Carlos González - Criar com apego

Por Carlos González

Carlos González tem três filhos, é um dos pediatras mais famosos na Espanha e autor de livros como “Bésame mucho” e “Meu filho não come!"

 


Às vezes, ao falar sobre crianças, alguém menciona a importância de aprender a tolerar a frustração. E, sim, é importante. A vida é cheia de grandes e pequenas frustrações: o emprego que não conseguimos, o cabelo que cai, o trânsito impossível, a chuva que nos impede de passear, a doença, a morte... Haverá frustrações o tempo todo, e temos que aprender a tolerá-las.

Birra filhos (Foto: Getty Images) — Foto: Crescer
Birra filhos (Foto: Getty Images) — Foto: Crescer

Infelizmente, algumas pessoas parecem ter entendido mal o conceito. Eles acreditam que é a criança que tem de tolerar a frustração. Querem que ela aja como se não estivesse frustrada quando está.

“Desligue a TV, você tem que fazer sua lição de casa.” “Ah, obrigado, papai. Que sorte eu tenho de ter um pai que se preocupa com a minha educação, vou correndo estudar!” “Não, não vou comprar balas para você, faz mal para os dentes.” “Ah, obrigada, mamãe, por cuidar da minha saúde bucal!”

Como eles vão aprender a tolerar a frustração? Como todo mundo: deixarão de se comportar como crianças quando deixarem de ser crianças
— Carlos González

Mas isso, obviamente, não vai acontecer. Quando uma criança está frustrada, ela se comportará da maneira normal para uma criança: protestando, fazendo beicinho, gritando, chorando, talvez tendo um ataque de raiva (os mais novos) ou discutindo e batendo portas (os mais velhos)... E isso vai acontecer com certa frequência, porque, infelizmente, frustramos muito nossos filhos.

Não lhes dizemos para fazer o que já estão fazendo, não lhes negamos o que não pediram, não lhes proibimos o que não tenham tentado. Mas dizemos a eles “desligue a TV”, precisamente quando querem ver televisão; “lavem as mãos”, precisamente quando estão brincando; “não pode tomar sorvete”, precisamente quando nos pedem um sorvete.

Então, na verdade, somos nós, os pais, que temos que tolerar a frustração dos nossos filhos. Já é bastante que nos obedeçam, não podemos esperar que o façam sorrindo e agradecidos. Temos que tomar decisões que eles não vão gostar, é nossa responsabilidade e não podemos desistir. Eles vão protestar, e cabe a nós aprender a tolerar isso. Não podemos ficar com raiva, nem gritar com eles ou puni-los por terem protestado.

E, então, como nossos filhos vão aprender a tolerar a frustração? Basicamente com o tempo, como todo mundo: deixarão de se comportar como crianças quando deixarem de ser crianças. Mas também graças ao nosso exemplo, ou seja, observando como nós, que já somos adultos maduros e razoáveis, toleramos nossas próprias frustrações no dia a dia.

Como não gritamos ou ficamos com raiva quando nossos filhos correm e fazem barulho, choram à meia-noite, sujam e quebram e deixam brinquedos jogados no chão…

Carlos González tem três filhos,  é um dos pediatras mais famosos  na Espanha e autor de livros como  “Bésame mucho” e “Meu filho não come!” (Foto: Divulgação) — Foto: Crescer
Carlos González tem três filhos, é um dos pediatras mais famosos na Espanha e autor de livros como “Bésame mucho” e “Meu filho não come!” (Foto: Divulgação) — Foto: Crescer

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