• Malu Echeverria
Atualizado em
Por uma infância saudável 3 (Foto: Annie Engel)

Ainda que a maioria das crianças prefira correr a ficar sentada na classe, algumas podem demonstrar pouco interesse durante as aulas de educação física, pelos mais variados motivos. Foi o que Aconteceu com Joana, 6 Anos. “Quando entrou na escola, aos 2 anos e meio, tinha vergonha do professor e levou um semestre para se soltar”, recorda a mãe, a dona de casa Janaína Teixeira, 36, que credita a timidez da filha à pouca familiaridade com educadores do sexo masculino na época.

Seja qual for a razão por trás do desinteresse, o professor não deve desistir ou, pior, forçar a criança – nem os pais. “Um equívoco pode ter consequências na maneira como ela vai encarar a atividade física para o resto da vida”, afirma Laércio Aparecido Bertanha, professor de educação física do Colégio Madre Alix, em São Paulo, que é especialista em treinamento desportivo pela Unifesp. Diante disso, qual é a melhor forma de agir? Janaína foi aconselhada na escola a levar a filha ao parque com mais frequência. Hoje, além de educação física, Joana também faz balé e judô, que são oferecidos pela própria escola como atividades extracurriculares. E gosta de jogar futebol e andar de patinete na companhia do irmão menor, Joaquim, 2 anos. “Foi ela mesma quem pediu, então, adora. Futuramente, quero que faça natação também. Mas não dá para fazer tudo de uma vez”, diz.

Janaína está certa. Atividades físicas variadas são uma boa opção para apresentar novas modalidades à criança, desde que não lotem a agenda. A recomendação é de, no máximo, duas horas por semana no total (além das aulas de educação física no período normal). Outro ponto que os educadores destacam diz respeito ao conteúdo de tais cursos, que têm de ser apenas uma iniciação e não um treino. “É somente por volta dos 12 anos que a prática esportiva deve se especializar. Antes disso, o esporte é apenas mais um elemento, como as  danças, as lutas e tudo o que movimenta o corpo, para a criança desenvolver todo seu potencial”, conclui Bertanha. É por isso que, quando algum aluno pergunta quem ganhou, ele responde sem titubear: “Aquele que se divertiu mais”.

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