Microcefalia: um ano de epidemia
"Ele está se desenvolvendo cada vez mais. É gratificante quando os médicos elogiam a gente"
Raquel Silva Andrade, 23 anos, é mãe de Pedro Emanuel, nascido em com microcefalia causada pelo vírus zika. Eles vivem em Teresópolis (RJ). Confira o depoimento a seguir
1 min de leitura“Tudo começou em junho de 2015, quando nós fomos à Bahia visitar a família do meu marido, Robson. Lá estava tendo surto de zika. Nós dois pegamos. Eu fiquei 15 dias passando mal. Já estava grávida de dois meses, mas não sabia. Descobri a gestação quando procurei o hospital por conta da febre. Fiz o pré-natal direitinho em Teresópolis (RJ), onde vivemos. Só no quinto mês o ultrassom mostrou a microcefalia do nosso filho. A partir de então me mandaram continuar acompanhando a gravidez no Rio de Janeiro. Foi lá que ele nasceu, por parto normal induzido, na prevista pelos médicos. Aqui na nossa cidade, o meu filho passa com pediatra de rotina, faz fisioterapia pelo SUS e terapia craniosacral com uma terapeuta que conheceu nossa história e quis ajudar. Nós vamos ao Rio de Janeiro de duas a quatro vezes na semana, porque é lá que ele tem outras consultas, como fonoaudióloga e neuropediatra. Saímos às cinco horas da manhã e só voltamos às cinco da tarde. O meu marido deixou o emprego para poder me acompanhar no tratamento do nosso filho. Ele pegou dois bicos para compensar e eu estou começando a vender bolos e trufas. Nós moramos com duas filhas do Robson e um filho meu do primeiro casamento. O Pedro está bem. Ele ri, brinca, consegue se expressar, dorme bem à noite. Nós não faltamos em nenhuma consulta do nosso filho. Os médicos disseram que apesar da dificuldade de nos deslocarmos até o Rio de Janeiro, ele está se desenvolvendo cada vez mais. Falaram que estamos de parabéns. É gratificante quando elogiam a gente e dizem que estamos cuidando bem do nosso bebê. Eu fico feliz”.
Raquel Silva Andrade, doceira, 23 anos, de Pedro Emanuel, nascido em fevereiro de 2016. Teresópolis (RJ).