Bibi Lynch, uma jornalista britânica que não tem filhos, escreveu para o site Metro UK, contando alguns dos absurdos que já ouviu pelo fato de não ser mãe. “As pessoas sem filhos são universalmente ridicularizadas e odiadas”, afirma.
"Deixe-me – uma mulher sem filhos – contar a você como é a vida sem filhos. E como talvez você pudesse ter ajudado antes”, dispara, antes de explicar que não tem filhos porque não conheceu ninguém com quem pudesse ter um bebê, o que define como “infertilidade social”. Além disso, ela menciona as crises econômicas e do jornalismo, sua profissão.
Então, ela conta que, por não ter crianças, não foi convidada para o almoço de Dia das Mães de sua família, chás de bebê e revelou que costuma ouvir dos amigos que "pessoas sem filhos não sabem o que é estar exausto".
“Me disseram que pessoas sem filhos têm uma escolha: elas podem passar o dia na cama ou não — mas os pais têm que levantar e que, por isso, eles ficam quebrados”, conta. “Na época, eu estava sofrendo de depressão severa, sem dormir, tentando trabalhar enquanto passava meus dias e noites no quarto de hospital do meu amado tio, que estava morrendo. Mas, claro, o cansaço dos pais supera o meu”, ironiza.
Ela também lembra, da época da pandemia, quando todo mundo tentava consolar os pais que entravam em uma reunião pelo Zoom com filhos em casa ou tentando acompanhar aulas remotas. “Sim, deve ter sido difícil, mas era igualmente difícil não ver ninguém e não saber como diabos você iria sobreviver financeiramente. Problemas diferentes; mas ambos são problemas”, defende. Ela conta ainda que uma “ex-amiga” chegou a dizer a ela, certa vez, que como ela tinha filhos, sua morte importaria mais do que a dela. “Não. Importa. Se. Eu. Morrer”, destacou, em choque.
Bibi lembrou também de situações tristes, como do menino sírio que apareceu afogado em uma praia ou a destruição em Gaza, que são sempre comentadas com frases como: “Se você tem filhos, vai entender”. “Então, se você não tem filhos, você não tem empatia nenhuma e não se importa que crianças estejam sendo mortas. Sério? Os pais não têm o monopólio da empatia e do amor. Você consegue imaginar o que sente o outro ser humano? Uau”, lamentou. “Se você só consegue ter empatia e amar depois de dar à luz, então talvez seja você quem precise dos momentos no sofá”, finaliza.