• Amanda Oliveira, do home office
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Titi fala da sua experiência com o parto normal  (Foto: Reprodução: Instagram )

Titi fala da sua experiência com o parto normal (Foto: Reprodução: Instagram )

Semanas após seu casamento, a apresentadora Titi Müller recebeu um presente muito especial. Um teste de gravidez revelou que ela e o marido, o músico, Tomás Bertoni estavam grávidos! A notícia veio meses depois que Titi teve um aborto espontâneo

Em entrevista à CRESCER, a apresentadora conta como foi sua experiência de estar grávida em plena quarentena. Ela também relata como foi sua maratona para ter um parto normal após 24 horas sentindo dor. "Era uma dor surreal. Quando amanheceu, a minha médica, maravilhosa, me enganou e foi a melhor coisa que ela fez. Ela me disse que eu estava com nove centímetros de dilatação, mas eu ainda estava com sete. Então, falei: “falta pouco, vamos lá”. No final, eu dilatei com muita força por duas horas". O pequeno Benjamin nasceu no dia 11 de junho. "A sensação de ter conseguido é muito boa, você se sente a mulher mais poderosa do mundo". Confira o relato completo da apresentadora. 

O relato de Titi  também será exibido no programa Boas Vindas, do Canal GNT, parceiro da CRESCER. A nova temporada já está no ar e é exibida todas as sextas-feiras, às 23 horas.

A minha primeira gravidez, no final de 2018, foi um dos momentos mais intensos que vivi. Tudo foi bem planejado, mas eu estava muito ansiosa. Eu tomava medicamentos para ansiedade e para dormir. Quando engravidei, cortei tudo no seco. Foi, então, que não conseguia dormir e comecei a ficar muito ansiosa. Tudo isso foi virando uma bola de neve. 

No início de 2019, tive um sangramento, com menos de 12 semanas, e depois, descobri que sofri uma perda gestacional. Foi um baque! Fui tomada por uma culpa muito grande, mesmo sabendo que era totalmente normal, que algumas gestações não fossem para frente nas primeiras semanas. Por isso, resolvi dar um tempo nas tentativas para me recuperar.

O BEBÊ ARCO ÍRIS 

Depois do meu casamento, em setembro do mesmo ano, comecei a me sentir estranha e decidi fazer o teste de gravidez. Nem esperei minha menstruação atrasar. Quando fiz, deu positivo! Dessa vez, foi tudo diferente, não tive crises de ansiedade no início e as pessoas falavam que eu estava “zen”, um adjetivo que jamais se aplicaria a mim. 

A pandemia coincidiu com o meu terceiro trimestre de gestação, em que eu já estava sentindo muita dor na coluna. Enquanto isso, as notícias iam chegando, soube que as grávidas viraram grupo de risco. Eu sempre era muito cuidadosa, toda vez que saía de casa, para fazer algum exame, parecia que estava indo para Chernobyl. Foi então que comecei a ter medo de dar à luz no hospital. Cogitei ter meu filho em casa. Mas, logo percebi que a única coisa que me motivava a ter um parto domiciliar era o medo e isso não poderia ser a única motivação. Então, decidi que seria melhor ir para a maternidade.

Titi Muller (Foto: Reprodução Instagram)

Titi Muller (Foto: Reprodução Instagram)

Quando estava no final das 37 semanas, não aguentava ficar mais nenhum segundo grávida. Eu tinha dificuldades para respirar e fiquei os últimos três dias sem dormir. Já estava fazendo “ordem de despejo” total, com estímulos naturais. Foi então que minha bolsa estourou! Eu estava assistindo série, às 4 horas da manhã, quando senti um negócio molhado. Fiquei muito feliz! O Tomás, meu marido, ainda estava dormindo. No início, nem avisei. Fui tomar um banho e mandei mensagem para o grupo com a obstetra, enfermeira e doula.

