Comportamento
 

Por Bruna Menegueço e Cíntia Marcucci


Se você acha que um tapa no seu filho vai fazer com que ele aprenda sobre limites e respeito, mude de atitude já! A seguir, veja respostas para as dúvidas mais comuns sobre o assunto e, ainda, opções que vão além da palmada para impor limites mesmo nos momentos mais difíceis.

Menino chorando — Foto: Thinkstock
Menino chorando — Foto: Thinkstock

1. O tapinha carinhoso deve ser considerado agressão?

O contato físico entre filhos e pais é fundamental. Nesse caso, você deve ter bom senso e analisar a situação. O tapa representa uma violência, a criança sente dor. Se esse for o caso, o tapa deve ser considerado uma agressão. Do contrário, se o contato faz parte de uma brincadeira, é leve e não incomoda, tudo bem. Mas o tapa pode ser um gesto mandatório e nem sempre os adultos percebem a força exercida. Na dúvida, não faça.

2. O que a criança sente quando está apanhando?

Depende da idade. De um modo geral, ela se sente agredida e não consegue relacionar o motivo da violência ao que fez para provocar aquilo. Sente medo e isso pode gerar traumas, além de aprender que a agressão é um meio para resolver conflitos.

3. Como a palmada se forma na memória do adulto?

Ninguém tem lembranças boas de um tapa. Mas como ele vai ser registrado na memória definitiva varia de acordo com o vínculo afetivo estabelecido com os pais.

4. Nesse caso, a palmada pode se transformar em algo aceitável, ou seja, um valor da família?

Sim. Antigamente, a palmada era usada como instrumento de educação de forma habitual. O adulto pode entender que só é possível educar dessa forma, transmitindo os valores de violência e agressão para futuras gerações.

5. Na minha casa, fui criado à base de palmada e hoje não tenho traumas. Por que, então, ela pode ser prejudicial ao meu filho?

Se você pensar dessa forma, deve voltar a assistir TV em preto e branco, andar com carros antigos, usar roupas fora de moda. O mundo evoluiu em todos os sentidos, principalmente na forma de educar, que é a base da sociedade. Além disso, é impossível prever como um tapa será recebido por uma pessoa. Há quem seja mais tolerante e outros que sofrem mais.

6. Por que bater não educa?

Quando o adulto bate no filho, ele está reconhecendo que ficou impotente diante da atitude da criança. Mostra claramente que perdeu o controle de si mesmo e a agressão passa a ser a única maneira de manter a autoridade. Além disso, depois de bater muitos pais se arrependem. Essa atitude contraditória não é positiva para a criança.

7. Quais são as consequências da palmada para a vida da criança?

Em primeiro lugar, a criança não entende por que está apanhando. Pode sentir raiva do adulto e aprender que a força é um meio aceitável de conseguir o que quer. Além disso, para descontar o tapa que levou dos pais, vai bater nos amiguinhos. O adulto não tem moral para dizer que isso é errado, as referências da criança ficam, portanto, confusas.

8. Ela pode, ainda, ter outros problemas no futuro?

Sim. A criança que apanha também pode ter dificuldades para respeitar autoridades e receber ordens, já que era controlada pela força física. Ela obedecia para não apanhar ou somente depois de levar uns tapas. Assim, na ausência do castigo físico, perde as referências de até onde pode ir. Estudos mostram que as crianças que apanham têm mais chance de se tornarem adultos deprimidos, de tentarem suicídio, de abusarem do consumo de álcool e de usarem drogas ilícitas.

9. Como agir em situações em que as crianças tiram os pais do sério ou ultrapassam limites?

A questão é colocar os limites claramente para as crianças antes, conhecer bem os seus filhos. Tapas não são capazes de corrigir as falhas na educação, só vão estancar uma ação que provavelmente irá se repetir.

10. Em vez de bater, tem problema gritar com a criança?

Sim. Substituir os tapas por gritos também não adianta. É um tipo de agressão verbal, por isso, tem praticamente o mesmo efeito da violência física.

Fontes: Kátia Teixeira, psicóloga da clínica EDAC (SP), Cacilda Paranhos, especialista contra a violência infantil do Laboratório de Estudos da Criança (Lacri), do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP)

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