• Mônica Kato
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O verão é a época mais chuvosa do ano em grande parte do país. Com as chuvas, vem a umidade, e ela traz... mofo. Por isso, apesar das altas temperaturas, não é raro dar de cara com focos de mofo em armários (principalmente na cozinha e no banheiro, já que juntam a umidade natural da estação com a do ambiente), colchões, travesseiros, estofados e até em brinquedos – pode acreditar! A professora Luciane Batista, 32 anos, levou um susto quando percebeu que os brinquedos de borracha do filho Leo, 3 anos, que ficam dentro do box do banheiro apresentavam marcas de mofo.

Saiba identificar o mofo (Foto: getty images)

Saiba identificar o mofo (Foto: getty images)


“Realmente não tinha percebido que fazia muito tempo que não os pegava para lavar no tanque”, conta. “Como o Leo brinca sempre com eles enquanto está no banho, achava que esses itens também ficavam limpos naturalmente”, diz, em meio a risadas. Mas, afinal, o que é mofo? Segundo a infectologista Carla Kobayashi, do Hospital SírioLibanês, de São Paulo (SP), “mofo ou bolor (que para alguns é o mofo em estágio inicial nas, no fim das contas, é a mesma coisa) é um termo popular para designar a presença de fungos que se acumulam em superfícies de móveis e objetos da casa e nos alimentos – quem nunca se deparou com aquele pão embolorado? Geralmente, ele se apresenta como placas aveludadas ou parecidas com ‘algodão’, em diferentes colorações, dependendo do fungo que o compõe.”

Umidade, o cenário perfeito

Nem todo fungo é do “mal”. Existem até os comestíveis, como os cogumelos do tipo champignon e shimeji, por exemplo. Outros, são usados para produzir alimentos, como pães e vinhos. E existem até os “queijos de mofo”, como gorgonzola, camembert e brie... Mas este de que estamos falando, que se desenvolve no nosso guarda-roupa ou no sofá, não tem nada de gostoso, aliás, é bem desagradável. No entanto, o que todos têm em comum, de novo, é que gostam de umidade: “Ambientes escuros e bem úmidos são os mais favoráveis para eles se multiplicarem”, explica Carla Kobayashi. Por isso, para combater o problema, o melhor caminho é manter a casa sempre limpa, arejada, com ventilação natural e, de preferência, quando possível, sob a luz do sol. Você já deve ter ouvido “conselhos da vovó”, do tipo “tire as cobertas e os casacos do armário e deixe arejando no sol para não ficar com cheiro de mofo”. Bingo! Essa é uma dica de ouro para evitar o danado.

Higienizar com frequência armários, guarda-roupas, assim como impermeabilizar paredes (com tintas próprias para isso), colchões e estofados – ou limpá-los com rigor e constância é importantíssimo. “Além do cuidado com a limpeza e a ventilação de todos os cômodos da casa, é bom, ainda, ficar sempre atento ao surgimento de vazamentos”, diz a infectologista. Às vezes, sem perceber, um ponto da casa se torna mais úmido por causa de vazamentos e infiltrações, favorecendo o aparecimento de bolor.

Mal para a saúde

Bobear com a ventilação e a higiene da casa pode trazer consequências para você e as crianças. “Os fungos que compõem o mofo liberam esporos que ficam suspensos no ar. Quando inalados, eles podem causar sintomas respiratórios alérgicos nos pequenos e nos adultos mais sensíveis – espirros, coceira, coriza são alguns deles. Pode acontecer, ainda, de ser gatilho para a asma. Em casos mais agudos, tem potencial para causar resposta inflamatória autoimune em indivíduos predispostos, por causa das substâncias tóxicas voláteis que o mofo pode produzir”, explica Carla Kobayashi. Eliminar o mofo da casa não é só uma questão de se livrar do mau cheiro e da desagradável crosta verde ou preta que cobre móveis, objetos, roupas..., mas de preservar a saúde da família. Preste atenção a esses cuidados para que todos possam viver em um ambiente mais prazeroso, higiênico e saudável.