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A infecção pelo vírus sincicial respiratório (VSR), principal causa de hospitalização por doenças respiratórias em crianças menores de 5 anos, causa mais mortes e internações do que a influenza na região equatorial do Brasil, que engloba os estados do Pará, Amazonas, Rondônia, Amapá, Roraima, oeste do Maranhão, e norte do Tocantins e Mato Grosso. A conclusão é de um estudo do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), publicado no dia 27 de março na revista “Anais da Academia Brasileira de Ciências”. De acordo com a pesquisa, esse fator foi observado, inclusive, em 2009, quando houve a epidemia de gripe A (H1N1). 

O biólogo e epidemiologista Wladimir Jimenez Alonso, autor principal da pesquisa, disse que os dados não indicam necessariamente que a infecção por VSR seja mais grave no Brasil equatorial, mas, sim, que a influenza não é tão importante nessas regiões. “A pandemia de 2009 nos proporcionou uma boa oportunidade para verificar que, ao contrário do resto do Brasil, na franja equatorial não se detectaram mais hospitalizações e mortes do que o normal durante a circulação da influenza H1N1”, destacou, em entrevista a Bori Agência.

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Para isso, os pesquisadores analisaram os padrões espaço-temporais dos vírus respiratórios, e compararam à dados de hospitalização específicos por idade e de mortalidade, entre os anos de 2007 a 2012. Depois, os dados foram agregados em “zonas sazonais de infecção respiratória”, formando estados combinados com padrões sazonais semelhantes de pneumonia e influenza. Com isso, soube-se, ainda, que na Equatorial Norte, o pico de infecção ocorre no meio do ano e, na Equatorial Sul, o pico da infecção se concentra no primeiro semestre. “No geral, as infecções por vírus respiratórios ocorrem com maior frequência na estação chuvosa nas regiões de clima equatorial, assim como na estação fria no restante do país. Isto inclusive tem implicações para o calendário de vacinação da gripe”, afirma.

NOVO CORONAVÍRUS

Para ele, o estudo também demonstra que, globalmente, a influenza está sendo bem monitorada. Por outro lado, outros vírus respiratórios, incluindo o VSR, têm sido negligenciados. “Perde-se a oportunidade de ter um mapa mais completo e de se alocar eficazmente os recursos destinados a prevenção e tratamento da população”, explica. Ele destaca ainda que, uma triagem de patógenos mais ampla, aumentaria a chance de detecção de patógenos com potencial pandêmico, como é o caso novo coronavírus.

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