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Os bebês têm um lado preferido para virar a cabeça (Foto: Getty Images)

Bebês dormindo (Foto: Getty Images)

Na América Latina, o Brasil lidera o ranking de países com mais recém-nascidos frutos de fertilização in vitro (FIV), inseminação artificial e transferência de embriões, de acordo com levantamento Rede Latino-Americana de Reprodução Assistida (REDLARA). Da década de 90 até 2016, 83.681 bebês brasileiros (41,9%) foram concebidos dessa forma. A Argentina aparece em segundo lugar, com 39.366 nascidos (19,7%) e, na sequência, com 31.903 (15,9%), o México.

Segundo nota divulgada pela Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), a primeira posição do Brasil no ranking é explicada pelo fato de o país deter cerca de 40% dos centros de reprodução assistida da região, além de ser o mais populoso entre os analisados.

O levantamento aponta que a fertilização in vitro é o método preferido pelos brasileiros, correspondendo a mais da metade (53%) dos procedimentos realizados, enquanto a transferência de embriões congelados corresponde a 32%.

A pesquisa mostra ainda uma mudança no perfil das pacientes, com destaque para o aumento da demanda entre as mulheres acima de 40 anos, que duplicou entre 2000 e 2016, partindo de 14,9% para 31% das que buscam o tratamento. Já a porcentagem de mulheres com menos de 34 anos que realizaram procedimentos de reprodução assistida era de mais da metade (51%) no início do século e caiu para 28% em 2016.

Em nota, o ginecologista Adelino Amaral, integrante da diretoria da REDLARA e ex-presidente da SBRA, reforçou que é cada “cada vez mais frequente a realização de fertilização in vitro em mulheres mais maduras”. ““É uma nova tendência entre aquelas que querem evitar obstáculos à sua permanência no mercado de trabalho: postergar esses tratamentos, deixando para engravidar mais tarde. Isso é uma realidade mundial, não só na América Latina”, disse.

Os dados foram divulgados à comunidade científica pela primeira vez em dezembro de 2019.

Fertilização in vitro x Inseminação artificial

Na inseminação artificial, o sêmen é coletado, preparado e transferido para o interior do útero enquanto a mulher está ovulando. Lá os espermatozoides terão que chegar até as tubas uterinas, encontrar os óvulos e fertilizá-los, formando assim um embrião. Já no caso da fertilização in vitro (FIV) ocorre a transferência dos embriões para o útero através de um cateter delicado.

O sucesso de um procedimento de reprodução assistida depende de diversas variáveis, como a idade da mulher, a reserva ovariana, ou, por exemplo, a gravidade do problema masculino.  Porém, a média é de 45% na FIV e de 25% a 30% na inseminação. Na gravidez natural, as chances de sucesso variam de 15% a 17%.