Saúde & bem-estar
 


"Em alguns momentos da vida, não entendemos o propósito dos acontecimentos. Mas são das situações difíceis que tiramos as melhores lições", escreveu Luma Rigoni, do Espírito Santo, em um post em que aparece completamente careca. Foi em 2019, enquanto fazia quimioterapia após o diagnóstico de gravidez molar.

Hoje, ela é mãe de duas lindas meninas — mas o caminho até a maternidade não foi fácil. "Assim que o teste deu positivo, veio o medo de passar por todo o pesadelo novamente. Senti muita angústia antes do primeiro ultrassom", lembra. Confira, a seguir, o depoimento completo.

À esquerda, Luma em 2019 e, à direita, em 2021 — Foto: Reprodução/Instagram
À esquerda, Luma em 2019 e, à direita, em 2021 — Foto: Reprodução/Instagram

"Em 2019, passei por uma gravidez molar. Na época, eu tinha 26 anos e não estava tentando engravidar. O anticoncepcional estava gerando alguns efeitos colaterais e resolvi mudar. E foi nessa troca que engravidei. O diagnóstico veio quando fui ao segundo médico. Fiquei perdida, pois nunca tinha ouvido falar sobre isso.

Os sintomas eram os mesmos de uma gravidez normal, porém, com o dobro de efeito: se você vomitava uma vez por dia na gravidez normal, você vomita o dobro na molar. Os hormônios também são dobrados. Lembro que nem água parava no meu estômago. Meu sentimento, após entender tudo o que era a gravidez molar, foi só querer ficar curada. Graças ao meu médico, conheci um especialista referência em mola em meu estado — isso é fundamental para o tratamento, pois até mesmo muitos médicos desconhecem a doença.

Fizemos uma curetagem para remover a mola, na esperança de os hormônios zerarem sem precisar de químio. Porém, de 700 mil, ele chegou a 500, e começou a subir novamente. Então, partimos para a químio. Comecei o tratamento e, inicialmente, não tive nenhum efeito colateral. Todas as terças-feira, eu tomava essa injeção até os hormônios zerarem. Quando zerou, fiquei três meses sem a químio, mas eles voltaram a subir. Era um sinal de que ainda tinha restos da gravidez molar em meu corpo, mas não sabíamos onde.

Lutei mais alguns anos até descobri e fazer uma nova químio que, finalmente, zeraram meus hormônios — o tratamento 'matou' o restinho da mola que estava no ovário direito. Descobrimos a localização exara após um ultrassom. Felizmente, após essa última químio, tudo sumiu e meus hormônios zeraram.

Luma durante o tratamento — Foto: Reprodução/Instagram
Luma durante o tratamento — Foto: Reprodução/Instagram

Nova gestação

Então, em 2021, engravidei novamente, mas, dessa vez, de uma menina saudável. Fiquei grávida da Angelina sem esperar — foi muito rápido. Assim que o teste deu positivo, veio o medo de passar por todo o pesadelo novamente. Senti muita angústia antes do primeiro ultrassom. E quando finalmente fizemos o exame e conseguimos ouvir o coraçãozinho, o sentimento foi de paz, uma paz muito forte no meu coração. Foi nesse momento que tive certeza de que tinha vencido de verdade.

A gestação foi tranquila e Angelina nasceu com 38 semanas e 5 dias — e o mais importante, cheia de saúde. Eu nasci de novo naquele dia. Finalmente, tinha realizado o meu sonho de ser mãe. Hoje, somoos uma família completa e já temos nossa segunda bebê: a Laura! Angelina já está com 2 anos e 6 meses, e é uma menina linda, tímida e muito inteligente — o meu arco-íris.

O que eu diria para uma mulher que acabou de receber o diagnóstico de gravidez molar é nunca desista de seus sonhos! Vá até o fim, a recompensa vem e o arco-íris vai colorir a sua vida! Não se entregue, se distraia, não fique com medo, vai passar! E se o cabelo cair, saiba que ele vai crescer bem lindo e te dando muito mais força. E quando você olhar para trás, vai achar incrível toda essa história de superação e luta. Tenha fé, que a sua vitória virá. E o mais importante: procure um lugar de referência em gravidez molar em sua cidade."

Sobre a gravidez molar

A mulher faz o teste de gravidez, e o resultado é positivo. No entanto, em vez do desenvolvimento de um bebê, a presença do beta HCG, detectada pelo teste, se deve ao crescimento de um tecido anormal, que, se não for diagnosticado a tempo, pode evoluir para um tumor maligno. A chamada gravidez molar é uma doença causada pelo desequilíbrio genético, que acontece em uma a cada 200 a 400 gestações normais no Brasil, segundo estimativas da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

Os sintomas são muito semelhantes ao de uma gestação convencional. A principal diferença é que, na molar, o famoso hormônio da gravidez (Beta HCG) apresenta taxas muito mais altas que o normal. Também é comum ter sangramentos nas primeiras semanas, associados a vômitos constantes. O tamanho do útero também fica muito maior do que o esperado para uma gestação saudável. Porém, isso só pode ser verificado no ultrassom, que detecta também a aparência da formação de “bolinhas” no útero. Quando sobrepostas, essas bolinhas lembram um cacho de uva ou molas de um colchão — daí o nome da doença.

“Assim como em uma gestação convencional, há o encontro do óvulo com o espermatozoide, mas o feto não se desenvolve. Ele pode até se formar durante as primeiras semanas, mas a proporção do tecido anormal é muito maior do que o próprio feto, impedindo seu crescimento”, explica o ginecologista e obstetra Alberto Guimarães, da Unifesp, e líder do Programa Parto Sem Medo. O médico afirma que a doença é mais comum em mulheres abaixo dos 20 anos ou acima dos 40. “Não há uma explicação comprovada, mas há hipóteses de que nas mulheres mais novas, os gametas (células sexuais que se fundem no momento da fecundação) ainda não estariam maduros o suficiente. Já nas mais velhas, o envelhecimento do óvulo poderia estar envolvido no processo”, diz.

A gravidez molar pode resultar num aborto espontâneo – nesses casos, geralmente nem dá tempo de descobrir que se tratava da doença; caminhar para a curetagem — estima-se que 80% dos casos seja resolvido espontanemaente após esse esvaziamento uterino, que retira o tecido comprometido; ou evoluir para complicações mais sérias, como tumor maligno, que acontece em cerca de 20% dos casos e necessita de tratamento quimioterápico.

Vale dizer que, mesmo apesar das evidências, a gravidez molar só é, de fato, diagnosticada quando o material retirado na curetagem é enviado para análise, juntamente com os dados do exame HCG. “E mesmo após o procedimento de retirada, é preciso acompanhamento médico durante meses, fazendo a dosagem do HCG no sangue regularmente para verificar se ainda há vestígios desse tecido no corpo da mulher”, explica o ginecologista. Daí a recomendação de, mesmo após um aborto espontâneo sem causas identificáveis, aguardar, no mínimo, seis meses para começar as novas tentativas de gravidez. Nos casos em que é comprovada a gravidez molar, o tempo de espera aumenta para um ano. “Essa recomendação se deve ao fato de uma nova gestação aumentar o HCG no organismo, aumentando os riscos de uma nova gravidez molar”, conclui o especialista.

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