Após dar as boas-vindas a sua segunda filha em 2022, o casal Victoria e Will Wood sentiu que a família estava completa. Em outubro de 2023, Wood foi submetido a uma vasectomia para garantir que nenhum novo membro chegaria à família. No entanto, o que os dois não esperavam é que seis meses depois, Victoria estaria grávida.
Em entrevista à revista norte-americana People, a mãe contou que a gestação abalou a família, especialmente porque ao fazer novos testes, os médicos disseram que o procedimento de seu marido tinha sido bem-sucedido. Quando procurou os especialistas, o casal foi informado que a vasectomia era um processo permanente e, por isso, a decisão devia ser tomada com cuidado.
"Após o procedimento, se envia um kit para eles testarem para saber se a pessoa é, de fato, estéril", contou Will. Durante o período de análise, o casal precisa manter outra forma de controle de natalidade. No final de janeiro, os médicos enviaram os resultando e garantiram que o pai não precisaria utilizar outro contraceptivo.
Em maio, Victoria percebeu que sua menstruação estava atrasada e começou a sentir um pouco de náusea. Suspeitando de uma gravidez, a mãe decidiu fazer um teste e ficou chocada quando viu o resultado positivo. Seu marido também ficou incrédulo. "Fui muito meticuloso em seguir as instruções do meu procedimento. Realmente não fez sentido", lembrou Will. "No início, estávamos muito preocupados e estressados e não tínhamos certeza do que fazer por vários motivos. Acho que o principal era que precisávamos de todas as respostas. Então, fui fazer outra análise logo depois disso", ele contou.
O pai passou por uma consulta com seu urologista e fez mais testes, que mostraram mais uma vez que não houve problema com a vasectomia. Posteriormente, o exame de ultrassom também confirmou a gravidez. Ainda tentando entender o que aconteceu, os pais se depararam com uma "implicação sutil" de alguns profissionais médicos que afirmaram que a infidelidade poderia estar relacionada com o problema. No entanto, os dois tentaram não se abalar com essas suposições. "Acho que, para nós, imediatamente, nenhum de nós foi ao ponto de precisar de um teste de paternidade. Confio em Victoria. Estava mais preocupado que algo louco estivesse acontecendo que do que ela tivesse sido infiel. É por isso que fomos ao médico", Will ressaltou.
Victoria se ofereceu para fazer o teste. A princípio, o marido disse não, mas depois, eles decidiram realizar o exame. "Achamos que seria bom tê-lo para que qualquer cético ou opositor não tivesse como nos questionar", disse a mãe. Para Will, o teste também foi importante para mostrar aos médicos que não estavam levando a história do casal a sério. "Só quero trazer paz a todos. Sejam os médicos, sejam os membros da família. Porque em outras situações, [a infidelidade] pode ser uma possibilidade mais provável. Então, tínhamos aquele pedaço de papel para tranquilizar a mente de todos e como mais uma prova de nossa história louca e insondável que desafia a ciência, as estatísticas e tudo", a mãe acrescentou.
Victoria compartilhou sua história no TikTok com intuito de saber se alguém já tinha passado por algo semelhante. Ela também tinha esperança de alcançar profissionais médicos ou pessoas que trabalham em laboratórios que pudessem trazer uma informação útil, explicando o que teria acontecido. Nas redes sociais, a mãe encontrou outras histórias de vasectomias que não funcionaram. No entanto, a dupla ainda não encontrou as respostas para o seu caso.
Agora, o casal está focado em celebrar a chegada da nova integrante da casa, que logo estará junto com as irmãs Luna e Laney. O casal também espera que sua história ajude os casais a iniciar conversas sobre seus planos familiares. "É importante ter conversas e bons planos sobre controle de natalidade, mas também estar pronto para lidar com o inesperado", disse o pai.
O que é a vasectomia?
Na prática, a vasectomia, procedimento com cerca de 98% a 99% de eficácia, é simples e realizada com anestesia local. Se tudo transcorrer normalmente, dura cerca de 30 minutos. "O espermatozoide produzido no testículo é conduzido até a uretra por um canal chamado 'ducto deferente'. Então, realizamos uma incisão na pele, fazemos a secção completa do ducto e amarramos seus cotos. Isso impede a passagem do espermatozoide tornando o sêmen estéril", afirma o urologista Alex Meller. "Com isso, os espermatozoides ficarão retidos no ducto deferente e no epidídimo, sendo absorvidos pelo organismo após 90 dias", completa.
Durante os primeiros dois meses depois da cirurgia, é importante que o casal continue usando outros métodos anticoncepcionais, como pílula ou camisinha, porque alguns espermatozoides podem continuar vivos dentro do canal. Em alguns meses, porém, na maioria dos casos, o sêmen não conterá mais espermatozóides, o que pode ser verificado por meio de exames específicos.