Menino de 11 anos tem morte cerebral após caso de bullying na escola

“Foi um assassinato, não um acidente”, defende o pai, que agora busca por justiça. O caso aconteceu no México


Um caso de bullying tirou a vida de uma criança de uma escola primária de Hidalgo, no México. De acordo com o portal de notícias Infobae, Adriel, 11 anos, foi brutalmente espancado pelos colegas no dia 7 de março e, devido à gravidade dos ferimentos, precisou ser internado. Infelizmente, depois de uma semana, os médicos declararam sua morte cerebral.

Menino de 11 anos tem morte cerebral após caso de bullying na escola — Foto: Reprodução/nacion321.com

O ataque aconteceu na Escola Primária Benito Juárez, na comunidade de Xitzo, no município de Santiago de Anaya. Segundo a imprensa local, outros alunos empurraram Adriel, que sofreu uma queda e quebrou a clavícula. Ainda assim, os colegas não pararam e seguiram batendo no menino, que estava no chão, causando ferimentos interno e na cabeça.

Nem a professora Isela Percástegui Moctezuma nem o diretor Rufino Jiménez Reyes estavam presentes quando os fatos aconteceram. Rufino teria levado a criança ferida para casa, em sua caminhonete. “Meu filho estava chorando, porque o ombro dele doía muito e o diretor me disse: 'Senhora, vim trazer seu filho porque dois colegas dele o empurraram e ele caiu, mas eu o peguei e acho que seu ombro esquerdo está fraturado. Leve-o ao médico’”, relatou a mãe do menino, de acordo com o site Infobae.

Visivelmente nervoso, o diretor foi embora quando o pai de Adriel chegou. Os pais, então, correram com o menino para o hospital, mas ele começou a gritar e desmaiou. Em caráter de emergência, o menino foi transferido para o Hospital Geral Actopan, onde foi internado. Lá, descobriram que, além da fratura da clavícula, Adriel tinha um grave traumatismo cranioencefálico e um coágulo no estômago. Ele permaneceu internado até 12 de março, quando os médicos declararam morte cerebral.

O menino passou uma semana internado, mas teve morte cerebral declarada — Foto: Reprodução/ Infobae

Obed, pai de Adriel, revelou que o diretor sumiu assim que deixou o menino em casa, assim como a professora. Ele relatou que alguns dos colegas que presenciaram a cena naquele dia afirmaram que o diretor demorou muito para voltar à escola depois de ter levado Adriel em casa e que ele só veio buscar seus pertences e saiu novamente. “Até hoje ele não apareceu, as aulas foram canceladas. O diretor não se comunicou conosco, nem a professora. Eles não vieram perguntar sobre a criança”, acrescentou.

Agora, o pai busca justiça pelo filho, já que os médicos lhe disseram que as pancadas que recebeu não pareciam ser de uma criança, mas, sim, de um adulto. Obed acredita que o diretor tinha algo contra a criança. Ele também disse que sabia que Adriel já tinha sido vítima de bullying por parte das mesmas crianças que o espancaram e, embora ele e a esposa tenham conversado com o diretor, ele nunca tomou providências sobre o assunto.

A Secretaria de Educação Pública de Hidalgo (SEPH) afirmou que tanto a diretora como a professora mantinham comunicação com a mãe de Adriel e que ela tinha informado que o menino estava com a saúde debilitada. A SEPH lamentou “o trágico incidente” e reiterou o seu apoio à família depois de saber que o menor tinha sofrido morte cerebral. Após a declaração, o pai da criança reverteu o que foi dito pela SEPH e declarou: “O que fizeram com meu filho foi um assassinato, não um acidente”.

O caso é investigado pela Procuradoria Geral do Estado de Hidalgo (PGJEH) e espera-se que a pressão nas redes sociais e na mídia leve o governador Julio Menchaca a se pronunciar sobre o caso. A Comissão de Direitos Humanos do Estado de Hidalgo (CDHEH) também iniciou investigações. “Em decorrência dos fatos ocorridos no município de Santiago de Anaya, divulgados por meio das redes sociais e da mídia, foi iniciada a denúncia oficial, que se encontra em fase de tramitação de investigação, para determinar possíveis violações dos direitos humanos ”, diz um comunicado da instituição.

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