Ainda estava sentindo as contrações de treinamento. Às 8 horas da manhã, fui chamar o Tomás e disse que a bolsa tinha estourado. Falei tão calma que ele não entendeu, só virou por outro lado e voltou a dormir. Aí, eu o sacudi e falei: “a minha bolsa estourou” e ele acordou!

Titi Müller comemora nascimento do filho Benjamin, em São Paulo (Foto: Reprodução/Instagram/Titi Müller)

Titi Müller comemora nascimento do filho Benjamin, em São Paulo (Foto: Reprodução/Instagram/Titi Müller)

O Tomás também se preparou muito, todas as reuniões com a doula e os cursos, ele participou. Começamos os protocolos para estimular as contrações. A enfermeira fez acupuntura e massagem. No início, achei muito gostoso estar em trabalho de parto. No entanto, à tarde, as dores começaram a ficar mais intensas. Para completar, dois dias antes de eu parir, todos os chuveiros da casa pararam de funcionar. Estávamos tomando banho de caneca. E para quem começa o trabalho de parto em casa sabe que faz toda a diferença ter um chuveiro.

Quando a enfermeira veio medir a minha dilatação, mais ou menos 8 horas da noite, eu estava com um centímetro! Eu sentia muita dor, achava que já estava prestes a dar à luz. Pensei que não iria aguentar, que iria fazer uma cesárea. Fomos para o hospital e pedi um anestesista. Consegui chegar aos sete centímetros de dilatação. Mas, fiquei a madrugada inteira com sete centímetros.

Era uma dor surreal. Quando amanheceu, a minha médica, maravilhosa, me enganou e foi a melhor coisa que ela fez. Ela me disse que eu estava com nove centímetros, mas eu ainda estava com sete. Então, falei: “falta pouco, vamos lá”. No final, eu dilatei com muita força por duas horas. Foi uma maratona. Depois de 24 horas sentindo muita dor, o Benjamin nasceu, no dia 11 de junho. A sensação de ter conseguido é muito boa, você se sente a mulher mais poderosa do mundo.

MATERNIDADE REAL 

Eu não tinha uma ideia romantizada da maternidade. Realmente, tudo é muito difícil e intenso. A lista de perrengues é infinita, mas nós sentimos um amor por nosso filho, que não tem como explicar. Nunca vou conseguir fazer ninguém entender! 

Os nossos primeiros 15 dias com o Benjamin super cantamos vitória. Ele só dormia e acordava para mamar. No entanto, ficávamos em alerta o tempo todo. Depois desses primeiros dias, acho que ele entendeu que nasceu e nossa vida virou uma rave eterna [risos]. Agora, a chave virou novamente. Apesar de ainda acordar no meio da noite, ele já está dormindo melhor. Eu e o Tomás já conseguimos nos olhar e dizer: "você está aqui também?" e curtir uma série.

A apresentadora Titi Müller conta como foi dar à luz ao Benjamin  (Foto: Reprodução: Instagram )

A apresentadora Titi Müller conta como foi dar à luz ao Benjamin (Foto: Reprodução: Instagram )

Estava com muito medo da amamentação, mais do que do parto. Vi muitas histórias de mães que se machucaram. Mas, quando o Benjamin veio para o meu colo, começou a mamar bem, o meu peito não machucou, só o senti um pouco mais sensível. Isso deixou a minha maternidade mais leve. Agora, durante a noite, nós decidimos dar uma mamadeira de leite ordenhado, já que ele estava tendo problemas para dormir. 

Nos primeiros meses, tivemos dificuldade também. O Benjamin teve muito refluxo, ver seu filho sentindo dor é horrível! É o maior desafio. Durante esse tempo, o Tomás tem sido um grande parceiro. Ele passa a madrugada com o bebê. Antes, era muito difícil, o Benjamin só dormia quicando na bola de pilates. Haja coluna! Mas, o Tomás está sendo incrível e é muito bonita a relação dele com o nosso filho.