O parto normal, também conhecido como vaginal, acontece quando o bebê nasce pela vagina, de forma não cirúrgica. Quando o momento do parto está chegando, a grávida começa a ter contrações ritmadas, que duram pelo menos 40 segundos cada. No início, elas são mais espaçadas, geralmente três a cada dez minutos, e vai aumentando a frequência cada vez mais. Este processo é fundamental para a dilatação do colo uterino.
![Sala de parto — Foto: Freepik](https://s2-crescer.glbimg.com/SDcJwgo0A7ApNSxgnPFyq81ocu4=/0x0:1500x1000/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_19863d4200d245c3a2ff5b383f548bb6/internal_photos/bs/2023/0/6/riW2ZySHWs6xdVkQGtLg/medical-team-examining-pregnant-woman-during-delivery.jpg)
Então, ocorre o rompimento da bolsa. A partir daí, as contrações começam a se intensificar – porém, nos partos prematuros, ela pode se romper antes das contrações. É bom saber que nem sempre ela sofre ruptura, o que é chamado de parto empelicado, e cabe ao médico rompê-la. Durante o trabalho de parto, espera-se que a mulher evolua 1 cm de dilatação por hora, até chegar a 10 cm, que é o tamanho ideal para que o bebê se desprenda e tenha espaço para descer pela vagina até nascer.
Neste tipo nascimento, a recuperação da mãe costuma ser mais rápida do que a de uma cesárea. Além disso, caso não exista nenhuma complicação, o bebê pode ir diretamente para os braços da mãe, que pode amamentá-lo em seguida.
Tipos de parto normal
Existem diferentes tipos que vão além do hospitalar. Um parto normal também pode ser domiciliar, de cócoras, deitada, na banheira, com ou sem aplicação de anestesia... E também pode ser humanizado ou não. A seguir, entenda um pouco mais sobre cada um.
Parto natural
Este tipo de parto é caracterizado pela ausência de intervenções médicas, como anestesia, analgésico ou aplicação de hormônio para estimular as contrações. Podem ser usadas técnicas naturais para o alívio da dor, como massagens, água quente ou diferentes posições. Uma vez que não há administração de fármacos, a recuperação costuma ser mais fácil.
Parto de lótus
O parto de lótus está mais relacionado ao período pós-parto, já que, nesse caso, depois do nascimento, o cordão umbilical não é cortado e continua conectando o bebê à placenta até desprender-se naturalmente do umbigo, o que costuma levar em torno de uma semana. É comprovado que esperar o cordão parar de pulsar, o que acontece cerca de três minutos após o parto, diminui o risco de anemia para o bebê. Os benefícios em um período maior do que esse não foram confirmados. São necessários alguns cuidados para manter a placenta conservada durante o período.
Parto domiciliar
Como o nome já diz, é quando o parto acontece em casa, seja de forma planejada previamente, com a presença de uma equipe médica especializada, ou quando a mãe não consegue sair antes que o bebe nasça. Com o acompanhamento adequado, pode trazer benefícios, já que a mãe estará em um ambiente seguro e poderá ter maior contato com o bebê após o parto.
Parto na água
Aqui, o parto acontece dentro de uma piscina ou banheira com água morna. Pode ser realizado em hospitais, casas de parto ou em casa, com uma equipe especializada. A temperatura ajuda nas dores e, além disso, o ambiente fica semelhante ao útero, o que torna o momento do nascimento mais tranquilo e fluído.
Parto de cócoras
O nome se refere à posição na qual o parto acontece. A mãe fica agachada, permitindo uma melhor abertura do períneo e facilitando a saída do bebê. O trabalho de parto é mais rápido e o bebê sai com maior facilidade. A posição pode cansar a mãe. Por isso, é possível contar com o auxílio de banqueta ou suporte físico do parceiro(a) ou da doula.
É importante levar em consideração a posição do bebê no útero no momento do parto, já que isso pode influênciar a modalidade escolhida para o nascimento. O parto de cócoras, por exemplo, não é indicado nos casos em que o bebê está na posição pélvica, quando ele está "sentado", fazendo com que os quadris e ombros saiam antes da cabeça. A posição cefálica, quando ele está virado para baixo e com a cabeça em direção ao canal do parto, é a mais comum e permite mais opções.
Este tipo de parto respeita o protagonismo da mulher. Nesta modalidade, o principal é que a equipe médica responsável fique atenta ao plano de parto e aos desejos da gestante e faça de tudo para mantê-la confortável durante todo o processo. Podem ocorrer intervenções médicas, como indução, anestesia e fórceps, desde que necessárias para a saúde e autorizadas pela mãe. Geralmente, ocorre em hospitais ou casas de parto em um ambiente que lembre o útero materno: silencioso, de temperatura amena e com pouca iluminação.
Parto Humanizado:
Parto desassistido
Neste caso, o parto acontece sem nenhum tipo de supervisão médica ou de qualquer profissional de saúde. Pode ser quando a criança nasce em um momento inesperado ou por decisão da mãe, o que não é recomendado por especialistas, já que, caso haja alguma complicação, a mãe estará totalmente desamparada.
Fases do trabalho de parto
Durante o trabalho de parto, geralmente, a mulher passa por seis fases. Conheça cada uma delas:
Pródromos
São como um prenúncio do trabalho de parto, um "ensaio geral" e podem durar desde algumas horas até semanas. Nesse período, ocorre a preparação do colo do útero para o início do parto. Mas essa fase pode, inclusive, não existir, a grávida não precisa, necessariamente, passar pelos pródromos. Na maioria das vezes, a mulher apresenta algumas contrações e sente um pouco de dor, mas sem ritmo definido.
Fase latente
Marca o início da dilatação. É classificada como os primeiros três centímetros de dilatação e também pode demorar de algumas horas até alguns dias. Aqui, a mulher geralmente apresenta contrações, mas o tempo entre elas é bem espaçado.
Fase ativa
Acontece a dilatação efetiva e descida do bebê na pelve. Começa a partir de 4 a 6 centímetros de dilatação. Aqui, a mulher já está com contrações ritmadas, durando pelo menos 40 segundos cada uma. Geralmente, nesse momento também ocorre a ruptura da bolsa.
Transição
É o período entre o final da dilatação completa e o início do período expulsivo. Nessa fase, pode acontecer de a paciente acabar vomitando. Geralmente, o vômito vem quando o bebê está passando pelo canal mais estreito da bacia, porque isso gera dor e desconforto na paciente.
Período expulsivo
Ocorre quando a dilatação é total e o bebê vai nascer. Se for o primeiro parto da mulher, o tempo estimado é de 3 horas. Mas se for o segundo parto ou mais, o período aproximado é de 2 horas ou menos.
Dequitação
Saída da placenta, geralmente tem duração de até uma hora.
Fontes: Paulo Nowak, obstetra; Alessandra Bedin, ginecologista e obstetra; Fúlvio Basso Filho, ginecologista e obstetra; Alexandre Pupo Nogueira, ginecologista e obstetra; Ana Cristina Duarte, parteira; Larissa de Freitas Flosi, obstetra; Alberto Guimarães, ginecologista e obstetra.