• Lilian C. Kuhn Pereira
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Criança com dor de ouvido (Foto: Shutterstock)

A audição é um dos cinco sentidos fundamentais do ser humano. A visão, o olfato, o tato, o paladar e a audição permitem a interação com o ambiente e com as pessoas ao nosso redor. Além disso, o sistema auditivo é também um dos responsáveis pelo equilíbrio e pelo desenvolvimento de linguagem oral.

Estudos revelam que, por volta do quarto mês de gestação, os fetos já podem ouvir e reagir aos estímulos sonoros externos e internos ao corpo da grávida. Assim que nasce, o bebê consegue, por exemplo, reconhecer a voz da sua própria mãe. Então, teoricamente, antes mesmo do parto, as crianças já iniciam o desenvolvimento de habilidades auditivas e da linguagem.

Entretanto, na prática, o processo não acontece assim para todo mundo. Estima-se que a cada 10 mil crianças nascidas, vinte têm algum tipo de alteração de audição. A deficiência auditiva é apontada como o distúrbio mais frequente no período neonatal.  Para se ter uma ideia, segundo dados de 2011 da Organização Mundial de Saúde, cerca de 28 milhões (14,8 %) de brasileiros têm perda auditiva. Mas como detectar e prevenir o problema?

- Faça o "Teste da Orelhinha": a Triagem Auditiva Neonatal é um exame, rápido, indolor e gratuito. Desde 2010, a Lei Federal 12.303/10 tornou esse procedimento obrigatório em todos os hospitais e maternidades do Brasil.

- Faça acompanhamento anualmente: mesmo quando não há alteração no teste da orelhinha, recomenda-se que a audição da criança seja examinada anualmente até a fase de alfabetização. Procure um profissional para realizar a avaliação audiológica. 

- Investigue a causa: Muitos aspectos contribuem para o processo habitual do desenvolvimento da linguagem. Ter uma boa audição é um deles! Se seu filho tiver algum problema nessa área, converse com um profissional para entender os motivos.

- Observe os sinais:  muitas vezes, a criança não consegue dizer claramente se está ouvindo bem ou não. Então, é importante que os adultos fiquem atentos a alguns comportamentos. Seu filho não se assusta, nem acorda frente a estrondos, estouros de bombas e ruídos altos? Ele não presta atenção e nem procura de onde está vindo um som? Em ambientes barulhentos, ele parece desatento? Pede sempre que o outro repita uma frase? Procure um profissional já!

- Certifique-se de que as gripes e infecções respiratórias não deixaram sequelas: as infecções de ouvidos, as chamadas “otites”, podem acontecer de forma silenciosa (sem dor ou qualquer outro sintoma) e ocorrer repetidamente, diminuindo o nível de audição durante os episódios e impedindo que os sons da fala sejam ouvidos. Consequentemente, eles não são produzidos de forma correta.

A audição está diretamente ligada ao desenvolvimento da linguagem oral, mas também pode afetar aspectos sociais e de aprendizagem. Na dúvida, procure um médico especializado.

Lilian Kuhn (Foto: Divulgação)

Lilian Kuhn (Foto: Divulgação)


Lílian C Kuhn Pereira é fonoaudióloga com especialização em Audiologia e Mestrado e Doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem. Há mais de dez anos atende crianças e adultos com distúrbios de linguagem.

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