Chloe McCreery, 33, que estava adormecida no sofá de sua casa, em outubro de 2020, acordou assustada com os gritos desesperados de seu marido. Ele tinha acabado de perceber que o bebê deles, Logan James McCarthy, 3 meses, estava irresponsivo, sobre o travesseiro em que dormia. Mais cedo, o pequeno tinha cochilado nos braços do pai. Normalmente, ele dormia no berço, mas, naquela noite, foi colocado em um travesseiro na cama do casal. Agora, o casal alerta outros pais sobre a segurança na hora de colocar crianças para dormir, para evitar que outras tragédias aconteçam.
Um inquérito no Tribunal de Laganside em Belfast, na Irlanda do Norte, onde o caso aconteceu, concluiu que uma broncopneumonia tirou a vida de Logan, mas disse que o fato de ter dormido na cama dos pais pode ter sido um fator contribuinte. O legista emitiu um aviso severo sobre os riscos associados a essa prática, classificando-a como "inerentemente perigosa".
Apesar da rápida resposta dos paramédicos, que foram chamados imediatamente, Logan foi declarado morto pouco depois das 7h30, no Hospital Ulster.
Em uma declaração comovente ao Sunday Life, do Belfast Telegraph, Chloe expressou: "Certifique-se de abraçar seus filhos com bastante força e não subestime nenhum momento ou mesmo os menores marcos, mas coloque-os em um berço ou moisés na hora de dormir”. Ela alertou outros pais sobre os riscos de cochilar com um bebê em um sofá ou cadeira e ressaltou que durante os seis primeiros meses, o local mais seguro para uma criança dormir é seu próprio berço.
"Dormir com a criança pode aumentar o risco de sufocamento do bebê”, aponta o Health and Safety Executive, órgão especializado em segurança e saúde, no país. “Seu bebê pode escorregar para baixo das cobertas ou rolar para baixo de um adulto. Ele também pode ficar preso entre a cama e a parede, ou cair da cama. Nunca durma com seu bebê em um sofá, poltrona ou pufe”, recomenda.
Chloe relembrou seu filho e disse que ele amava os desenhos animados de Pedro Coelho. "Eu tinha tantos sonhos para ele. Mal podia esperar para vê-lo crescer e chutar uma bola de futebol, brincar com as Tartarugas Ninja e super-heróis”, lamenta.
PRECAUÇÕES NA CAMA COMPARTILHADA
Se você coloca o bebê para dormir na sua cama, conheça as providências necessárias para minimizar os riscos:
- Sofás, camas d’água e outras superfícies improvisadas são perigosas. Eleja um colchão firme, que pode ser colocado direto no chão ou em uma cama de casal, oferecendo espaço suficiente para acomodar a família.
- Posicione a cama no centro do quarto, longe das paredes e sem formar nenhum vão em que o bebê possa ficar preso, asfixiando-se. Ao contrário do que crê o senso comum, as quedas não são a principal ameaça e, sim, esses espaços. Mas, se tiver receio e quiser se sentir mais seguro, forre o chão com travesseiros ou outro colchão, garantindo uma proteção extra.
- Verifique se o ambiente está bem ventilado, sem excesso de calor – não exagere na quantidade de roupas do bebê, uma peça a mais do que você é suficiente para aquecê-lo.
- Se você tem outro filho ou um pet, saiba que eles não podem compartilhar a cama com o bebê – somente a mãe e o pai.
- Evite edredons, cobertores e travesseiros grandes. Utilize apenas uma manta leve – sem cobrir a criança acima do tórax – e um travesseiro fino para cada um dos pais. Nos dias frios, opte por vestir pijamas mais quentes.
- Bichos de pelúcia, almofadas e quaisquer objetos são contraindicados.
- Os adultos devem prender os cabelos, se forem compridos, evitar pijamas com cordinhas, que possam enroscar no bebê, e retirar joias.
- O indicado é que o bebê seja colocado de barriga para cima – posição que reduz a ocorrência de morte súbita –, próximo à mãe, e que o pai se deite atrás dela. Essa disposição é mais segura pelo fato de a mulher ter um instinto de alerta mais aguçado em relação ao filho.
- Os dois adultos devem reforçar a consciência de que o bebê está na cama, enviando essa informação ao cérebro, a fim de manter a devida atenção, mesmo durante o sono.
- A amamentação é um fator importante de proteção contra morte súbita. Bebês que não mamam no peito requerem cuidado redobrado.