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Um projeto de lei criado por um deputado australiano propunha a proibição da discussão da diversidade de gênero em sala de aula, em New South Wales, no sudeste da Austrália. Segundo o parlamentar e seus apoiadores, a maioria de pais e mães não queria ver esse tipo de assunto sendo apresentado às crianças dentro do ambiente escolar. No entanto, uma pesquisa inédita, realizada pela Universidade Western Sidney, sugeriu que o cenário é bem diferente. De acordo com os resultados, quatro em cada cinco pais de alunos matriculados na rede pública por lá discordam do político e gostariam, sim, que a educação sexual e sobre diversidade de gênero fizesse parte da grade curricular. O projeto foi rejeitado pelo governo australiano na última quarta-feira (16). 

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Pais australianos querem que crianças, desde pequenas, aprendam sobre gênero e diversidade na escola (Foto: CDC/ Pexels)

Pais australianos querem que crianças, desde pequenas, aprendam sobre gênero e diversidade na escola (Foto: CDC/ Pexels)

Os pesquisadores entrevistaram dois mil pais de crianças do jardim de infância ao ano 12 da educação (que corresponde ao terceiro ano do Ensino Médio aqui no Brasil). A maioria dos participantes afirmou que gostaria de ver os temas sobre gênero e sexualidade introduzidos nas aulas da escola primária e nos primeiros anos do Ensino Médio. Além disso, a maior parte também apoia que pais, escolas e professores sejam envolvidos na educação sobre relacionamento e sexualidade. Um total de 94% disse que os assuntos deveriam fazer parte das aulas nas escolas públicas.

O estudo foi coordenado pelas professoras Jacqueline Ullman e Tania Ferfolja, da Escola de Educação da Universidade. “Os resultados mostram que os pais australianos apoiam amplamente o ensino de sexualidade e diversidade de gênero nas escolas. A maioria se sente confortável com o fato de a educação sobre saúde e relacionamento refletir o espectro do gênero e da sexualidade humana”, diz a professora Ferfolja.

A pesquisa foi publicada no jornal científico Sex Education e é o primeiro na Austrália a entrevistar pais desta forma sobre a inclusão de discussões sobre gênero e sexualidade na sala de aula. “É o primeiro a abordar nacionalmente e representativamente os pais de crianças em idade escolar, neste assunto”, explicou a professora.

“A maioria dos pais que participou do estudo classificou o conteúdo inclusivo sobre gênero e diversidade sexual como conteúdo de importância alta ou moderada. A saúde sexual, a segurança e o bem-estar foram ranqueados de maneira similar”, destacou Ullman.


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