Voo faz pouso de emergência após menino de 9 anos derramar bebida quente em si mesmo

A criança estava em uma aeronave da Ryanair que seguia do Reino Unido para a Itália. O menino precisou ser levado de helicoptero para o hospital e sofreu queimaduras graves


Um menino de 9 anos que tomava chá quente em um voo da Ryanair acabou derramando a bebida em cima dele mesmo, enquanto seguia de Londres, no Reino Unido, para Brindisi, na Itália, na última terça-feira (23). Por causa do acidente, ele sofreu queimaduras de terceiro grau tão graves, que o piloto foi forçado a desviar a rota, para fazer um pouso não programado no Aeroporto de Allgau, em Memmingen, na Alemanha.

O avião precisou fazer um pouso inesperado, depois de menino sofrer queimaduras — Foto: Reprodução/ The Mirror

A situação emergencial foi anunciada pelo piloto e a tripulação foi orientada a se preparar para um pouso inesperado. Para acomodar o avião, os horários no Aeroporto de Memmingen foram alterados, o que levou a um breve período de interrupção para outras aeronaves.

A polícia local informou, segundo o The Mirror, que um médico que estava a bordo identificou que a criança tinha sofrido sérias queimaduras de terceiro grau. Depois de ter sido retirado do avião, o garoto foi levado de helicóptero para um hospital. Uma investigação demonstrou que o incidente “não foi culpa de terceiros” e que o menino derrubou a bebida quente “por descuido”.

O voo FR2475 havia decolado às 7h22, antes de ser desviado para a Alemanha. Depois de decolar novamente da Alemanha, ele chegou à Itália por volta do meio-dia. "Este voo de Stanstead para Brindisi (23 de julho) foi desviado para o Aeroporto de Memmingen devido a um evento médico a bordo. A tripulação ligou com antecedência para obter assistência médica e o passageiro desembarcou para tratamento na chegada ao Aeroporto de Memmingen, antes que este voo continuasse para Brindisi”, disse um porta-voz da Ryanair.

Em 2022, a Ryanair foi forçada a pagar milhares de libras depois que uma menina de 8 anos também se queimou com chá a bordo, em um voo de Veneza, na Itália. A menina gritou de dor quando o líquido fervente caiu em suas pernas e em sua barriga. Na época, a companhia aérea negou responsabilidade e alegou que a criança era "a autora de seu próprio infortúnio". O pai, no entanto, disse que o incidente aconteceu porque um membro da tripulação de cabine não conseguiu prender corretamente a tampa do copo.

O que fazer em caso de queimaduras em crianças?

O ideal é ficar alerta para evitar acidentes, mas, se seu filho se queimar, é importante saber o que fazer. Veja quais são as medidas recomendadas de primeiros socorros:

  • Coloque a área afetada embaixo da água corrente por cinco minutos, para aliviar a dor, limpar o local e impedir que a queimadura cresça. Isso porque o tecido da pele fica quente e o calor pode se espalhar, afetando os tecidos vizinhos.
  • Não estoure bolhas, pois isso pode virar porta de entrada para infecções, nem passe receitas caseiras na queimadura. Pasta de dente, margarina e clara de ovo podem atrapalhar o processo de cicatrização, já que aumentam a chance de infeccionar.
  • Se a criança reclamar de dor, ligue para o pediatra e peça uma indicação de analgésico.
  • Se seu filho queimar o rosto, as mãos, a região genital ou uma superfície maior do que a da palma da mão dele, precisa correr ao hospital. As bolhas também são um sinal de alerta para procurar um médico, já que indicam uma queimadura mais séria. Se for uma área menor (como a pontinha do dedo) e não tiver bolha, basta lavar, dar analgésico e hidratar com cremes próprios, sempre acompanhando para ver se o machucado piora.
  • As queimaduras podem ser de 1º grau, quando a pele fica vermelha e dolorida, de 2º grau, que apresenta bolhas, ou de 3º grau, que, apesar de não doer, é a mais grave e forma uma casca escura ou esbranquiçada. Nos casos leves, o ferimento desaparece sozinho em até uma semana.

Fontes: Ricardo Simões Morando, pediatra do Hospital e Maternidade Rede D’Or São Luiz (SP) e David Gomes, cirurgião plástico responsável pela unidade de queimaduras do Hospital das Clínicas (SP)

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