"Meu marido expressou falta de atração física por mim e sugeriu abrir o relacionamento. Como lidar?"

A chegada de um bebê na família, inevitavelmente, transforma a dinâmica de um casal. Um terceiro vem para mudar uma relação que antes era de dois. Sentimentos negativos podem surgir de ambas as partes, principalmente da parceria masculina (em casais heterossexuais) com relação à mulher, que agora tem um olhar quase que exclusivamente direcionado ao bebê. Cuidados com o corpo ou preocupações com a aparência são deixados em segundo plano, e isto é normal durante um tempo. Porém, eles podem ser interpretados como desleixo e desamor.

Digo isso porque os detalhes que ele descreve como motivadores da “sua falta de atração sexual” vêm com uma certa carga de agressividade, a meu ver. Se realmente existe amor no relacionamento, a preocupação em não magoar você com descrições sobre a sua aparência física deveria ser uma premissa.

Existem maneiras mais sutis de expressar uma insatisfação com a aparência alheia, como, por exemplo, propor que a pessoa vá à academia. Ou, então, ficar com o bebê para que a mulher possa ter um dia para relaxar, colocar a depilação em dia ou o que ela gostar de fazer. A grande vantagem de ter uma parceria para a vida é de um ajudar ou alertar o outro sobre certas dificuldades, em vez de apontar “defeitos”.

Além disso, é importante dizer que a atração sexual por alguém vai muito além da aparência física – passa pela admiração, pela parceria emocional, pelo afeto e pela química entre os dois. Ela pode deixar de existir num relacionamento longo? Sim, mas não apenas por uma questão física. Pois, se assim fosse, não existiria o envelhecer juntos, que vem com a calvície, a barriga saliente e também com a disfunção erétil.

A questão de vocês é mais complexa do que simplesmente “abrir o relacionamento”. Imagino que você deva estar confusa, magoada e se perguntando se esta é a “solução” para o relacionamento. Sugiro terapia individual para os dois e de casal, se possível. Só assim vocês poderão descobrir para onde foi parar o desejo de ambos, inclusive o seu, não é mesmo?

1. O casal não se agride com palavras violentas, xingamentos ou frases depreciativas.
2. As divergências são tratadas de forma respeitosa, com diálogo.
3. Não existe desconfiança. Pode haver espaço para individualidade, mas sem a exigência de “relatórios” desses momentos.

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