Comportamento
 

Por Amanda Moraes, Crescer


Sem dúvidas, as crianças estão acostumadas a ver televisão com frequência e já se sabe da importância de os pais controlarem o tempo em que os pequenos são expostos às telas. Muitos estudos comprovaram que o uso excessivo dos eletrônicos na infância pode trazer diversos efeitos colaterais, mas um trabalho recente adicionou mais um risco a esta lista. Um grupo de investigadores da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, descobriu que as crianças que veem mais de duas horas de televisão por dia são mais prováveis de desenvolverem vícios perigosos, como apostas, álcool, tabaco e outras drogas, quando forem adultos.

 — Foto:  Thinkstock
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Para chegar a este resultado, os cientistas basearam-se num grupo controle formado por 1037 pessoas e avaliaram as tendências comportamentais que a televisão poderia provocar, acompanhando-as desde a infância até a fase adulta. No total, os pesquisadores analisaram 40 anos de informações, coletando dados do Estudo Multidisciplinar de Saúde e Desenvolvimento de Dunedin.

Foi observado que uma parte das pessoas, entre os 5 e 15 anos, que assistiam TV com frequência tinham desenvolvido algum tipo de dependência. Com a apuração dos dados, concluiu-se que os jovens que viam mais de duas horas de televisão por dia tinham 29% mais chances de criar vícios do que aqueles que não viam. Em relação ao tabaco e à canábis, especificamente, quem passava muito tempo assistindo filmes e programas era 20% mais provável de criar dependência.

A televisão como porta de entrada para outros vícios

A sugestão deixada pelos autores é que a televisão pode, para os mais novos, se tornar uma fonte de dependência e levar a que, naturalmente, as crianças fiquem com mais vontade de passar mais tempo em frente das telas. Assim, estas pessoas podem ter uma maior tendência a ter outros tipos de vício quando crescerem.

Vale lembrar que as crianças estão cada vez mais apegadas à tecnologia e que os pequenos de hoje em dia veem muito mais televisão do que 40 anos atrás. Segundo informações do jornal britânico Daily Mail, um estudo separado feito nos Estados Unidos descobriu que a média atual de tempo que os jovens estadunidenses assistem TV é de quatro horas por dia. Por isso, os cientistas alertam para a necessidade de limitar o acesso.

Mas também é importante destacar que as conclusões do estudo basearam-se na observação e em tendências. Dessa forma, não foi possível provar que a televisão seja a causa direta para as dependências problemáticas. Fatores como a genética, influência familiar, estrutura social e conteúdo visto não foram considerados. No entanto, diversas autoridades de saúde já alertam para os perigos do uso excessivo de tecnologia, por isso, é fundamental manter uma relação saudável com as telas desde a infância.

Limites e controle

O vício realmente é algo preocupante. “Conforme as crianças crescem, podem querer trocar brincadeiras ‘de verdade’, com outras crianças, por atividades com tela - isso não é saudável. A tecnologia entrou nas nossas vidas para ficar, mas precisamos colocar limites”, afirmou Patrícia Rezende, pediatra do Grupo Prontobaby.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) tem algumas recomendações oficiais. Quanto ao limite de tempo, orienta que, até 2 anos, a criança não tenha contato com telas (a ligação de vídeo com a avó está liberada!); de 3 a 5 anos, use por até uma hora por dia e de 6 a 10 anos, até duas. Em todos os casos, a SBP enfatiza que o uso precisa ser feito com supervisão e nunca na hora das refeições.

Além da dependência, outros estudos provaram que o uso excessivo da tecnologia pode trazer muitos danos para os pequenos. “Já sabemos que as crianças expostas precocemente às telas têm mais atraso de fala, mais chance de desenvolver miopia, piora do sono e agressividade”, destacou a pediatra. Por isso, o controle e acompanhamento parental é essencial. “Os pais devem estipular o tempo de tela e estipular quais são os conteúdos permitidos - hoje muitos canais no YouTube contém conteúdos inadequados para crianças, os pais podem colocar filtros de idade”, afirmou a especialista.

O importante é procurar uma relação equilibrada com os eletrônicos e oferecer diferentes estímulos aos pequenos. “Não devemos usar a televisão como ‘babá’ das crianças, deixando-as na frente da TV o dia inteiro. Precisamos estimular as brincadeiras ao ar livre diariamente, leitura e jogos não eletrônicos”, finalizou Patrícia Rezende.

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