Educação | Comportamento
Crianças que praticam esportes e atividades extracurriculares são mais felizes e saudáveis, diz estudo
A pesquisa foi conduzida por uma universidade da Austrália, e comparou os níveis de bem-estar de crianças que praticavam esportes com o de outras mais expostas às telas. Segundo os pesquisadores, os pequenos que fazem atividades são 14% mais felizes
2 min de leituraUm estudo conduzido pela Universidade do Sul da Austrália concluiu que crianças que praticam atividades extracurriculares, como aulas de música ou esportes, são mais felizes e saudáveis do que aquelas expostas às telas. Segundo os pesquisadores, o bem-estar das crianças aumenta quando elas participam de atividades fora do horário escolar, mas diminui quando passam muito tempo usando as redes sociais ou jogando vídeo games.
O estudo analisou dados de mais de 60 mil crianças com idades entre 8 e 14 anos, e avaliou a média de dias por semana em que elas participavam de atividades extracurriculares, relacionando a prática dessas atividades com fatores que caracterizam o bem-estar – incluindo sensações de felicidade, tristeza, preocupação, engajamento, perseverança, otimismo, regulação emocional e satisfação com a vida.
Os resultados apontaram que, dos alunos que praticavam esportes, 15% se sentiam mais otimistas e 14% se mostraram mais felizes e satisfeitos com a vida, enquanto 10% estão mais predispostos a controlar suas emoções. Em contrapartida, as crianças que passavam mais tempo expostas a diferentes telas, seja jogando vídeo games ou usando as redes sociais, se sentem 9% menos felizes, 8% menos otimistas e 11% mais propensos a desistir das coisas.
Esportes x telas
Para a primeira autora do artigo, Rosa Virgara, o trabalho destaca a importância das crianças serem motivadas a praticar esportes em vez de usarem telas. “Ajudar as crianças a desenvolver um bom senso de bem-estar pessoal é fundamental nos dias de hoje”, ressaltou a pesquisadora. Para ela, isso é “especialmente importante” tanto para crianças em idade escolar primária quanto para adolescentes “que estão enfrentando uma série de mudanças físicas, sociais e emocionais”.
Virgara ainda evidencia uma outra perspectiva levantada pelo estudo, que conclui que as telas são uma grande distração para crianças de todas as idades, e todas prejudicam seu bem-estar em algum nível. Apesar disso, o estudo ainda destaca que não é, necessariamente, a falta de exercícios físicos que impacta negativamente do bem-estar, já que crianças que mantém o hábito da leitura – uma "atividade sedentária" – também se mostram mais felizes. “É interessante, porque você pode pensar que é falta de movimento físico que está causando isso, mas nossa pesquisa mostra que fazer lição de casa ou ler, ambas atividades sedentárias, também contribuem positivamente para o bem-estar”, revela a autora.
“O que isso mostra é que precisamos encontrar maneiras de incentivar crianças de todas as idades e origens a se envolverem em atividades que as mantenham longe da TV, computadores e celulares”, ela continua. “Se as famílias puderem estar mais conscientes dos problemas associados às telas, talvez possamos encontrar um melhor equilíbrio entre o tempo de tela e outras atividades fora da escola”, conclui.