• Naíma Saleh
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Durante o período da amamentação, a mulher, assim como na gravidez, precisa tomar cuidado com o que consome, seja alimentos, bebidas ou produtos que usa já que as substâncias chegam ao bebê por meio do leite materno.

amamentar (Foto: ThinkStock)

amamentar (Foto: ThinkStock)

Veja o que é permitido e o que precisa ser evitado durante o aleitamento:

Álcool

Lactantes podem beber? Há um dose de ingestão segura? Eis um assunto bastante controverso. Isso porque além de passar rapidamente para o bebê na amamentação, o álcool também pode diminuir a produção de leite. Por isso, não é recomendado que as mães que amamentam, especialmente em livre demanda, consumam bebidas alcóolicas. Se acontecer, o ideal é se limitar a 240 ml de vinho ou duas latinhas de cerveja e esperar pelo menos duas horas para voltar a amamentar. Se necessário, é possível ordenhar e descartar o leite nesse período. 

Tinta de cabelo

A amônia costumava ser apontada como a grande vilã das tinturas e outras substâncias usadas em tratamentos capilares, como escovas progressivas e relaxamentos. No entanto, um estudo conduzido pelo Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) não identificou estudos que comprovem malefícios durante o aleitamento. Tinturas e outros produtos que contenham chumbo é que estão proibidos para mães que amamentam. Ainda assim é importante verificar sempre a composição de qualquer produto antes de utilizá-lo. E vale pedir indicações de alternativas mais naturais para o seu cabeleireiro, como a henna, ou ainda investir em xampus tonalizantes.

Laticínios, chocolate, feijão

Não é raro ouvir que o leite materno - e,consequentemente, a mãe! - são os grandes culpados pelas cólicas dos bebês. Mas, à primeira vista, não é preciso eliminar nada da dieta da lactente, pelo contrário: quanto mais diversificada for a alimentação da mãe, melhor! Como preconiza o Guia Alimentar para Menores de 2 anos, do Ministério da Saúde, a alimentação da mulher que amamenta deve dar preferência a alimentos in natura ou minimamente processados, com quantidades moderadas de sal e açúcar. Se o bebê começar a apresentar sintomas como diarreias frequentes, perda de peso ou sangue nas fezes vale investigar com o pediatra se existe alguma alergia alimentar e, aí sim, talvez restringir alguns alimentos da dieta da mãe.

Chá de maçã com canela (Foto: Thinkstock)

Chás também merecem atenção na amamentação (Foto: Thinkstock)

Cafés e chás

Assim como o café, chá preto e mate possuem cafeína, que passa o bebê por meio do leite. Em excesso, essa substância, que é estimulante, pode provocar irritabilidade no bebê. Por isso, o ideal é limitar o consumo a duas xícaras por dia.

Adoçantes

De acordo com as orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria, durante a amamentação é melhor priorizar os aspartames, que não aparecem no leite materno. Já o consumo de edulcorantes deve ser limitado pois não há estudos suficientes que analisem quanto pode ir para o bebê nem quais as consequências.

medicamento; remédio; TDHA; ritalina (Foto: Thinkstock)

Comprimidos (Foto: Thinkstock)

Medicamentos e cosméticos

Tomar qualquer remédio por conta própria pode ser uma má ideia quando se está amamentando, ainda que seja um medicamento fitoterápico, natureba, homeopático. Tudo, TUDO deve ser verificado diretamente com seu médico. A boa notícia é que até alguns antibióticos são liberados para mães que amamentam. No caso de cremes e outros cosméticos, também é preciso ter cuidado. Loções com cânfora, por exemplo, que é frequentemente usada por seu efeito relaxante, podem provocar dor de cabeça, vômitos e até coma em bebês, ainda que em doses baixas. Por isso, a ingestão via oral da substância é proibida para mães que amamentam assim como a aplicação de cosméticos que contêm a substância.

FONTES: Rossiclei de Souza Pinheiro, do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP); La Leche League; Daniela Gonçalves, pediatra do Hospital e Maternidade Santa Joana, em São Paulo (SP), Paulo Nassar, ginecologista e obstetra, coordenador do Centro de Diagnóstico da maternidade Perinatal Barra, no Rio de Janeiro (RJ); Ana Maria Escobar, professora de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP)