• Crescer
Atualizado em

Os pais de George, um menino britânico de 4 anos, não imaginavam que pudessem perder o filho tão rapidamente, depois que ele passou mal por uma infecção respiratória. Ele tinha histórico de crupe, uma inflamação das vias aéreas superiores, o que, provavelmente, dificultou a identificação de um problema no coração, que causou sua morte.

+ Como uma tosse fez uma criança de 3 anos lutar pela vida

George (à esq.) morreu pouco tempo depois de médica examiná-lo e mandá-lo de volta para casa. Na foto, ele aparece ao lado do irmão gêmeo, Arthur (Foto: Reprodução/ Daily Mail)

George (à esq.) morreu pouco tempo depois de médica examiná-lo e mandá-lo de volta para casa. Na foto, ele aparece ao lado do irmão gêmeo, Arthur (Foto: Reprodução/ Daily Mail)

Tudo aconteceu em 19 de março do ano passado, quando sua mãe, Danielle, foi buscá-lo no clube em que ele ficava depois da escola, junto do irmão gêmeo, Arthur. Ela percebeu que ele estava com dificuldade para respirar e, então, seu pai, Terry, o levou para ver um clínico geral, em Lancashire, na Inglaterra, onde a família mora.

Em um inquérito que aconteceu na última terça-feira (14), a médica que o examinou, Jill Osgood, explicou que o menino estava com a respiração barulhenta, mas a frequência cardíaca, a temperatura e a saturação de oxigênio estavam dentro dos parâmetros normais. Por isso, disse aos pais que ele poderia ir para casa. “Ele era muito falante e brincalhão, dizia frases completas, não tinha voz rouca, mas eu ouvia chiado na respiração barulhenta”, disse ela.

Em casa, mais tarde, por volta das 19h15, os pais perceberam que o menino começou a passar mal. Ele chegou a ficar com os lábios azulados, segundo uma reportagem do Daily Mail. Então, uma ambulância foi chamada e o vizinho da família, que era um socorrista, ajudou a prestar os primeiros socorros. Ele conseguiu um desfibrilador que deu um choque no coração de George. Depois, os paramédicos chegaram e o pequeno foi levado para o hospital. 

“George, que nasceu em Burnley, em 2016, chegou por volta das 20h30, mas, após contínuas compressões cardíacas, não houve saída. A ressuscitação era muito improvável de ter sido bem sucedida”, explicou o consultor pediátrico Peter Fitzmaurice, responsável pelo atendimento. “Fizemos uma avaliação rápida e fui falar com os pais para dizer que não havia sinais de vida”, relatou.

Um exame feito depois da morte do menino constatou que a causa do óbito era miocardite, uma “doença notoriamente difícil de ser diagnosticada”, segundo Fitzmaurice. O problema pode se desenvolver e afetar os músculos do coração, depois de uma infecção viral. "Pelo que a mãe e o pai me disseram sobre George naquele dia, ele estava correndo, não estava mostrando nenhum sinal de falha cardíaca no acúmulo ou duas semanas antes, então, não havia sinais de que o coração de George estava comprometido”, afirmou o consultor pediátrico. “Mesmo no hospital, ainda seria difícil diagnosticar, especialmente se houvesse crupe. Nós teríamos conseguido encontrar a crupe, porque estava na cara, e teríamos reduzido a taquicardia [frequência cardíaca rápida]”, pontuou.

O patologista Jo McPartland, do Alder Hey Children's Hospital, que confirmou que a causa médica da morte de George foi miocardite, disse que o coração da criança estava "significativamente aumentado". “Estava do tamanho de um coração esperado para uma criança de 9 anos e os ventrículos eram maiores que o normal. Pelo microscópio, dava para ver que havia áreas de inflamação. Havia também áreas onde as células do músculo cardíaco estavam mortas. Mesmo considerando o tamanho maior do que a média de George, seu coração era cerca de 50g mais pesado do que deveria. É uma condição rara, mas já vi alguns casos de morte súbita e inesperada em crianças por miocardite”, afirmou. “Muitas vezes, não sabemos que o problema está lá até fazermos uma autópsia e examinarmos o tecido do coração”, completou.

Após a morte de George, a família e os amigos arrecadaram mais de £ 8.400 (o equivalente a quase R$ 52 mil) para instalar desfibriladores em torno de Clitheroe, bem como um banco memorial próximo de Edisford Bridge, onde a família gostava de aproveitar o tempo com o menino.

Quer acessar todo o conteúdo exclusivo da CRESCER? Clique aqui e assine!