Comportamento
 


A influenciadora Tarine Gulusian, 38, de São Paulo, recebeu uma mensagem preocupada da escola da sua filha, Bless, 3, depois que a menina apareceu cheia de marcas pelo corpo. Mas, tudo não se passou de um mal entendido que rendeu muitas risadas. Ela resolveu publicar um vídeo da conversa e divertiu a web. "A Bless já chegou com umas manchas vermelhas. Sabe me dizer?", perguntou a escola na mensagem. "Sei sim", respondeu Tarine. Em seguida, ela enviou uma gravação que mostra a filha coberta de batom vermelho.

A menina tinha se riscado toda de batom vermelho — Foto: Reprodução/Instagram
A menina tinha se riscado toda de batom vermelho — Foto: Reprodução/Instagram

O clipe, que foi publicado no início de agosto e voltou a circular recentemente, viralizou nas redes sociais, alcançando mais de 4,6 milhões de visualizações, quase 150 mil curtidas e 900 comentários no Instagram. Os internautas se divertiram com a cena. "Nasceu Bless e junto uma fábrica de motivos para nos fazer sorrir! Fofa demais", comentou um usuário. "Ainda bem que tinha o vídeo kkkkk o conselho [tutelar] já estava entrando no carro", brincou outro. Também tiveram aqueles que compartilharam situações parecidas que já passaram. "Meu filho se pintou com canetão azul, tentei de tudo para lavar, e ficou roxo. A escola ficou super preocupada e mostrei a foto", contou um seguidor.

Tarine, que também é fundadora da Mini de Você, não esperava que o vídeo faria tanto sucesso, mas foi uma ótima surpresa! "A repercussão tem sido positiva, com muita gente se divertindo com a história e compartilhando experiências parecidas. É legal ver como esses momentos do dia a dia ressoam com tantas pessoas. Mas confesso estar surpresa com tantas mães compartilhando que seus filhos também praticamente todos os dias se riscam como a Bless", diz em entrevista exclusiva à CRESCER.

'Apesar da bagunça, foi impossível não achar engraçado'

A mãe conta que a filha tem o costume de riscar o próprio corpo com o que vê pela frente. "Ela encontrou o batom, ficou curiosa, e acabou se pintando toda, do rosto até os braços. Ela sempre se pinta toda, mesmo tendo atenção full time de todos da casa, então, acredito que não seja para chamar atenção", afirma. Quando viu a menina toda vermelha, não conseguiu segurar o riso. "No primeiro momento, foi uma mistura de risadas e susto. Apesar da bagunça, foi impossível não achar engraçado", confessa.

Logo depois, ela começou a desafiadora tarefa de limpar Bless. "Usei lenços umedecidos para tentar remover o máximo de batom possível e, em seguida, dei um banho bem caprichado para tirar as manchas mais difíceis. Mesmo assim, algumas ficaram, e a pele dela ficou praticamente manchada de vermelho", conta.

Quando a pequena chegou na escola, algumas marcas ainda estavam visíveis. Por isso, a mãe já esperava receber alguma mensagem dos professores. "Eles são muito cuidadosos com ela. Sempre que acontece alguma coisa dentro da escola, eles avisam imediatamente, seja se algum amiguinho arranhou sem querer ou se ela tropeçou e se machucou. Acredito que a escola tenha avisado para se precaver, mostrando atenção com a criança. Eles sabem que a Bless chegou na escola de um jeito que poderia causar algum espanto", diz Tarine.

ASSISTA AO VÍDEO:

Mas, afinal, por que as crianças gostam tanto de riscar o próprio corpo?

"Desenhar ou rabiscar é uma das maneiras da criança testar suas habilidades e descobrir como o movimento das mãos pode deixar marcas no papel ou em outras superfícies. As crianças geralmente pintam o próprio corpo pela mesma razão que pintam outras superfícies, como forma de autoexpressão e de exploração do mundo ao redor. Para elas, o corpo é mais uma 'tela' disponível para experimentarem cores, texturas e formas", explica a psicóloga Tatiane Mosso.

Segundo ela, também há um fator sensorial envolvido. "A sensação da tinta ou do lápis na pele é algo novo e divertido, às vezes a tinta mais quente ou gelada dá um novo tom para a brincadeira. Além disso, a criança pode ainda não ter clareza do que é considerado superfície adequada para a atividade e considera tudo o que lhe parece uma opção, o que é comum nas fases iniciais do desenvolvimento", destaca.

A pediatra Anna Bohn, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), acrescenta que as crianças podem se rabiscar para se acalmar e se autorregular ou para criar alguma história durante uma brincadeira. "A exploração próprio do corpo também ajuda a construir identidade e entender os limites do corpo e sensações", acrescenta.

As especialistas reforçam que este tipo de comportamento é absolutamente normal e faz parte do desenvolvimento saudável infantil. "Permitir livremente essa exploração é muito importante na construção e no desenvolvimento do indivíduo, tanto pensando aspectos motores finos e cognitivos, quanto emocionais", diz Bohn.

Costuma passar?

Não se preocupe, é uma fase que vai passar! "Com o tempo, tende a diminuir significativamente até cessar, já que as crianças com 4 ou 5 anos já desenvolvem maior autocontrole e aprendem as regras sociais. Mas é importante lembrar que cada criança tem seu próprio ritmo de desenvolvimento a depender dos estímulos e atividades educativas às quais são expostas", afirma Tatiane Mosso.

Como lidar?

Até a fase de riscar o próprio corpo passar, é preciso ter paciência e fazer combinados. "Os pais podem estabelecer limites claros de onde é permitido riscar e pintar, mas com cautela para não punir ou dar broncas que possam inibir a criatividade da criança. Oferecer papéis grandes, são uma excelente opção. Também é interessante transformar esse momento em uma brincadeira educativa, e os pais podem participar ensinando sobre as consequências de riscar lugares inadequados", diz a psicóloga.

Além disso, Mosso ressalta que é fundamental zelar pela saúde e segurança da criança, afastando tintas ou materiais tóxicos, por exemplo. "Cuidar para que as canetas ou tintas sejam de materiais hipoalérgicos e facilmente removíveis para evitar alergias e irritações na pele é importante", destaca.

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