Diástase abdominal: sintomas e tratamento

Nem sempre o abdômen volta ao que era antes da gravidez — e, às vezes, o motivo não é simplesmente o ganho de peso. A partir da segunda metade da gestação, a barriga cresce e, obviamente, os músculos da barriga esticam. Em alguns casos, os músculos dilatam tanto que se afastam e fica uma lacuna entre eles. Quando isso acontece, chamamos de diástase abdominal.

Para visualizar melhor, podemos usar a comparação com um zíper. Imagine que os músculos abdominais são como os dois lados de um zíper que vai de cima abaixo da barriga. Na diástase, o zíper se abre e esses "lados" se afastam, criando uma abertura na linha central do abdômen.

Imagem do zíper aberto lembra a separação dos músculos em casos de diástase abdominal — Foto: Freepik

"A separação dos músculos retos abdominais ocorre em consequência da distensão do abdômen ao longo da gestação – ou seja, por conta do crescimento da barriga mesmo. É algo difícil de evitar, porém, uma musculatura fortalecida tem mais chance de voltar ao normal após a gravidez", explica o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli (SP).

Como saber se tenho diástase?

Por mais que seja um problema causado por causa do crescimento da barriga, nem toda mulher tem diástase durante ou depois da gravidez. E, mesmo entre as que têm, nem sempre a condição se manifesta da mesma forma. "Existem diferentes graus do problema e, para piorar, ele pode gerar também uma hérnia na região", afirma Domingos Mantelli.

Os sintomas da diástase na gravidez e no pós-parto variam. Algumas mulheres vão apresentar uma protuberância abdominal, outras vão ter dor lombar, problemas de postura, incontinência urinária, fraqueza muscular, constipação...

Tratamento de diástase

O tratamento da diástase tem como objetivo "fechar" essa abertura dos músculos. Em casos mais leves, essa correção costuma ser feita com fisioterapia e exercícios para fortalecer o abdômen. Agora, em casos mais graves, muitas vezes, é preciso fazer um procedimento cirúrgico.

“O fechamento acontece com uma sutura, que pode ser feita com cirurgião plástico ou com o próprio obstetra cerca de 40 dias depois do parto ou durante a cesárea (se for o caso)”, explica o ginecologista e obstetra Fábio Cabar, membro da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).