Saúde
Após 7 abortos espontêneos e 6 FIVs, mulher dá à luz a gêmeos
Os meninos nasceram dois anos depois de a norte-americana Ashley Howard-Heimbuch receber a notícia de que não poderia engravidar naturalmente. "Para aqueles que lutam contra a infertilidade, espero que mantenham suas esperanças também", disse
4 min de leitura"Depois de 1.054 dias tentando engravidar, 6 rodadas de fertilização in vitro em 3 clínicas diferentes, 97 consultas médicas, 6 cirurgias, 8 procedimentos, duas trompas de Falópio e um tumor retirados, mais de 1.000 injeções e pílulas, e 7 perdas gestacionais, é com grande empolgação e muito nervosismo que Alex e eu compartilhamos que dois bebês arco-íris estão a caminho, após uma longa tempestade."
Foi assim que a norte-americana Ashley Howard-Heimbuch,34, anunciou que estava grávida de gêmeos, em 1 de dezembro de 2019. Em uma longa publicação nas redes sociais, ela compartilhou a sua jornada, ao lado do marido Alex, 35, para conseguir engravidar. "Chegamos ao fundo do poço, mas sempre mantive a minha esperança", escreveu. Em junho deste ano, o casal finalmente viu seu sonho realizado: eles saíram da maternidade com os pequenos River e Brooks nos braços.
O caminho até o nascimento dos bebês foi longo e cheio de percalços. Depois de um ano de tentativas de engravidar naturalmente, o casal procurou ajuda médica. Em janeiro de 2018, Ashley recebeu o diagnóstico de que suas duas trompas de Falópio estavam completamente bloqueadas. Isso acabava com qualquer chance de conceber por conta própria. "Ouvir vários médicos dizerem que uma gravidez natural não é uma opção é absolutamente devastador. Senti muita dor, culpa, raiva e profunda tristeza, como se houvesse uma nuvem negra sobre mim", disse em depoimento ao site Love What Matters.
Para driblar o diagnóstico, a saída foi investir em tratamentos de fertilização in vitro (FIV). Ao longo de 22 meses, foram 6 tentativas. "Durante esse tempo, fui testada de muitas maneiras - fisicamente, emocionalmente, mentalmente. Nunca estive tão exausta e ao mesmo tempo tão esperançosa em minha vida", contou.
As quatro primeiras tentativas não deram certo. Quando já estavam na quinta rodada do tratamento, um outro imprevisto adiou mais um pouco o sonho de aumentar a família. Ashley recebeu a notícia de que tinha um tumor benigno no útero e que precisaria fazer uma cirurgia para retirá-lo.
Todos os procedimentos renderam ao casal uma dívida de cerca de US$ 75 mil. Para conseguir financiar tudo, fizeram empréstimos bancários, organizaram eventos de arrecadação de fundos e parcelaram parte da dívida no cartão de crédito.
A sexta (e última) tentativa
O procedimento de retirada do tumor correu como o esperado e, em outubro do ano passado, Ashley e Alex puderam partir para a sexta FIV. Para a surpresa dos dois, seis semanas depois, o teste de gravidez deu positivo e a alegria veio em dose dupla: eles estavam à espera de gêmeos. "Nós até ouvimos seus batimentos cardíacos e foi o momento mais mágico de nossas vidas", contou Ashley.
A calmaria depois da notícia, infelizmente, durou pouco. Na 13ª semana de gravidez, a mãe começou a sentir fortes dores abdominais e ter dificuldade para fazer xixi. Ela foi até o consultório da obstetra para investigar o que estava acontecendo. "Minha médica quis verificar meu colo do útero apenas para ter certeza de que estava tudo bem. Quando ela começou o exame, não conseguiu encontrar meu colo do útero. Desligou a máquina de ultrassom e vi pânico em seus olhos."
Ashley foi diagnostica com uma condição rara, chamada 'útero encarcerado'. Em vez de o órgão crescer para cima e para fora, ele cresce para baixo e para dentro. Para que pudesse seguir com a gravidez, a recomendação era de que a americana passasse por mais uma cirurgia. O objetivo era tentar reposicionar o útero, mas o procedimento não deu certo.
Dois dias depois, mais um sangramento apareceu e Ashley precisou passar por outra cirurgia de emergência. Foram mais 5 horas no centro cirúrgico. "Quando acordei, vi uma grande incisão abaixo da linha do peito até a região pélvica, mas a boa notícia foi que salvaram nossos bebês. Ficamos muito felizes, mas sabíamos que a recuperação seria um caminho difícil', contou.
Três semanas após a segunda cirurgia, a família pode finalmente voltar para casa. Foi então que a mãe começou a ter ataques de pânico, crises de ansiedade e precisou começar um tratamento com antidepressivos. "Desejei muito estar grávida, levei anos para finalmente chegar aqui, e agora me ressinto de cada momento disso. Eu estava exausta e só queria que tudo acabasse", conta Ashley.
O nascimento dos bebês
No último dia 19 de junho, a espera acabou. Os pequenos River e Brooks chegaram ao mundo uma semana antes do previsto, por meio de uma cesárea, pesando 2,3 kg. Os desafios continuam, mas a família está esperançosa de que as coisas começarão a mudar. "Agora que eles estão aqui, estou lutando contra a depressão pós-parto. Há dias bons e ruins, mas estou fazendo o melhor que posso e amando meus filhos como nunca", disse Ashley ao jornal britânico Daily Mail.
Apesar de todas as dificuldades, o casal encoraja que outras pessoas não desistam do sonho de aumentar a família. "Para aqueles de vocês que lutam contra a infertilidade, espero que mantenham suas esperanças também. Sua luta é parte de história, sua jornada louca, comovente, linda e alegre. E espero que, se você está lutando para se tornar mãe ou pai, mantenha o queixo erguido e siga em frente até que o milagre também aconteça”, finalizam.