• Amanda Oliveira, do home office
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Juliana e sua pequena Liz (Foto: Reprodução Instagram)

Juliana e sua pequena Liz (Foto: Reprodução Instagram)

Mãe da pequena Liz, hoje com 2 anos e meio, Juliana Didone passou por uma experiência  marcante no nascimento da filha. Com 42 semanas de gestação, a atriz entrou em um trabalho de parto que perdurou por longas 36 horas, com muitos momentos de dor. Sua expectativa era que sua filha nascesse por parto normal, mas as coisas não saíram como o planejado. "Criei a expectativa que era só aguentar a dor que, no fim, nascia. Mas não era questão apenas de aguentar a dor. É preciso estar aberta a possibilidades, entender o tamanho do seu bebê, se ele está em sofrimento. Parece óbvio falar isso. No entanto na hora, você fica muito obcecada com o parto que escolheu", explica.

A pequena Liz, filha de Juliana com o seu ex-marido, o artista plástico Flávio Rossi, veio ao mundo no dia 22 de abril de 2018 por meio de uma cesárea. Em entrevista à CRESCER, Juliana conta além de sua experiência com o parto, como foi sua descoberta da gravidez e como tem sido ficar em quarentena com a filha. Confira. 

O relato da atriz também será exibido no programa Boas Vindas, do Canal GNT, parceiro da CRESCER. A nova temporada já está no ar e é exibida todas as sextas-feiras, às 23 horas.

UM MOMENTO ASSUSTADO E ALEGRE 

Quando descobri minha gravidez, eu estava em um momento de encerramento de ciclo. Iria terminar uma novela e pensava em viajar de férias com o Flávio. Um belo dia, comecei a sentir meus seios inchados e meu corpo pesado. Eu não senti enjoos, mas mesmo assim fiz o teste de gravidez. O Flávio tinha viajado, então estava sozinha em casa. Fui ao banheiro, fiz o teste, esperei cerca de 20 minutos, que pareciam uma eternidade, e deu positivo. Eu estava intuindo a gravidez, mas fiquei chocada. 

Fiz mais três testes para ter certeza! Quando Flávio chegou, demorei para contar a novidade. Essa é o tipo de notícia importante que você não sabe como dar e fiquei esperando. Ele estava cansado, porque o voo atrasou, então foi tomar banho. Pensei que só iria contar quando ele estivesse mais relaxado. Depois que comemos um prato de macarrão, falei que tinha algo para falar e disse: "estou grávida!". Foi um momento assustado, mas alegre. Nós aceitamos muito bem a gravidez. Ao longo dos meses, fomos nos acostumando. Já tínhamos uma história de cinco anos juntos, então a Liz foi um presente, que não estávamos esperando, porém foi o melhor presente. A primeira vez que ouvimos o coração dela bater foi um marco de concretude da gravidez para nós. 

Juliana grávida de Liz (Foto: Gustavo Arrais)

Juliana grávida de Liz (Foto: Gustavo Arrais)

Durante os primeiros meses de gestação, não senti enjoos, tudo foi bem tranquilo. Foi uma questão muito mais mental, pensar que a vida iria mudar e que os planos seriam outros. Na época, o Flávio tinha uma viagem planejada para Miami para pintar um mural e eu iria junto. Nós fomos e voltamos com um monte de roupas de bebês e sapatinhos. Não imaginávamos que esse seria o rolê!  

A partir do sétimo mês. comecei a me incomodar mais com a questão física. Eu me sentia muito pesada e engordei muito também. Sentia dificuldade de me locomover e pensava que não iria parir nunca! O último mês passou como um ano. Fui até a 42ª semana.

O DILEMA DAS EXPECTATIVAS 

O dia do meu parto foi bem marcante e intenso. Passei 36 horas em trabalho de parto e sentia muita dor. Não imaginava que sentiria tantas dores. Fiquei em casa, mas minha dilatação demorava muito. Quando cheguei ao hospital, estava exausta! Tinha um desejo de ter um parto normal. Criei a expectativa que era só aguentar a dor que no fim nascia. Mas não era questão apenas de aguentar a dor. É preciso estar aberta a possibilidades, entender o tamanho do seu bebê, se ele está em sofrimento. Parece óbvio falar isso! No entanto, na hora você fica muito obcecada com o parto que escolheu. Ao mesmo tempo que o bebê é o protagonista desse momento, o parto passa a ser também. 

Eu já estava intuindo que não iria rolar o parto normal. Senti muita dor, além do necessário, em meu ponto de vista. Sei que é importante passar por esse momento, mas é preciso ter um limite e não prejudicar o bebê. Felizmente, a Liz nasceu saudável e não passou por nenhum sofrimento. Porém, teve que tomar glicose, não pôde ficar no meu colo muito tempo e ainda precisou ficar na incubadora. 

Juliana Didone amamenta Liz em post pró-amamentação (Foto: Reprodução / Instagram)

Juliana Didone amamenta Liz em post pró-amamentação (Foto: Reprodução / Instagram)

O ENCONTRO DA MÃE COM A MULHER 

Eu fiquei tão abalada com o parto que comecei a pensar que tudo que tinha planejado iria se modificar. Achei que tudo iria dar errado. Ficava preocupada se minha filha estava bem, se estava respirando à noite. Ficava neurótica com a saúde dela. Pensava se iria dar conta, se ela iria sobreviver, se ela estava com fome, se iria mamar. Foram meses bem difíceis. 

Depois do primeiro mês, senti que o leite diminuiu. Eu achava que a Liz tinha fome, mas eu não queria dar complemento. Queria insistir no peito e assim fomos. Deu tudo certo, ela mamou até 1 ano e meio. 

Agora, acredito que consigo fazer qualquer coisa, já que sei cuidar de uma criança. Minha filha está bem e saudável Quando percebemos isso, os problemas ficam pequenos. Acho que nesses primeiros meses ocorreu esse encontro da mãe com a mulher. 

Juliana Didone fala de rotina na pandemia  (Foto: Reprodução: Instagram )

Juliana Didone fala de rotina na pandemia (Foto: Reprodução: Instagram )

FORTALECENDO O VÍNCULO 

Este ano, eu tinha colocado a Liz na escola. Ela fez um mês de adaptação, estava amarradona e então veio a pandemia. Conciliar a maternidade e o trabalho tem sido um grande desafio. As mulheres estão saindo mais prejudicadas nessa quarentena, porque as tarefas ficam por nossa conta. 

É muito puxado! Eu amo ser mãe, mas acredito que essa convivência intensa tem sido difícil. A saudade é importante para a nossa relação. A socialização também é importante. Sinto que ela está mais tímida e entediada. Por mais inventivas que sejamos, é difícil. Por outro lado, estar com a minha filha em casa foi uma forma de fortalecer o nosso vínculo e fortalecer nossas conexões.