Vida de Bicho

Adotar um animal é um sonho de muitos moradores e uma decisão transformadora que traz inúmeros benefícios ao tutor. Mas trazer o pet para casa demanda certos cuidados, principalmente quando se trata de filhotes.

Alimentação

Para o caso de filhotes recém-nascidos, a médica-veterinária Eliana de Farias, que atua com clínica médica, neonatologia e pediatria veterinária, diz que os animais devem ser amamentados pelos primeiros 60 dias de vida.

É através do leite materno que eles recebem os anticorpos do colostro, tornando-o essencial para a saúde e imunidade: "Sendo exclusivamente com leite materno até 45 dias e depois com transição para a alimentação comercial", explica.

Pets devem receber leite materno até por volta dos 60 dias de vida, realizando a transição para a alimentação comercial a partir dos 45 dias — Foto: Pexels / Pragyan Bezbaruah / Creative Commons
Pets devem receber leite materno até por volta dos 60 dias de vida, realizando a transição para a alimentação comercial a partir dos 45 dias — Foto: Pexels / Pragyan Bezbaruah / Creative Commons

Para transicionar para alimentos sólidos, vale usar papinha de desmame na consistência de sopa rala e, ao longo dos dias, alterar a diluição para deixá-la mais firme.

Nesse momento, segundo Eliana, coloca-se poucos grãos de ração seca sem amolecer para que os bichos aprendam a mastigar. Esta ração, por sua vez, precisa ser específica para filhotes. "Deve-se evitar alimentos que não são recomendados a pets e seguir sempre acompanhado de um especialista", diz Pedro Risolia, médico-veterinário da Petlove.

Além disso, lembre-se de ofertar o alimento comercial líquido e a água direto no comedouro e bebedouro para que os pets aprendam a fazer a apreensão do alimento e a movimentação da língua para beber água.

Socialização

Em casa, a socialização precoce com animais vacinados e saudáveis é muito benéfica aos filhotes e novos bichos que estão sendo introduzidos — Foto: Unsplash / Calvin Chai / Creative Commons
Em casa, a socialização precoce com animais vacinados e saudáveis é muito benéfica aos filhotes e novos bichos que estão sendo introduzidos — Foto: Unsplash / Calvin Chai / Creative Commons

A socialização é outro tema importante, porque filhotes continuam desenvolvendo a sua imunidade e o contato com outros bichos pode ser prejudicial em um primeiro momento.

Em casa, a socialização precoce é muito benéfica e pode começar a partir de quatro semanas de vida, desde que os outros pets da casa estejam com a vacinação em dia e saudáveis. "Devemos entender que o filhote antes do ciclo vacinal ainda é muito suscetível a doenças graves, que podem deixar sequelas ou até levar ao óbito", diz Pedro.

Para facilitar o processo, Eliana sugere algumas estratégias: "Tenha em mente que terá sujeira e disputa. Prepare o ambiente com tapetes higiênicos ou sirva a refeição em um local que seja de fácil limpeza e coloque um pote para cada filhote", afirma Eliana.

A socialização na rua só deve ser feita após término do ciclo vacinal inicial a fim de assegurar a saúde e imunidade do pet — Foto: Pexels / Julissa Helmuth / Creative Commons
A socialização na rua só deve ser feita após término do ciclo vacinal inicial a fim de assegurar a saúde e imunidade do pet — Foto: Pexels / Julissa Helmuth / Creative Commons

Já para a socialização na rua, o recomendado é fazê-la somente após o término do ciclo vacinal inicial, ao menos 15 dias após a data da última vacina múltipla.

Todavia, alguns animais são medrosos e resistem à interação com outros bichos. Nesses casos, Pedro sugere expô-lo aos poucos em ambientes com outros pets, sempre o encorajando a brincar.

"Caso o filhote se senta acuado durante o passeio, não devemos forçá-lo, mas estimular novamente em outro momento. Tentar essa socialização em locais mais tranquilos e com menos cães poderá ser mais positivo na perda do medo", diz.

Mas Eliana explica que até as 16 semanas de vida, cães e gatos são muito receptivos à socialização com a mesma espécie e com outras diferentes.

Animal medroso

O reforço positivo pode ser a solução para animais que apresentam medo diante de interação com objetos ou outros bichos — Foto: Unsplash / Sergey Semin / Creative Commons
O reforço positivo pode ser a solução para animais que apresentam medo diante de interação com objetos ou outros bichos — Foto: Unsplash / Sergey Semin / Creative Commons

Se houver outros medos para além da socialização, o reforço positivo é sempre bem-vindo para dessensibilizar o animal. "Com um pet que tem medo de vassoura, quando alguém estiver varrendo a casa, pode-se deixar rastro de petisco onde o utensílio passar para que ele associe a algo bom", diz a médica-veterinária.

