própria roupa, se necessário", orienta Cristiane.

Quando falamos de um armário pronto, muitas vezes não há flexibilidade para alterar, portanto, é preciso avaliar e, eventualmente, colocar alguns acessórios que otimizem o espaço. Por exemplo, se você só tem roupas curtas, que caberiam em 80 cm, pode sobrar 30 cm livre na parte inferior. Por que não considerar caixas para guardar lenços, meias e cintos nesse vão livre? É uma solução para se otimizar o espaço do armário com alguns acessórios.

Nas gavetas, é importante avaliar se a altura permite armazenar o que precisamos, como blusas. "Será que essa gaveta tem uma altura suficiente para não ficar enroscando a blusa de lã ou moletom?", questiona a arquiteta.

Já as prateleiras dependem do gosto pessoal. Um bom exemplo disso são as calças. Há quem prefira guardá-las em cabides, mas também é possível empilhá-las dobradas em prateleiras. "No caso de uma roupa com um tecido mais leve, como as blusinhas femininas, sugiro fazer algumas divisórias e criar nichos para que a roupa não caia", diz Cristiane.

Em linhas gerais, ao fazer a distribuição de gavetas, cabideiros, nichos e prateleiras em um guarda-roupa, Karina afirma que é importante ter o seguinte em mente:

• Volume de peças, como vestidos, casacos, camisas, blusas, blazers – que deveriam ficar penduradas para evitar amassados – influenciará na quantidade de cabideiros que esse guarda-roupa deverá possuir. Ter pelo menos um trilho longo para vestimentas mais compridas e um ou dois trilhos curtos para as mais curtas.
• É interessante ter no mínimo cinco gavetas para guardar roupas íntimas, pijamas, camisetas, roupas de ginástica, acessórios (lenços, cintos, acessórios de inverno ou moda praia) e afins.
• Nichos e prateleiras são ideias para organização de malhas, bolsas, artigos de viagem (malas pequenas e mochilas) e, caso não haja gavetas suficientes para o volume de peças, as caixas organizadoras para itens sazonais (verão ou inverno) podem ser usadas e armazenadas nesses locais.
• Se for possível, tenha sapateira dentro do armário. Mas caso não haja, é possível optar por armazenar em caixas e colocá-las em nichos ou prateleiras. Os pares usados com mais frequência podem ser mantidos na lavanderia, por exemplo.

Ambas as especialistas concordam que o guarda-roupa deve complementar o estilo de decoração do quarto. Cores neutras ou acabamentos de madeira são opções versáteis que se adaptam a diversos estilos, seja moderno, clássico, seja minimalista.

Em relação aos materiais, Cristiane enfatiza a importância de escolher chapas de MDF ou MDP de boa qualidade, com ferragens resistentes, para garantir estabilidade e durabilidade ao móvel, especialmente em ambientes que exigem montagem e desmontagem frequentes.

"O diferencial está na espessura das chapas e a forma de fixação delas, que podem deixar o móvel mais ou menos estável. Se as chapas forem muito finas, não há tanta estabilidade e também não suporta o peso das peças", explica a arquiteta.

Investir em um guarda-roupa com portas de espelho pode ser vantajoso por oferecer funcionalidade, estética, economia de espaço e uma sensação de amplitude no ambiente.

"Se o morador não tem um espaço onde colocar um espelho de corpo inteiro, vale apostar nesse recurso, mas também precisamos verificar antes se ele será útil", alerta Cristiane. Isso porque, às vezes, o espaço do ambiente é tão pequeno que pode ficar apertado para se ver de corpo inteiro.

Outro ponto levantado por Karina é considerar a manutenção com a limpeza, o custo e a segurança na instalação ao fazer essa escolha.