![criança com balde de pipoca (Foto: ThinkStock)](http://s2.glbimg.com/Mj21uaaVMoEMaDCqT0LTBE0_boI=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2017/09/11/criancapipoca.jpg)
Esta semana rolou no face e nos grupos de Whatszap um texto sobre uma mãe que pediu a retirada do pipoqueiro porque seu filho não pode comer pipoca todo dia. Vários posts vieram em seguida. A maioria criticando este pedido esdrúxulo e recomendando que esta mãe simplesmente deveria educar o seu filho.
A pergunta é: mais fácil eliminar as tentações do mundo do que educar um filho? Mais fácil pedir ao mundo que se adapte aos desejos de uma criança do que de todos? E isto pode parecer uma grande controvérsia. Não estou dizendo que não devemos olhar para o indivíduo. Mas, sim, que o desejo de um indivíduo não pode sobrepor ao da comunidade. Alguém pode querer pipoca, e aí?
Me lembrei de uma reunião na escola dos meus filhos onde a professora falava sobre o início do processo do dever de casa. E que, a partir daquele mês, toda terça-feira, os alunos levariam uma tarefa para casa. A mãe ao meu lado logo levantou o dedo e perguntou: "podemos trocar para quinta? terça não é um bom dia para mim."
Eliminar o pipoqueiro, trocar o dia do dever são apenas alguns pequenos exemplos de solicitações que pedem que o mundo se curve ao indivíduo. Mas e quando este indivíduo tem alguma necessidade específica?
Ainda assim, vivemos em uma sociedade. Não é porque temos uma criança com alergia à leite na sala que todos os outros não poderão tomar leite. Façamos o lanche do colega com suas restrições. Se uma criança precisa ficar em pé durante a aula, não preciso pensar em retirar todas as cadeiras, tampouco ela vai precisar ficar em pé na frente de todos. Olhar para o indivíduo, estar atento as suas necessidades especificas não significam ignorar o contexto em que ele está inserido. Podemos olhar o individual sem perder o universal. E esse é desafio para todas as famílias - com filho com ou sem deficiência.
Então, vai uma pipoca, aí?
INCLUIR PARA CRESCER Ciça Melo e Fabiana Ribeiro são jornalistas, mães de crianças com deficiência e co-fundadoras do Paratodos, que faz da inclusão uma bandeira real. Aqui, elas contam histórias e falam de demandas urgentes