Ela também orienta a jamais usar o objeto de medo para brincar de assustar, porque isso reforça o temor do animal, tampouco o acolher com angústia para não reforçar o medo – como ocorre em casos de pânico de fogos e ficarmos chorosos, gritando ou se escondendo junto ao pet.

"Devemos tratar com calma, naturalidade e fazer reforço positivo antes que isso vire um trauma irreversível e case com acidentes fatais futuramente", diz.

Vacinação

Cães e gatos precisam receber algumas vacinas para evitar doenças graves, que podem deixar sequelas ou até mesmo levar ao óbito. Portanto, atente-se às janelas de vacinação, especialmente as obrigatórias.

Cachorros podem receber a primeira dose de v8 ou v10 com seis a oito semanas de vida — Foto: Pexels / Önder Örtel / Creative Commons
Cachorros podem receber a primeira dose de v8 ou v10 com seis a oito semanas de vida — Foto: Pexels / Önder Örtel / Creative Commons

Segundo Pedro, cães podem tomar a primeira das três doses de v8 ou v10 com seis a oito semanas de vida – tais vacinas protegem contra parvovirose, coronavirose, cinomose, parainfluenza, adenovirose, hepatite infecciosa e leptospirose.

A depender do protocolo vacinal determinado pelo médico-veterinário e não ocorrendo intercorrências, a partir de 12 semanas, o cão já pode receber o composto contra a gripe canina, formada pelas doenças adenovirose, parainfluenza, Bordetella bronchiseptica; e a primeira dose da antirrábica, imunizante contra a raiva.

Já os gatos devem ser vacinados por volta de 60 dias de vida com a vacina quádrupla, que protege contra rinotraqueíte, calicivirose, panleucopenia e clamidiose. Além disso, devem receber a segunda dose de 21 a 30 dias após a primeira e esperar o mesmo tempo para a aplicação da terceira dose, caso necessário.

"A partir de quatro meses, os filhotes já estão aptos a receberem a vacina de raiva, que deve ser administrada anualmente. Alguns protocolos vacinais podem ser mais extensos, conforme determinação médica veterinária, e vale lembrar que, para gatos saudáveis, é recomendado a aplicação conjunta da vacina de FeLV (vírus da leucemia felina)", explica ele.

Gatos devem ser vacinados por volta de 60 dias de vida com a vacina quádrupla, recebendo a segunda dose de 21 a 30 dias após a primeira — Foto: Pexels / Gustavo Fring / Creative Commons
Gatos devem ser vacinados por volta de 60 dias de vida com a vacina quádrupla, recebendo a segunda dose de 21 a 30 dias após a primeira — Foto: Pexels / Gustavo Fring / Creative Commons

As vacinas para giardíase e doenças respiratórias para ambas as espécies, por sua vez, são realizadas conforme o estilo de vida do animal e as pessoas com quem ele convive. Segundo Eliana, o protocolo deve ser individualizado e montado pelo médico-veterinário.

Outro importante meio de prevenir doenças, diz Pedro, são os vermífugos e antipulgas – que podem ser iniciados com 30 dias de vida e repetidos a partir de dois a três meses, respectivamente, a depender do produto.

Outras dicas

A infância de cães e gatos é uma fase primordial para a educação e socialização deles. Para Eliana, é preciso observar a nossa rotina a fim de fazer a introdução de um filhote e educá-lo corretamente.

"Eles destruirão objetos, brincarão de morder e pular, irão se comunicar com latidos e a curiosidade os fará explorar tudo que está ao alcance, incluindo a lixeira. É preciso preparar a casa e fazer adaptações até que essa fase passe", diz.

Para evitar que os pets mordam e destruam objetos e móveis em casa, vale investir em brinquedos — Foto: Pexels / Tanya Gorelova / Creative Commons
Para evitar que os pets mordam e destruam objetos e móveis em casa, vale investir em brinquedos — Foto: Pexels / Tanya Gorelova / Creative Commons

Isso inclui eliminar objetos disponíveis que ele pode ingerir em casa e prestar atenção quando estiver na rua. Além disso, se não é possível achar espaço na rotina para encontrar tempo para educá-los nem disposição para fazer adaptações no ambiente, vale pensar melhor sobre a aquisição de um filhote.

Por sua vez, Pedro informa que, quando os dentes dos pets estão nascendo, é comum causar coceiras – que poderão ser aliviadas em chinelos, sapatos, tênis ou mesmo móveis. "Sendo assim, disponibilizar um brinquedo para realizar essa função é a melhor solução", sugere.

"Filhotes que crescem com os filhos são lindos em filmes e séries, a realidade é bonita também, mas é cansativo. A responsabilidade de cuidar e educar o animal é do adulto, e não da criança ou do adolescente", acrescenta Eliana.

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