Jogos Olímpicos
 


Desde os três anos de idade, a paulistana Dora Varella, 22 anos, já experimentava vários esportes. Chegou a encarar os golpes do judô, mergulhou de cabeça na natação, jogou partidas de futebol, se divertiu na patinação e até nutriu uma paixão especial pela ginástica olímpica. Mas nenhum deles trouxe o mesmo brilho que a primeira vez em que subiu no skate do primo, aos 10 anos, em um almoço de família. Daí em diante, Dora foi do quintal de casa à Paris, em 2024, onde vai representar o Brasil pela segunda vez nas Olimpíadas como skatista profissional na modalidade park da competição.

Segundo uma de suas maiores admiradoras — sua mãe, a empresária Paula Varella —, a conexão com o skate foi imediata, assim como seu empenho. "Dora sempre mereceu nossa dedicação. Ela nos devolve em responsabilidade, determinação, respeito, coragem em cima do skate e nas relações com todos em sua volta", conta ela, em entrevista exclusiva à CRESCER.

Dora Varella e a mãe, Paula Varella, em uma pista de skate — Foto: Arquivo pessoal
Dora Varella e a mãe, Paula Varella, em uma pista de skate — Foto: Arquivo pessoal

No ritmo do skate

O primeiro skate da atleta, aos 10 anos, foi um presente de Natal da avó. Com o interesse crescente em desbravar a nova aquisição, os pais a levaram pela primeira vez em um grande parque de pistas, em São Bernardo do Campo. "Na noite anterior, ela não conseguia dormir tamanha ansiedade, afinal, haviam dito que era a maior pista de skate da América Latina. Realmente, o parque era enorme, com várias pistas e muito bem organizado", lembra Paula.

"Fizemos a carteirinha dela, que dava acesso ao horário infantil. Depois de alguns finais de semana, o monitor autorizou a entrada dela com todos os skatistas, que eram bem maiores e mais habilidosos. Lá, fez vários amigos de idades diferentes, que a ensinaram várias manobras. Nesse momento, era só o que ela queria — andar de skate e se desafiar, aprendendo uma manobra a cada sessão", completa a mãe.

Depois que Dora passou a se dedicar mais ao esporte, Paula disse que a rotina da família mudou completamente. "O vício pelo skate tomou conta da menininha! Não só aos sábados e domingos, mas também às terças e quintas à noite", lembra. Transitando entre São Paulo, São Bernardo e Santo André, Paula fez amizades com os pais de outros skatistas, e passou a estar cada vez mais imersa nesse universo. "A praia do final de semana virou pista de skate, o descanso depois do trabalho virou pista de skate e o nosso dinheiro virou skate", brinca.

Estreia pandêmica

Até no período de pandemia, Paula e o marido acompanhavam Dora nos treinos e competições. Depois, já maior de idade, a jovem passou a ir aos treinos e campeonatos nacionais com os amigos, mas sem perder o suporte dos pais, mesmo à distância. Em 2020, ela fez sua estreia olímpica de 2020, em Tóquio, onde foi finalista e conquistou a 7° posição no ranking.

"A pandemia nos impediu de vê-lam na época. Estávamos com passagens compradas e a proibição de público nos deixou com o coração apertado! Assistimos pela TV, mas a vontade de estar lá, com ela, era imensa", desabafa. Mas a filha deu um jeitinho: "Assim que acabou a semifinal e passou pra final, correu para a sala de fisioterapia e ligou pra gente via FaceTime! Foi uma delícia sentir que estávamos, de certa forma, próximos dela", completa.

Pelo menos duas vezes por ano, Paula viaja com a filha nos campeonatos brasileiros. Já nos campeonatos mundiais, a jovem está sempre acompanhada da comissão técnica da Seleção Brasileira de Skate e dos amigos skatistas.

Cumplicidade além das pistas

Para Paula, que hoje também é responsável por assessorar a filha, ser mãe de atleta é desafiador, tanto por questões internas, como "garantir sua integridade física, moral, financeira e emocional", quanto por obstáculos estruturais no esporte. "Infelizmente ainda é um meio hostil para as meninas e mulheres. A notícia de que as atletas serão a maioria na delegação brasileira pela primeira vez na história de uma Olimpíada, nos enche de orgulho e esperança! Esperamos que essa conquista resulte em mais cuidados e investimentos nas atletas femininas", pontua.

Fã de esportes desde pequena, o que não falta em Paula é admiração por Dora, que fará 23 anos em 31 de julho — exatamente o dia em que realiza o check-in na Vila Olímpica pela segunda vez na vida. "O esporte ensina limites, resistência, resiliência, respeito, autoconfiança, coragem e empatia. Diria que isso seria uma parte importante do pacote de ensinamentos que qualquer mãe deseja transmitir aos seus filhos. A parte especial de ser mãe de atleta é que esses valores são praticados por ela diariamente", conta.

Apesar das expectativas pelo bom desempenho da filha em Paris, seu maior desejo — dentro e fora da competição — é que Dora continue cultivando sua paixão pelo esporte. "Espero que ela nunca perca o amor e o prazer que sente em cima do skate. Sempre leve e com seu sorriso charmosinho de sempre", elogia Paula. "Desde o primeiro campeonato, ainda criança, até hoje, em sua segunda Olimpíada, a nossa frase é sempre a mesma: Divirta-se, Dodó!"

Skate nas Olimpíadas de Paris: onde assistir?

O skate em Paris 2024 acontecerá em La Concorde. Os torneios de street (feminino e masculino) terão lugar entre 27 e 28 de julho, enquanto os de park, entre 6 e 7 de agosto, sendo dia 6 o feminino. Às 7h30, na preliminar e ao 12h30, na final, Dora Varella se junta a Raicca Ventura e Isadora Pacheco para compor a disputa pela medalha no skate park para o Brasil.

Além da transmissão oficial do Olympics.com, os Jogos também serão exibidos no Brasil pela TV Globo, Sportv e CazéTV.

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