Comportamento
 


A desigualdade social é a diferença de padrão de vida e as condições de acesso a serviços, direitos e bens entre as pessoas. Para os adultos, é algo bem fácil de perceber no dia a dia, ainda mais porque vivemos em um dos países mais desiguais do mundo. Segundo o coeficiente Gini, elaborado pelo Banco Mundial, o Brasil é a nona nação com maior concentração de renda no globo, o que significa, na prática, que um grupo pequeno de pessoas acumula uma grande quantidade de riqueza enquanto a maioria da população é pobre. É natural, portanto, que esse assunto seja muito discutido por aqui, principalmente em época de eleição, mas como apresentá-lo de forma apropriada aos pequenos?

Generosidade (Foto: Thinkstock) — Foto: Crescer
Generosidade (Foto: Thinkstock) — Foto: Crescer

Em entrevista à CRESCER, a psicóloga Maiara Alves Silva Javier, do Hospital Pequeno Príncipe (PR), deu cinco dicas para abordar o tema de forma natural no dia a dia em família e fortalecer a empatia e a generosidade das crianças ao longo do processo. Confira:

1. Ensine a criança a reconhecer as próprias emoções e sentimentos

Os problemas trazidos pela imensa desigualdade social podem ser explicados de forma mais clara quando existe empatia. Para isso é essencial que primeiro a criança consiga entender e identificar suas próprias emoções, sentimentos, medos e anseios. Só assim ela poderá identificá-los e reconhecê-los nas pessoas que a cercam, desenvolvendo a capacidade de se colocar no lugar do outro. “Assim que a criança dominar a fala, é importante que a família a estimule a falar sobre os sentimentos. Os pais podem perguntar como as crianças estão se sentindo quando acordam ou como se sentiram em situações específicas”, explica a psicóloga. “Nesses momentos, a família deve oferecer um espaço de escuta e acolhimento para esses sentimentos e emoções, afinal, o cérebro das crianças ainda está desenvolvimento e, o que parece trivial para um adulto, pode ser difícil para os pequenos processarem”, acrescenta.

Ensine a criança a se colocar no lugar do outro sempre que possível. Se a pequena arrancou o brinquedo da mão do irmãozinho, por exemplo, questione como ela acha que ele se sentiu com aquilo. Utilize bonecos para ensinar sobre as expressões faciais mais comuns em relação a determinados sentimentos (como lágrimas para tristeza e sorriso para alegria), e peça para ela contar uma história ou desenhar como o personagem está se sentindo. No contato com os amigos, incentive o compartilhamento de brinquedos e materiais escolares com os colegas que esqueceram, pois assim, a criança percebe que todos ficam mais felizes quando podem brincar juntos e desenvolve um senso de generosidade.

3. Faça doações e realize trabalhos voluntários em famílias

Inclua a criança no processo de separação das roupas e brinquedos que serão doados, enfatizando que aquilo que ela não usa e/ou não serve mais, pode ser útil para outras crianças que não têm condições de comprar. Participar como voluntário de algum projeto social também ajuda a criança a entrar em contato com outras realidades e a perceber que nem todos têm o mesmo padrão de vida.

“Não somos todos iguais, e isso é ótimo”, aponta a psicóloga. “É na diferença que aprendemos e nos desenvolvemos, por isso, é essencial o contato com outros gêneros, etnias e culturas”. Leve as crianças para ambientes e eventos públicos, onde elas terão a oportunidade de brincar e interagir com pessoas de todas as classes sociais. Isso ajuda a furar as bolhas sociais em que vivemos e, ao aproximar os pequenos, naturalmente os torna mais engajados no combate à desigualdade social.

5. Seja o exemplo

Você pode discursar por horas sobre os problemas da desigualdade social para o país, mas se não mostrar na prática para os pequenos o que está fazendo para combatê-la no dia a dia, de pouco adiantará. É no convívio diário que a criança desenvolve seus valores e repertório social. Trate quem está ao seu redor com justiça e respeito, independentemente da classe social, e contribua como puder para diminuir a desigualdade. Pode ter certeza de que seu filho vai prestar muito mais atenção nas ações do que nas palavras.

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