A decisão de Siobhan McNally, colunista do tabloide britânico Mirror, em permitir que sua filha de 15 anos embarcasse em uma viagem sozinha gerou uma mistura de apoio e ceticismo. "Minha própria experiência com viagens independentes remonta a 1985, quando, aos 16 anos, viajei sozinha para Paris – uma época sem rastreadores de celular ou outras tecnologias de monitoramento. Naquele tempo, meus pais não acharam estranho eu embarcar nessa jornada, especialmente porque dois anos antes já haviam me enviado para um intercâmbio na França para aprender o idioma. A experiência me rendeu boas lembranças, e talvez algumas cicatrizes amorosas", lembra.
Em sua coluna, Siobhan lembra que o filho de Kirstie Allsopp, apresentadora do programa Location, Location, Location, já havia terminado seus estudos e era um ano mais velho que sua filha. "Embora ele não tenha enfrentado os desafios de albergues mal conservados ou carregado rolos de papel higiênico por toda a Europa, como eu fiz, o contexto ainda desperta reflexões sobre os limites e a liberdade dos jovens viajantes", refletiu
Siobhan diz que recentemente, o tema de viajar sozinha surgiu em sua casa após a família retonar de pela Europa. "Minha filha anunciou que planeja visitar Amsterdã com os amigos assim que concluir os exames escolares. No entanto, sua última escapada envolvendo uma garrafa de gin da minha coleção me deixou preocupada. Depois de roubar minhas bebidas e acabar mal com os amigos, fiquei apreensiva em deixá-la ir além da esquina, quanto mais para uma cidade com políticas liberais em relação às drogas", diz.
"Em uma tentativa de suavizar a situação, sugeri Delft, uma cidade famosa pela cerâmica azul e branca, como uma alternativa mais segura. "Você só pode estar brincando comigo", foi a resposta nada impressionada da minha filha", diz.
Siobhan diz que apesar de sua preocupação, está planejando conceder a filha a liberdade de explorar e cometer seus próprios erros. "Recordo-me das festas dos anos 1980 e dos incidentes com bebidas, como quando um Cinzano Bianco acabou sendo a única opção disponível, e eu, depois de uma noite de excessos, aprendi por que o Dry Martini estava intacto. Essa experiência me ensinou, e agora vejo minha filha aprendendo a mesma lição, com a diferença de que eu não estarei lá para apoiá-la, garantindo sua segurança", diz.
"A decisão de Kirstie Allsopp gerou um debate acalorado, e sua abordagem é polêmica. No entanto, ela está certa ao afirmar que os jovens precisam aprender a avaliar riscos fora da proteção de seus próprios lares. É evidente, no entanto, que muitos ainda têm reservas quanto à segurança das meninas viajando sozinhas."
"Pessoalmente, aprendi sobre os riscos em uma noite nos anos 90, quando, sem dinheiro e após uma festa, fui atacada enquanto caminhava para casa em Londres. Esse episódio foi uma lição dolorosa sobre segurança, algo que hoje minha filha pode evitar com a ajuda da tecnologia, como telefones e serviços bancários online, que a garantirão em situações adversas."
"Se minha experiência e as precauções modernas podem garantir a segurança da minha filha, por que não permitir que ela explore o mundo? Afinal, se algo ruim pode acontecer a um quilômetro de casa, a ideia de viajar pela Europa não deve ser mais assustadora. A "Geração Ansiedade" precisa sair do ninho", finaliza.